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Espectros de emissão e luminescência - IFSC

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Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />

Instituto <strong>de</strong> Física <strong>de</strong> São Carlos - <strong>IFSC</strong><br />

SFI 5800 <strong>Espectros</strong>copia Física<br />

<strong>Espectros</strong>copia Eletrônica:<br />

<strong>Espectros</strong> <strong>de</strong> emissão e luminescência<br />

Prof. Dr. José Pedro Donoso


<strong>Espectros</strong> <strong>de</strong> Emissão e fenômeno <strong>de</strong> luminescência<br />

Luminescência: fenômenos que envolvem a absorção <strong>de</strong> energia e sua<br />

posterior re-emissão.<br />

Sistemas inorgánicos<br />

Nestes sistemas a classificação fluor ou fosfo /rescente é ina<strong>de</strong>quada<br />

e se utiliza somente o termo luminescência.<br />

A luminescência <strong>de</strong> sólidos é <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rável interesse tecnológico:<br />

1 - ela é a base para a construção <strong>de</strong> lasers <strong>de</strong> estado sólido (via<br />

luminescência <strong>de</strong> estados <strong>de</strong> impurezas em materiais semicondutores)<br />

2 - luminescência <strong>de</strong> semicondutores e outros materiais é importante<br />

para as telas <strong>de</strong> equipamentos eletrônicos


Sólidos luminescentes<br />

-Compostos que contém um íon com camadas eletrônicas incompletas,<br />

bem blindadas <strong>de</strong> seus vizinhos.<br />

Exemplos: halogenetos <strong>de</strong> Mn, sulfetos <strong>de</strong> Sm ou Gd<br />

-Halogenetos alcalinos ativados com Tl ou outros metais pesados<br />

-ZnS e CdS ativados com Cu, Ag, Au e Mn<br />

-Zn 2 SiO 4 ativado com Mn 2+ (telas <strong>de</strong> osciloscópios)<br />

-Oxidos e fosfatos ativados com íons metais <strong>de</strong> transição e Terras raras<br />

-Cristais orgánicos (anthraceno ativado com naphtacene)<br />

Termoluminescência:<br />

Emissão <strong>de</strong> radiação luminosa <strong>de</strong> uma substâcia quando ela é aquecida.<br />

O processo envolve a criação, pela radiação ionizante, <strong>de</strong> e - ou h + em<br />

traps, sua excitação a banda <strong>de</strong> condução, sua recombinação e emissão<br />

<strong>de</strong> um foton.


Antigamente se distinguiam os fenômenos <strong>de</strong><br />

fluorescência e <strong>de</strong> fosforescência pela vida media<br />

da emissão: até 10 ns era fluorescência. Hoje<br />

elas se distinguem pelos estados <strong>de</strong> spin dos<br />

níveis envolvidos. Se durante o processo <strong>de</strong><br />

emissão não ocorre mudança <strong>de</strong> multiplici<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

spin, a emissão é fluorescente. Se há inversão<br />

<strong>de</strong> spin (ex: triplete → singlete) a emissão é<br />

fosforescente.<br />

Atkins & <strong>de</strong> Paula: Físico Química<br />

Na fluorescência, a radiação emitida cessa<br />

imediatamente <strong>de</strong>pois da excitação <strong>de</strong>saparecer.<br />

Na fosforescência, a emissão espontânea<br />

persiste durante intervalos <strong>de</strong> tempo longos (<strong>de</strong><br />

seg. até horas). Isto sugere que a fluorescência é<br />

uma conversão da radiação absorvida em energia<br />

reemitida e que a fosforescência envolve o<br />

armazenamento <strong>de</strong> energia e uma emissão lenta


Fosforescência<br />

A molécula po<strong>de</strong> efetuar um cruzamento<br />

intersistema, uma transição não – radioativa<br />

entre estados <strong>de</strong> diferentes multiplicida<strong>de</strong>.<br />

