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Dental Press

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Souza MA, Menin MLF, Montagner F, Cecchin D, Farina AP<br />

Introdução<br />

O sucesso da terapia endodôntica está embasado<br />

não somente no correto diagnóstico, mas também no<br />

adequado planejamento e execução técnica e, principalmente,<br />

nos cuidados com a manutenção da cadeia<br />

asséptica durante o atendimento do paciente.<br />

Os instrumentos endodônticos são utilizados para<br />

remover os remanescentes de tecido pulpar durante os<br />

procedimentos de limpeza e modelagem do sistema de<br />

canais radiculares. Esses instrumentos podem ser reciclados<br />

para reutilização após o seu primeiro uso. Em<br />

um amplo estudo, foi registrado que 88% dos dentistas<br />

clínicos gerais no Reino Unido reprocessam as limas<br />

endodônticas após o seu uso 1 .<br />

Como conduta obrigatória de biossegurança, os instrumentos<br />

endodônticos, para serem reutilizados, terão<br />

que passar por um processo de limpeza antes da esterilização<br />

2 , uma vez que a presença de matéria orgânica<br />

e/ou resíduos nos instrumentos pode interferir no processo<br />

de esterilização, pois cria barreiras de proteção<br />

para os microrganismos, podendo impedir a penetração<br />

do agente esterilizante 3 .<br />

Os procedimentos de pré-lavagem e autoclave podem<br />

ser utilizados para esterilizar os instrumentos endodônticos<br />

4,5 . No entanto, a complexa arquitetura das<br />

limas endodônticas pode dificultar tais procedimentos<br />

5 . Estruturas dentárias e debris orgânico têm sido<br />

observados na superfície de instrumentos rotatórios,<br />

especialmente na região de trincas 6 . Segundo estudo<br />

prévio, 66% das limas endodônticas recuperadas por<br />

dentistas clínicos gerais se mantiveram visivelmente<br />

contaminadas 7 . Dessa forma, existe a possibilidade de<br />

contaminação cruzada associada com a incapacidade<br />

de limpar e esterilizar adequadamente as mesmas,<br />

sendo sugerido que esses instrumentos devam ser dispositivos<br />

de uso único.<br />

Portanto, o objetivo do presente estudo foi determinar<br />

a presença de debris remanescentes na superfície<br />

das limas endodônticas após a realização de um processo<br />

de limpeza e analisar a sua influência sobre o processo<br />

de esterilização.<br />

Metodologia<br />

Foram selecionadas para a realização do presente<br />

estudo 50 limas endodônticas tipo K #25, independentemente<br />

de sua marca comercial. As amostras foram<br />

divididas em dois grupos (n=25) de acordo com<br />

Tabela 1. Distribuição das amostras nos grupos.<br />

Grupo Método N Utilização Limpeza Esterilização<br />

prévia<br />

G1 MEV 25 Sim Sim Sim<br />

G2 Cultura 25 Sim Sim Sim<br />

o método de análise, utilização prévia e realização de<br />

protocolo de desinfecção, conforme a Tabela 1.<br />

Os instrumentos endodônticos foram obtidos diretamente<br />

de alunos da Faculdade de Odontologia da<br />

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul<br />

(PUC-RS, Porto Alegre, RS, Brasil). O protocolo de limpeza<br />

utilizado consistiu em escovação com gluconato<br />

de clorexidina 2% (Globomed, Sacomã, SP, Brasil), lavagem<br />

em água corrente e secagem. Previamente às<br />

análises, as amostras foram acondicionadas em tubos<br />

plásticos tipo Eppendorf (Eppendorf AG, São Paulo, SP,<br />

Brasil) e esterilizadas em autoclave (Dabi Atlante, Ribeirão<br />

Preto, SP, Brasil).<br />

Análise em Microscopia Eletrônica de Varredura<br />

As limas endodônticas do Grupo 1 foram removidas<br />

dos tubos plásticos de Eppendorf com uma pinça clínica<br />

e manipuladas apenas pelo cabo, evitando qualquer<br />

contato na parte ativa do instrumento. Os instrumentos<br />

tiveram seus cabos removidos através de um alicate de<br />

corte e suas hastes metálicas, compostas pela lâmina<br />

de corte e porção intermediária, foram fixadas em stubs<br />

para posterior observação.<br />

Após esse processo, as amostras foram levadas ao<br />

microscópio eletrônico de varredura. A porção inicial<br />

da lâmina ativa de cada instrumento foi avaliada sob<br />

magnificação de 150 vezes e com 15kV, sendo obtidas<br />

as imagens para cada instrumento.<br />

As imagens foram avaliadas por 4 examinadores<br />

previamente calibrados através de teste Kappa para<br />

concordância interexaminadores. Foi atribuído um<br />

escore numérico para cada imagem, representando<br />

o respectivo grau de sujidade para cada instrumento:<br />

1 = ausência de resíduos na superfície da lima; 2 = superfície<br />

da lima praticamente limpa, ou seja, apresentando<br />

pequena quantidade de resíduos; 3 = superfície da lima<br />

apresentando média quantidade de resíduos; 4= superfície<br />

da lima com grande quantidade de resíduos.<br />

Os dados obtidos foram submetidos ao teste de<br />

Kruskal-Wallis, utilizado a moda da avaliação qualitativa,<br />

em um nível de significância de 5%.<br />

© 2011 <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Endodontics 83<br />

<strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Endod. 2011 apr-june;1(1):82-6

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