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Dental Press

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[ caso clínico ] Influência da tomografia computadorizada de feixe cônico no plano de tratamento do dens invaginatus<br />

Introdução<br />

Dens invaginatus é uma anomalia de desenvolvimento<br />

(malformação) de dentes resultante de uma invaginação<br />

da papila dentária durante o desenvolvimento<br />

do dente. O dente afetado mostra uma profunda<br />

invaginação de esmalte e dentina a partir do forame<br />

ou mesmo a partir das pontas de cúspides, e pode se<br />

estender em profundidade pela raiz 1 .<br />

Todos os dentes podem ser afetados, mas a prevalência<br />

no incisivo lateral superior é maior e a ocorrência<br />

bilateral é comum. O tratamento endodôntico pode<br />

apresentar sérias dificuldades e problemas devido à<br />

complexa anatomia desses dentes 2-6 . Desde a segunda<br />

metade do século 19, a literatura odontológica tem relatado<br />

essa malformação com os seguintes sinônimos:<br />

dens in dens, odontoma invaginado, odontoma dilatado<br />

composto, inclusão dentária, dentoide in dens 1-7 .<br />

Hülsmann 1 , com base em vários estudos, apresenta<br />

sete possibilidades sobre a etiologia da malformação<br />

dens invaginatus, que são controversas e ainda hoje permanecem<br />

obscuras. Essas teorias sobre a etiologia do<br />

dens invaginatus têm sido propostas para explicar essas<br />

malformações: a pressão de crescimento da arcada<br />

dentária resulta na deformação do órgão do esmalte; a<br />

invaginação resulta de uma falha focal do crescimento<br />

do epitélio interno do esmalte, enquanto o epitélio normal<br />

circundante continua a proliferar e circunda a área<br />

estática; a invaginação é resultado de uma proliferação<br />

rápida e agressiva de uma parte do epitélio interno do<br />

esmalte invadindo a papila dentária. Oehlers 8 considerou<br />

que a distorção do órgão do esmalte durante o desenvolvimento<br />

dentário e subsequente protrusão de uma parte<br />

do órgão do esmalte vai levar à formação de um canal<br />

revestido de esmalte terminando no cíngulo ou ocasionalmente<br />

na borda incisal; a última pode estar associada<br />

à forma irregular da coroa, uma fusão de dois germes de<br />

dentes, infecção, lesão dentária traumática; fatores genéticos.<br />

Alani e Bishop 7 relataram recentemente que a etiologia<br />

exata do dens invaginatus é desconhecida, embora<br />

uma causa genética seja o fator mais provável.<br />

Em muitos casos, um dens invaginatus é detectado<br />

pelo exame radiográfico de rotina, e pode ser facilmente<br />

negligenciado por causa da ausência de qualquer<br />

sinal clínico significativo da anomalia. Isso é lamentável,<br />

já que a presença de uma invaginação pode<br />

aumentar o risco de cárie, patologia pulpar e inflamação<br />

periodontal 2-6 .<br />

A tomografia computadorizada de feixe cônico<br />

(TCFC) permitiu recentemente a inclusão da terceira<br />

dimensão na Odontologia, sendo um benefício para<br />

todas as áreas, já que até este momento não havia utilizado<br />

as vantagens da TC médica devido à falta de<br />

especificidade. A TCFC é uma ferramenta importante<br />

no diagnóstico, com características não-destrutivas<br />

e não-invasivas 9,10 , e essa ferramenta de diagnóstico<br />

permite a visualização de uma imagem tridimensional<br />

em que um novo plano foi acrescentado: profundidade.<br />

Sua aplicação clínica permite alta precisão e está<br />

relativamente acessível 11-15 .<br />

Este artigo discute um relato de caso em que a radiografia<br />

de 2-D mostra um aspecto padrão do tipo<br />

2 de dens invaginatus em um incisivo lateral conoide,<br />

que em um primeiro momento parece ser possível o<br />

tratamento endodôntico. As imagens 3-D resultaram<br />

em informações adicionais que não haviam sido vistas<br />

com a radiografia periapical comumente utilizada.<br />

Relato do Caso<br />

Um homem de 20 anos foi encaminhado ao serviço<br />

de clínica da Faculdade de Odontologia da Universidade<br />

Federal de Goiás, a fim de avaliar e esclarecer<br />

um problema de saúde bucal, e desconforto esporádico<br />

durante a mastigação. A história médica foi negativa<br />

para a doença concomitante, sem nenhuma<br />

contribuição. O exame clínico revelou a presença de<br />

inflamação periodontal. Não havia sintoma espontâneo<br />

ou edema nos dentes, mas foi detectada uma<br />

grande mobilidade no incisivo lateral superior esquerdo.<br />

O teste de vitalidade pulpar foi negativo. A radiografia<br />

periapical revelou um dens invaginatus tipo 2, associado<br />

à radioluscência periapical. Considerando-se<br />

o desconforto do paciente, problemas periodontais,<br />

ortodônticos e endodônticos, sugeriu-se a realização<br />

de imagem TCFC com i-CAT Cone Beam System<br />

de imagens 3D (Imaging Sciences International,<br />

Hatfield, PA, EUA). Os volumes foram reconstruídos<br />

com voxels isotrópicos-isométricos medindo 0,20mm<br />

x 0,20mm x 0,20mm. A voltagem foi de 120kVp, corrente<br />

de 3,8mA e tempo de exposição de 40 segundos.<br />

As imagens foram examinadas com o software próprio<br />

do scanner (Xoran versão 3.1.62; Xoran Technologies,<br />

Ann Arbor, Michigan, EUA) em um computador de<br />

mesa executando o Microsoft Windows XP Professional<br />

SP2 (Microsoft Corp, Redmond, WA, EUA), com<br />

© 2011 <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Endodontics 88<br />

<strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Endod. 2011 apr-june;1(1):87-93

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