As transições entre estados singleto e<br />

tripleto po<strong>de</strong>m ocorrer na presença <strong>de</strong><br />

acoplamento spin – orbita. O mecanismo <strong>de</strong><br />

cruzamento intersistema será importante<br />

quando a molécula tiver átomos pesados, pois<br />

o acoplamento spin – orbita será gran<strong>de</strong>.<br />

Este acoplamento quebra a regra <strong>de</strong> seleção e<br />

a molécula po<strong>de</strong>, então, emitir fracamente.<br />

Este processo explica a observação <strong>de</strong> a<br />

energia <strong>de</strong> excitação parece estar confinada em<br />

um reservatório que vaza lentamente.<br />

Atkins & <strong>de</strong> Paula: Físico Química


Espectro <strong>de</strong> absorção do Ruby<br />

Lumb: Luminescence Spectroscopy


Espectro <strong>de</strong> absorção do rubi: Al 2<br />

O 3<br />

: Cr 3+<br />

1 – a banda intensa em 7 eV é uma banda <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> carga on<strong>de</strong> um dos<br />

eletrons do O 2- é transferido ao íon cromio:<br />

O 2- (2p 6 ) + Cr 3+ (3d 3 ) → O - (2p 5 ) + Cr 2+ (3d 4 )<br />

2 – a banda intensa em 9 eV é causada pela absorção na matriz Al 2<br />

O 3<br />

(absorção<br />

intrínseca) envolvendo umaa transferência <strong>de</strong> carga <strong>de</strong> O 2- ao Al 3+:<br />

O 2- (2p 6 ) + Al 3+ (2p 6 ) → O - (2p 5 ) + Al 2+ (2p 6 3s 1 )<br />

Os 9 eV correspon<strong>de</strong>m ao gap <strong>de</strong> energia da safira Al 2<br />

O 3<br />

3 – as bandas intensas na região <strong>de</strong> 1.5 a 4 eV são causadas pelas transições<br />

4<br />

A 2<br />

→ 4 T 2<br />

e 4 T 1<br />

que são transições spin permitidas. As linhas fracas são causadas<br />

Pelas transições spin proibidas 4 A 2<br />

→ 2 E, 2 T 1<br />

e 2 T 2<br />

.


Espectro <strong>de</strong> emissão do rubi<br />

A absorção <strong>de</strong> um foton <strong>de</strong> luz azul po<strong>de</strong> levar o íon Cr 3+ ao estado excitado 4 T 1<br />

.<br />

O <strong>de</strong>caimento será não radioativo (via fonons) através dos vários estados excitados<br />

até chegar ao estado excitado <strong>de</strong> mais baixa energia, o 2 E, que está 1.74 eV<br />

(7131 Å, 14023 cm -1 ) acima do nivel fundamental 4 A 2<br />

.<br />

O material emitirá luminescência em 7131 Å, que correspon<strong>de</strong> a diferênça <strong>de</strong> energia<br />

entre o estado 4 A 2<br />

e o 2 E. A eficiência quantica do processo é <strong>de</strong> 80 a 100% (quando<br />

para cada foton bombeado e absorvido, um foton é emitido)<br />

A intensida<strong>de</strong> da luminescência do rubi <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do número <strong>de</strong> íons Cr 3+ elevados<br />

aos estados excitados. As absorção nas regiões ver<strong>de</strong> – amarela e azul servem para<br />

popular o estado 2 E. O processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimento radioativo 2 E → 4 A 2<br />

é uma transição<br />

fracamente spin – proibida, mais com uma probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrer maior que um<br />

Processo não radioativo entre 2 E e 4 A 2<br />

.


