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Deonízio MD, Sydney GB, Batista A, Estrela C<br />

Introdução<br />

O sucesso do tratamento endodôntico está relacionado<br />

com vários fatores, principalmente com a correta<br />

limpeza, modelagem e sanificação do canal radicular 1 . O<br />

preparo do canal empregando-se instrumentos e soluções<br />

irrigadoras oferece combate relativo à microbiota endodôntica.<br />

Assim, a medicação intracanal tem por objetivo<br />

ampliar o processo de sanificação do sistema de canais<br />

radiculares 2,3 .<br />

Dos medicamentos existentes, o hidróxido de cálcio é<br />

o mais utilizado devido às suas propriedades físico-químicas.<br />

Tem alto pH, grande atividade antimicrobiana, atua<br />

na degradação dos lipopolissacarídeos bacterianos e induz<br />

o processo de reparo pela formação de tecido duro 3-6 .<br />

À medida que ocorre a dissociação iônica do hidróxido<br />

de cálcio, a quantidade de pasta a ser colocada no<br />

interior do canal radicular deve ser suficiente para fornecer<br />

quantidade de íons cálcio e hidroxila pelo período<br />

de tempo necessário para a sanificação do sistema de<br />

canais radiculares 4,7,8,9 . Essa efetividade está na dependência<br />

da ação direta entre a pasta e os microrganismos<br />

remanescentes nos túbulos dentinários 7,11 . Para alcançar<br />

esse objetivo, o canal radicular deve estar homogênea<br />

e completamente preenchido com a pasta de hidróxido<br />

de cálcio, mostrando uma imagem radiográfica densa<br />

tridimensionalmente 6,8 . Muitas vezes, a inefetividade do<br />

hidróxido de cálcio pode ser explicada pela maneira pela<br />

qual é inserido, sem o preenchimento completo do terço<br />

médio e principalmente do apical 9 .<br />

A medicação de hidróxido de cálcio pode ser inserida<br />

no canal radicular utilizando-se instrumentos e materiais<br />

endodônticos como limas endodônticas tipo K, calcadores<br />

endodônticos, pontas de papel, cones de guta-percha,<br />

porta-amálgama, compactador de McSpadden, propulsor<br />

de Lentulo, limas ultrassônicas e sônicas, ou com a seringa<br />

ML (SS White) e agulha 27G longa 3,4,5 .<br />

Cvek et al. 12 sugerem o uso de uma seringa de injeção<br />

ou espiral de Lentulo seguida de condensação vertical<br />

para a inserção. Webber et al. 13 propuseram um transportador<br />

plástico para levar a pasta no interior do canal<br />

radicular seguido de uma efetiva condensação vertical.<br />

Para Antony e Senia 14 , a técnica ideal é com o propulsor<br />

de Lentulo. Leonardo 15 recomendou o uso de uma seringa<br />

especial com agulha longa G-27 no sistema denominado<br />

Calen. Sigurdsson et al. 16 compararam o propulsor de Lentulo,<br />

a lima endodôntica e a seringa e apontaram melhores<br />

resultados para o primeiro, estando de acordo com outros<br />

autores 12,14 . No entanto, esse resultado não tem sido unânime<br />

e espaços vazios têm sido identificados em alguns<br />

estudos 3,17,18 . Estrela et al. 3 , estudando o preenchimento<br />

de canais radiculares em dentes de cães com a pasta de<br />

hidróxido, observaram o menor índice de espaços vazios<br />

quando a pasta foi inserida, em ordem crescente, com lima<br />

tipo K, pontas de papel absorvente, calcadores e propulsor<br />

de Lentulo. Por outro lado, Torres et al. 19 concluíram que<br />

a radiodensidade da pasta em canais radiculares curvos<br />

simulados foi significativamente maior quando apenas o<br />

propulsor de Lentulo foi empregado.<br />

Percebe-se, então, que existem dois pontos críticos no<br />

preenchimento do canal radicular empregando-se o propulsor<br />

de Lentulo: a velocidade e a quantidade de pasta<br />

inserida a cada tempo. Há poucos dados na literatura referentes<br />

à velocidade. Na metodologia utilizada por Deveaux<br />

et al. 18 , a velocidade foi determinada em 500rpm, sem<br />

maiores explicações; e Rahde et al. 20 e Caliskan et al. 21 referem-se<br />

apenas a velocidade moderada, sem especificá-la.<br />

Assim, o objetivo do presente estudo foi verificar a eficácia<br />

do propulsor de Lentulo, quando utilizado em diferentes<br />

velocidades, no preenchimento de canais radiculares<br />

com pasta de hidróxido de cálcio.<br />

Material e Métodos<br />

Trinta pré-molares inferiores provindos do Banco de<br />

Dentes do Curso de Odontologia da Universidade Federal<br />

do Paraná, sob autorização do Comitê de Ética em Pesquisa<br />

do Setor de Ciências da Saúde (Registro CEP/SD:<br />

584.121.08.07; CAAE: 2407.0.000.091-08), foram selecionados<br />

para este estudo. Os dentes foram classificados pelo<br />

comprimento (20mm) e presença de canal único, confirmado<br />

por meio de imagem radiográfica nos sentidos mesiodistal<br />

e vestibulolingual. A coroa dentária foi mantida<br />

para reproduzir as condições clínicas.<br />

Os dentes tiveram suas cavidades de acesso realizadas<br />

utilizando-se ponta esférica diamantada de alta rotação<br />

número 1014 (KG Sorensen) para a obtenção da forma<br />

de conveniência, e completadas com 3205 (KG Sorensen)<br />

para a forma de conveniência. O comprimento de trabalho<br />

foi determinado pela visualização da ponta da lima K<br />

#10 (Dentsply/ Maillefer) no forame apical, recuando-se<br />

um milímetro.<br />

Os canais radiculares foram preparados empregando-<br />

-se a técnica de ampliação reversa com auxílio de contraângulo<br />

de rotação alternada TEP 4R-NSK, ampliados até<br />

o instrumento #50, e a medida de trabalho estabelecida<br />

© 2011 <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Endodontics 59<br />

<strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Endod. 2011 apr-june;1(1):58-63

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