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Dental Press

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Guimarães MRFSG, Gomide HA, Oliveira MAVC, Biffi JCG<br />

Introdução<br />

Procedimentos endodônticos podem contribuir tanto<br />

para o desenvolvimento da fratura radicular vertical<br />

como para outros defeitos localizados, como linhas de<br />

fissura ou rachaduras incompletas na dentina radicular<br />

1 . Esses defeitos localizados podem ter potencial em<br />

desenvolver fraturas 2 e, portanto, deveriam ser prevenidos.<br />

A fratura radicular vertical do dente é uma implicação<br />

clínica e, por ser no sentido longitudinal, estende-se<br />

através de toda a espessura da dentina do canal<br />

radicular até o periodonto 4 . Apresenta um prognóstico<br />

desfavorável, resultando em exodontia do dente ou ressecção<br />

da raiz afetada 3,4 .<br />

Vários fatores podem ser responsáveis pelo aumento<br />

do potencial do risco de fraturas dentárias radiculares,<br />

e alguns não podem ser controlados pelo<br />

cirurgião-dentista, como a redução das propriedades<br />

mecânicas da estrutura dentária, causada por processos<br />

fisiológicos e patológicos 5 . Mas há muitos outros<br />

fatores que podem ser controlados durante e após o<br />

tratamento endodôntico. Dentre eles, podemos citar<br />

a cavidade de acesso, o preparo do canal radicular, a<br />

irrigação, a obturação, o preparo do canal para o pino<br />

intrarradicular 1,5 e a restauração coronária 5 .<br />

Estudos in vitro examinaram o efeito de várias técnicas<br />

de obturação na resistência à fratura de dentes<br />

tratados endodonticamente 1,2,6-11 . Em comparação<br />

com a condensação termoplastificada, maiores forças<br />

ocorrem durante as técnicas de obturação com condensação<br />

lateral, com compactação vertical aquecida<br />

ou com compactação termomecânica 6,7 . Na condensação<br />

lateral, o uso de espaçadores maiores que o de<br />

tamanho nº 25 causa uma diminuição significativa na<br />

resistência à fratura das raízes dentárias 11 . Isso porque<br />

a inserção do espaçador durante a obturação pode<br />

causar forças excessivas, gerando estresse dentro do<br />

canal radicular 12 . Entretanto, mesmo usando um espaçador<br />

fino durante a condensação lateral, linhas de fissura<br />

ocorrem nas raízes 2 . A pressão aplicada durante<br />

a condensação lateral é insuficiente para causar fratura<br />

radicular vertical 10 , porém pode causar maiores<br />

defeitos na dentina radicular 12 do que em técnicas de<br />

obturação sem compactação ativa 1 .<br />

Sendo assim, o presente estudo avaliou a resistência<br />

máxima de fratura radicular e a força produzida por<br />

cinco diferentes operadores na condensação lateral e<br />

vertical durante a obturação do canal radicular.<br />

Material e Métodos<br />

Foram selecionados setenta e quatro dentes humanos<br />

unirradiculares recém-extraídos, caninos superiores<br />

e pré-molares inferiores, armazenados em solução de<br />

formol a 10%. Os dentes foram seccionados horizontalmente<br />

próximo à junção cemento-esmalte, com auxílio<br />

de disco diamantado (KG Sorensen, Barueri, SP, Brasil)<br />

sob refrigeração. Em seguida, as raízes mensuradas foram<br />

armazenadas em recipientes individuais, com gaze<br />

umedecida em solução de soro fisiológico, para manter<br />

a umidade relativa dos elementos dentários.<br />

As raízes foram incluídas em Resina Epóxi Adesivo<br />

B flexível (Polipox Ind. e Com. Ltda), paralelamente às<br />

paredes de tubos de PVC de 25mm de altura, com diâmetro<br />

externo de 25mm e diâmetro interno de 21mm,<br />

com auxílio de silicone para o posicionamento e fixação<br />

da raiz no interior do tubo.<br />

Após 48 horas da inclusão dos dentes, período<br />

de presa final da resina, as amostras foram divididas<br />

aleatoriamente. Cinquenta amostras foram utilizadas<br />

para mensuração da força axial de condensação<br />

lateral e vertical, tendo cinco endodontistas participado<br />

do presente estudo. Os profissionais foram<br />

classificados em A, B, C, D e E. Cada profissional recebeu<br />

dez corpos de prova, sendo os dois primeiros<br />

utilizados para a calibração do equipamento durante<br />

o monitoramento do procedimento de condensação<br />

lateral e vertical, de acordo com cada profissional.<br />

Os oito corpos de prova restantes foram obturados<br />

pela técnica da condensação lateral e, no final, com<br />

condensação vertical. Com o objetivo de reproduzir<br />

as condições de trabalho do cirurgião-dentista no<br />

consultório, foi desenvolvido um dispositivo especificamente<br />

para esse estudo: uma haste metálica<br />

de 60cm adaptada à máquina de ensaios mecânicos<br />

(EMIC DL-2000, São José dos Pinhais, PR, Brasil)<br />

com célula de carga de 20kg, de forma que o<br />

corpo de prova ficasse em uma posição próxima<br />

àquela ocupada na cavidade bucal (Fig. 1A). Além<br />

disso, sobre essa barra um apoio metálico foi utilizado<br />

para que os profissionais pudessem apoiar as<br />

mãos durante os procedimentos clínicos (Fig. 1B).<br />

Durante o procedimento, as forças geradas foram<br />

registradas pelo software M-Test da máquina de ensaios<br />

mecânicos, e transformadas em gráficos (Fig.<br />

2) para posterior análise das forças exercidas (Kg).<br />

A instrumentação do canal radicular foi realizada<br />

© 2011 <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Endodontics 53 <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Endod. 2011 apr-june;1(1):52-7

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