Fluorescência do Rubi<br />

<strong>Espectros</strong> <strong>de</strong> fluorescência<br />

em função da concentração<br />

<strong>de</strong> Cr 3+ . Nestes casos existe a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interação<br />

(exchange interactions) entre<br />

íons vizinhos (Cr 3+ pairs)<br />

As energias <strong>de</strong>sta interação<br />

<strong>de</strong> exchange tem sido<br />

estimadas entre 7 e 54 cm -1 .<br />

Cheetham & Day: Solid State Chemistry: techniques


Luminescência em sólidos<br />

inorgánicos<br />

Nos materiais luminescentes <strong>de</strong>vemos<br />

distinguir:<br />

-O hóspe<strong>de</strong> (host) : que <strong>de</strong>fine a re<strong>de</strong><br />

cristalina (ZnS, CaWO 4 , Zn 3 (PO 4 ) 2 )<br />

-o ativador: íons incorporados na re<strong>de</strong> que<br />

viram centros luminescentes (Ag + , Mn 2- )<br />

-O sensitizador: íons que quando<br />

incorporads na re<strong>de</strong> são capaces <strong>de</strong><br />

trasferir sua energia <strong>de</strong> excitação aos<br />

ativadores vizinhos, induzindo a<br />

luminescência<br />

De Luca: J. Chem. Education 57 (8) 541, 1980


Aplicação comercial:<br />

tubo fluorescente<br />

A corrente elétrica excita os átomos <strong>de</strong> Hg<br />

os quais <strong>de</strong>caim emitindo no visível e no<br />

UV (a maior parte). O vidro do tubo é<br />

recoberto com uma substância<br />

fosforescente que converte eficientemente<br />

a radiação UV em visível. O íon Sb 3+ atua<br />

como sensitizador e como ativador<br />

enquanto o Mn 2+ atua só como ativador.


<strong>Espectros</strong> <strong>de</strong> absorção e <strong>de</strong> emissão<br />

<strong>de</strong> KCL dopado com Tálio<br />

204<br />

Tl: [Xe] 5d 10 6s 2 6p 1<br />

Quando cristais <strong>de</strong> halogenetos alcalinos são<br />

irradiados com raios-X, se observa uma fraca<br />

luminescência, associada a presença <strong>de</strong><br />

impurezas. O Tálio é um dos mais eficientes.<br />

KCl : Tl + (2 × 10 -3 at%)<br />

Pelo seu tamanho (1.5 Å) ele substitui o K +<br />

O espectro <strong>de</strong> absorção apresenta duas bandas intensas (A e C) associadas ao Tl +<br />

Banda<br />

E (eV)<br />

λ (Å)<br />

transição<br />

A<br />

4.9<br />

2470<br />

1 S 0<br />

→ 3 P 1<br />

B<br />

5.9<br />

2060<br />

C<br />

6.3<br />

1960<br />

1 S 0<br />

→ 1 P 1


O espectro <strong>de</strong> emissão do KCl : Tl mostra<br />

duas bandas em 3050 Å e 4750 Å (4.06 e<br />

2.61 eV), i<strong>de</strong>ntificadas como as transições<br />

3<br />

P 1 → 1 S o e 1 P 1 → 1 S 0<br />

Os picos na curva <strong>de</strong> termoluminescência<br />

Sugerem a existência <strong>de</strong> niveis metaestáveis<br />

com energias <strong>de</strong> ativação <strong>de</strong> 0.35<br />

e 0.72 eV, associadas aos estados 3 P 0 e 3 P 2<br />

J. Chem Phys. 21, 125 (1953)<br />

Dekker: Solid State Physics


<strong>Espectros</strong> <strong>de</strong> absorção e <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> ions lantanoi<strong>de</strong>s (Terras Raras)<br />

Shriver & Atkins, Química Inorgánica


Greenwood & Earnshow, Chemistry of the Elements


Greenwood & Earnshow, Chemistry of the Elements


Ashcroft & Mermin, Solid State Physics


Dieke diagrams<br />

Diagrama <strong>de</strong> níveis <strong>de</strong> energia<br />

para íons (RE) 3+ em LaCl 3<br />

obtidos<br />

a partir dos espectros medidos<br />

pelo Prof Dieke<br />

O diagrama mostra a energia dos<br />

estados:<br />

2S+1 L J<br />

O diagrama dá uma i<strong>de</strong>ia dos λ<br />

das transições 2S+1 L J<br />

→ 2S´+1 L J´para<br />

íons (RE) 3+ em qualquer matriz.<br />

Optical Spectroscopy of Inorganic Solids.<br />

Garcia Solé, Bausá & Jaque


Optical Spectroscopy of Inorganic Solids.<br />

Garcia Solé, Bausá & Jaque


<strong>Espectros</strong> <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> ions (RE) 3+<br />

Os espectros ópticos dos íons (RE) 3+<br />

mostram linhas relativamente finas<br />

<strong>de</strong>vido a blindagem da camada 4f<br />

pelos eletrons 6s.<br />

Para comparação é mostrado o<br />

espectro do Ti 3+<br />

Inorganic Chemistry, Huheey, Keiter, Keiter


Espectro <strong>de</strong> emissão do Eu 3+ (4f 6 )<br />

Transições: 5 D 0<br />

→ 7 F J<br />

A transição 5 D 0<br />

→ 7 F 0<br />

é proibida pela<br />

regra <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong> dipolo elétrico, mais<br />

ela é observada fracamente <strong>de</strong>vido ao<br />

fenômeno <strong>de</strong> J-mixing<br />

Optical Spectroscopy of Inorganic Solids.<br />

Hen<strong>de</strong>rson & Inbusch


Espectro <strong>de</strong> emissão do<br />

Eu 3+ em LiNbO 3<br />

Optical Spectroscopy<br />

of Inorganic Solids.<br />

Garcia Solé, Bausá & Jaque<br />

O espectro <strong>de</strong> luminescência do Eu 3+ produz radiação vermelha e consiste <strong>de</strong><br />

quatro grupos <strong>de</strong> linhas, correspon<strong>de</strong>ndo as transições do estado excitado 5 D 0<br />

para os sub-estados 7 F J<br />

(com J = 1 a 4) . Observe que a transição 5 D 0<br />

→ 7 F 1<br />

mostra dois picos porque o estado terminal 7 F 1<br />

<strong>de</strong>sdobra em dois níveis, com<br />

<strong>de</strong>generescência 1 e 2.


Espectro <strong>de</strong> emissão do Eu 3+ num campo<br />

cristalino <strong>de</strong> simetria octaédrica<br />

O operador <strong>de</strong> dipolo elétrico transforma como<br />

a representação T 1<br />

(que correspon<strong>de</strong> a D 1 )<br />

Como D 0 × D 1 = D 1 , apenas a transição<br />

5<br />

D 0<br />

→ 7 F 1<br />

será permitida por dipolo elétrico.<br />

Isto correspon<strong>de</strong> a regra da Mec. Quântica:<br />

∆J = 0, ±1 (com exeção <strong>de</strong> J = 0 → J´ = 0)<br />

Optical Spectroscopy of Inorganic Solids<br />

Garcia Solé, Bausá & Jaque<br />

O espectro <strong>de</strong> emissão do Eu 3+<br />

terá uma única linha


Espectro <strong>de</strong> emissão do Eu 3+ num<br />

campo cristalino <strong>de</strong> simetria D 3<br />

Em D 3 : x,y ⇒ E enquanto z ⇒ A 2<br />

1 - se o campo elétrico da radiação emitida<br />

for paralelo a x ou y, então A 1 × E = E<br />

Apenas as transições A 1 → E são permitidas<br />

2 - se o campo elétrico da luz emitida for<br />

paralela a z, então A 1 × A 2 = A 2<br />

Apenas as transições A 1 → A 2 são<br />

permitidas.<br />

Optical Spectroscopy of Inorganic Solids<br />

Garcia Solé, Bausá & Jaque


Espectro <strong>de</strong> absorção e <strong>de</strong> luminescência do Yb 3+ (4f 13 ) em CaF 2<br />

Por causa do gran<strong>de</strong> acoplamento<br />

spin-órbita do Yb 3+ , o estado 4 F 5/2<br />

está a 10.000 cm -1 acima do nivel<br />

fundamental 4 F 7/2<br />

.<br />

A substituição do Yb 3+ pelos Ca 2+ nos<br />

sitios cubicos do CaF 2<br />

leva ao<br />

<strong>de</strong>sdobramento do estado 4 F 5/2<br />

em<br />

dois níveis e do 4 F 7/2<br />

em tres níveis.<br />

Além da transições dos íons em sítios<br />

cubicos observam-se linhas <strong>de</strong> Yb 3+<br />

em sítios <strong>de</strong> baixa simetria ou clusters<br />

Optical Spectroscopy of Inorganic Solids. Hen<strong>de</strong>rson & Inbusch


Desdobramento dos níveis J <strong>de</strong> íons <strong>de</strong> Terras Raras para diferentes simetrias <strong>de</strong><br />

campo cristalino<br />

Representação esquemática<br />

do <strong>de</strong>sdobramento do nível J<br />

num campo cristalino <strong>de</strong><br />

simetria octaédrica<br />

Optical Spectroscopy of Inorganic Solids. Hen<strong>de</strong>rson & Inbusch


Espectro <strong>de</strong> luminescência<br />

YAG: Nd 3+<br />

As proprieda<strong>de</strong>s espectroscópicas<br />

do Nd 3+ (4f 3 ) tem sido muito<br />

estudadas, particularmente em<br />

Y 3 Al 5 O 12 (YAG) e em vidros, on<strong>de</strong><br />

a linha <strong>de</strong> emissão em 1.06 µm<br />

(9.4×10 3 cm -1 ) é uma eficiente<br />

transição laser.<br />

A figura mostra as transições<br />

luminescentes do nivel 4 F 3/2 a<br />

todos os níveis 4 I J , cada um <strong>de</strong>les<br />

<strong>de</strong>sdobrado pelo campo cristalino.<br />

Optical Spectroscopy of<br />

Inorganic Solids.<br />

Hen<strong>de</strong>rson & Inbusch


Luminescência em cristais<br />

ou em vidros dopados com<br />

Mn 2+ , Eu 3+ e Er 3+<br />

Os íons <strong>de</strong> Terras Raras (Erbio,<br />

Yterbio, Europio, etc) não são muito<br />

sensíveis a intensida<strong>de</strong> do campo<br />

cristalino porque os orbitais 4f n ficam<br />

blindados pelos 5d e 6s. A posição<br />

das linhas nos espectros <strong>de</strong><br />

luminescência são aproximadamente<br />

as mesmas em qualquer matriz.<br />

Wilson et al.<br />

Phys. Rev. B 19 (8) 4238 (1979)


Espectro <strong>de</strong> emissão do MnF 2<br />

O íon Mn 2+ no MnF 2 é oticamente ativo,<br />

dando a cor rosa-alaranjada ao cristal.<br />

O MnF 2 absorve radiação e a re-emite,<br />

mais a sua luminescência não se <strong>de</strong>ve<br />

aos Mn 2+ intrinsecos senão aqueles<br />

íons afetados por impurezas vizinhas,<br />

que atuam como armadilhas (traps).<br />

O espectro mostra a emissão das<br />

armadilhas Mg(II) e Mg(III) que<br />

correspon<strong>de</strong>m aos íons Mn 2+ segundos<br />

ou terceiros vizinhos <strong>de</strong> impurezas<br />

naturais <strong>de</strong> Mg 2+ (muito difíceis <strong>de</strong><br />

remover do cristal. As bandas S(II) e<br />

S(III) são magnon si<strong>de</strong>bands permitidas<br />

por dipolo elétrico associadas aos<br />

mesmos sítios.<br />

Cheetham & Day, Solid State Chemistry: techniques


MnF 2 : Eu 3+<br />

O campo cristalino do MnF 2 é <strong>de</strong> baixa<br />

simetria (D 2h ) e <strong>de</strong>sdobra cada nível J do<br />

íon Eu 3+ (4f 6 ) em (2J+1) componentes.<br />

Estado fundamental: 7 F J<br />

Estado Excitado: 5 D J<br />

As linhas ficam agrupadas em 5790,<br />

5900, 6150, 6500 e 7000 Å, sendo que<br />

cada grupo correspon<strong>de</strong> a uma transição<br />

entre 5 D 0 e um dos multipletes 7 F J<br />

Todas as transições entre 5 D e 7 F são<br />

proibidas por spin, mais esta regra <strong>de</strong><br />

seleção é relaxada pelo acoplamento<br />

spin-orbita, o qual mistura estes estados.<br />

Cheetham & Day, Solid State Chemistry: techniques


Luminescência do MnF 2 : Eu 3+<br />

O sítio do Mn 2+ no MnF 2 tem simetria <strong>de</strong> inversão portanto as transições 5 D – 7 F do íon<br />

Eu 3+ (que entra na re<strong>de</strong> substituindo o Mn 2+ ) são transições dipolo magnéticas. A regra <strong>de</strong><br />

seleção das transições 5 D 0 → 7 F J são ∆J = 1<br />

A transição 5 D 0 → 7 F 1 é permitida por dipolo magnético dando a linha mais intensa do<br />

espectro <strong>de</strong> luminescência<br />

As misturas <strong>de</strong> estados provocadas pela parida<strong>de</strong> das funções <strong>de</strong> onda 4f permite<br />

transições dipolo elétricas. Neste caso as regras <strong>de</strong> seleção para um estado inicial J = 0 é<br />

∆J = 2, 4, 6 … resultado nas fortes transições 5 D 0 → 7 F 2 e 5 D 0 → 7 F 4<br />

As transições <strong>de</strong> fraca intensida<strong>de</strong> do grupo 5 D 0 → 7 F 3 não obe<strong>de</strong>cem esta regra <strong>de</strong><br />

seleção e po<strong>de</strong>m ser causadas por misturas <strong>de</strong> outros multipletes J em 7 F 3<br />

A banda 5 D 0 → 7 F 0 e totalmente proibida<br />

Wilson et al. Physical Review B 19 (8) 4238 (1979)<br />

Cheetham & Day, Solid State Chemistry: techniques


Espectro <strong>de</strong> emissão do Er 3+<br />

em MnF 2<br />

Neste material ocorrem excitações<br />

<strong>de</strong> transferência muito eficientes<br />

entre o nível 4 T 1 do Mn 2+ e o nível<br />

4<br />

F 9/2 do Er 3+<br />

Hen<strong>de</strong>rson & Inbusch, Optical<br />

Spectroscopy of Inorganic Solids.<br />

Wilson et al. Phys. Rev. B 19, 4238 (1979)


Espectro <strong>de</strong> emissão do Er 3+<br />

em MnF 2<br />

A figura mostra as transições<br />

4<br />

F 9/2 → 4 I 15/2 e 4 I 11/2 → 4 I 15/2 no<br />

espectro visível. A transição<br />

4<br />

I 13/2 → 4 I 15/2 ocorre no infravermelho,<br />

em 1.5 µm (6.7×10 3 cm -1 ).<br />

Optical Spectroscopy of Inorganic<br />

Solids. Hen<strong>de</strong>rson & Inbusch


Fluorescência do Eu 3+ num complexo molecular<br />

Ainda que o Eu 3+ em solução não<br />

fluoresce, os complexos apresentam uma<br />

forte luminescência resultante da<br />

absorção <strong>de</strong> luz pelo ligante orgánico<br />

seguido <strong>de</strong> uma transferência <strong>de</strong> energia<br />

intramolecular do estado excitado do<br />

ligante para estado excitado do íon<br />

emisor Eu 3+<br />

Figura: direita: espectro <strong>de</strong> excitação:<br />

espectro da luz absorvida que resulta na<br />

emissão a 700 nm. Esquerda: espectro <strong>de</strong><br />

emissão <strong>de</strong>vido ao Eu 3+<br />

Haken & Wolf, Molecular physics<br />

and elements of quantum chemistry


A figura mostra os espectros <strong>de</strong> absorção e<br />

<strong>de</strong> luminescência <strong>de</strong> um cristal <strong>de</strong> LiNbO 3<br />

dopado com Cr 3+ .<br />

O espectro <strong>de</strong> luminescência consiste <strong>de</strong><br />

uma banda larga centrada em 890 nm<br />

(11.236 cm -1 ).<br />

Transição: 4 T 2g → 4 A 2g no Cr 3+<br />

λ= 890 nm, ν = 1.1 × 10 4 cm -1<br />

E = hcν = 1.38 eV<br />

J. Non-Crystalline Solids 352, 2395 (2006)


SiO 2<br />

– Al 2<br />

O 3<br />

– Na 2<br />

O – ZnF 2<br />

glasses


Up conversion process: o Yb 3+ é excitado do nível 2 F 7/2 ao 2 F 5/2 por bombeamento em<br />

980 nm e <strong>de</strong>pois transfere sua energia ao Er 3+ . Este íon é excitado ao estado 4 I 11/2<br />

O Er 3+ no nível 4 I 11/2 é promovido ao nível 4 F 7/2 pela mesma transferência <strong>de</strong> energia, e<br />

dalí relaxa não – radiativamente aos níveis 2 H 11/2 e 4 S 3/2 , produzindo-se as transiçòes<br />

2<br />

H 11/2 → 4 I 15/2 e 4 S 3/2 → 4 I 15/2 .


75NaPO 3<br />

– 25Nb 2<br />

O 5<br />

: Yb 3+ , Er 3+<br />

<strong>Espectros</strong> <strong>de</strong> luminescência<br />

(a) Amostra com 2 mol% Yb 3+ + 1 mol% Er 3+<br />

excitado por 976 nm em diferentes potências.<br />

A emissão no ver<strong>de</strong> mostra duas componentes<br />

523 nm ( 2 H 11/2 → 4 I 15/2 ) e 543 nm ( 4 S 3/2 → 4 I 15/2 )<br />

A emissão no vermelho: 658 nm ( 4 F 9/2 → 4 I 15/2 )<br />

(b) Amostra com 2 mol% Yb 3+ + 2 mol% Er 3+.<br />

Neste caso a emissão ver<strong>de</strong> é mais intensa que<br />

a do vermelho.


75NaPO 3<br />

– 25Nb 2<br />

O 5<br />

: Yb 3+ , Er 3+ glass<br />

A figura mostra o esquema <strong>de</strong> energia <strong>de</strong> íon<br />

livre do Er 3+ e do Yb 3+ , o processo <strong>de</strong> absorção<br />

<strong>de</strong> um foton pelo Yb 3+ , o processo <strong>de</strong><br />

transferência <strong>de</strong> energia Yb 3+ → Er 3+ (ET 1 ) e o<br />

Subsequente <strong>de</strong>caimento multifonon do nível<br />

4<br />

I 11/2 para o nível 4 I 13/2 (MD) a qual resulta na<br />

emissão observada em 1527 nm<br />

Barbosa et al., Journal of Non-Crystalline<br />

Solids 352, 3636, 2006


Rare earth emission in solids<br />

As transições f – f se caraterizam<br />

pelas linhas finas (largura 1 cm -1 ) a<br />

baixas temperaturas<br />

Algumas transições são fracamente<br />

permitidas. Em parte isso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

da simetria do campo cristalino.<br />

O <strong>de</strong>caimento <strong>de</strong> um íon <strong>de</strong> Terra<br />

rara num estado excitado po<strong>de</strong><br />

ocorrer via fonons no lugar <strong>de</strong> foton,<br />

dando lugar as multiphonon<br />

transitions<br />

D.R. Vig (ed.), Handbook of Applied Solid State Spectroscopy


Centros <strong>de</strong> cor<br />

A figura mostra as bandas <strong>de</strong><br />

absorção e <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> centros F<br />

em KBr para diferentes temperaturas<br />

(Phys. Lett. 11, 15, 1964)<br />

O potencial no qual está situado o<br />

eletron é <strong>de</strong>terminado pela<br />

distribuição <strong>de</strong> carga dos íons<br />

vizinhos. O acoplamento entre o<br />

centro F e a re<strong>de</strong> é muito forte, e os<br />

espectros <strong>de</strong> absorção e <strong>de</strong> emissão<br />

mostraram bandas largas.<br />

D.R. Vig (ed.), Handbook of Applied Solid State Spectroscopy


Centros <strong>de</strong> cor<br />

A figura mostra as bandas <strong>de</strong> absorção e <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> um centro F + no óxido <strong>de</strong> calcio<br />

a 4 K. Um centro F + é aquele no qual a carga efetiva do centro é +1 em relação ao íon<br />

que normalmente ocuparia esse sítio. Como o oxigênio tem carga -2 em sólidos, o centro<br />

F + tem um eletron numa vacância <strong>de</strong> oxigênio. O quadro é analogo ao do centro F em<br />

halogenetos alcalinos, mais neste caso o eletron está ligado mais fracamente com a<br />

vacância. Consequentemente as bandas <strong>de</strong> absorção e emissão mostram estrutura<br />

vibracional.<br />

D.R. Vig (ed.), Handbook of Applied Solid State Spectroscopy


Luminescência <strong>de</strong> semicondutores<br />

A figura mostra (a) o nível eletrónico <strong>de</strong> um semicondutor tipo p (dopado com Cd) e tipo<br />

n (dopado com S) numa junção p – n GaP e (b) o espectro <strong>de</strong> emissão dos níveis <strong>de</strong><br />

impurezas no diodo GaP. A emissão ver<strong>de</strong> – amarela a 2.2 eV (536.5 nm) resulta da<br />

Recombinação <strong>de</strong> pares doador – aceitor. As transições entre o nivel <strong>de</strong> exciton do<br />

Complexo Cd – O e o nivel aceitor resultam na emissão vermelha.<br />

Kuzmani, Solid State Spectroscopy


Referências Bibliográficas<br />

Atkins + <strong>de</strong> Paula, Físico Química (7 a ed) – Capítulo 17<br />

Hollas, Mo<strong>de</strong>rn Spectroscopy (2 nd ed)<br />

Lumb: Luminescence Spectroscopy<br />

Goldberg, Luminescence of inorganic solids<br />

Dekker, Solid State Physics<br />

Cheetham & Day, Solid State Chemistry: techniques<br />

Kuzmani, Solid State Spectroscopy<br />

Haken & Wolf: Molecular Physics and Elements of Quantum Chemistry<br />

De Luca, J. Chem. Education 57 (8) 541 (1980)<br />

Hen<strong>de</strong>rson & Inbusch, Optical Spectroscopy of Inorganic Solids.<br />

Garcia Solé, Bausá & Jaque ,Optical Spectroscopy of Inorganic Solids.<br />

Aplicações em bioquímica:<br />

Catherine A. Royer, Biophisical Journal 68, 1191 – 1195 (1995)<br />

Campbell & Dwek, Biological Spectroscopy

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