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[ artigo original ] Determinação in vitro do efeito antimicrobiano direto do hidróxido de cálcio associado a diferentes substâncias frente a cepas de Enterococcus faecalis Todas as amostras foram congeladas a -20ºC e foram isoladas em M-Enterococcus ágar (Difco ® ). As cepas foram, então, identificadas na sequência de uma rotina de identificação padrão descrita por Koneman et al. 1 A ativação das amostras foi realizada em placas de ágar M-Entorococcus (Difco ® ) em uma estufa com temperatura em 36 o C por 18-24 horas. Posteriormente, as colônias foram suspensas em caldo BHI (Oxoid ® ), até que a turbidez completa do meio fosse observada. Testes antimicrobianos das substâncias Todas as substâncias bacterianas testadas neste estudo foram baseadas em pasta de hidróxido de cálcio PA (Tab. 1). Tabela 1. Pastas empregadas no experimento. Ca(OH) 2 + extrato de guaçatonga em propilenoglicol Ca(OH) 2 + clorexidina a 1% em propilenoglicol Ca(OH) 2 + propilenoglicol puro As pastas foram preparadas por meio da mistura de 2 gramas de pó para 70 gotas de cada veículo correspondente, resultando em uma mistura com consistência de creme dental após espatulação. Para cada material testado, 12 gramas de pasta de hidróxido de cálcio foram manipuladas. Avaliação da atividade antimicrobiana As suspensões do inóculo em caldo BHI (Oxoid ® ), foram diluídas em 5ml de solução salina estéril para chegar à turbidez correspondente a um padrão de McFarland (escala 1,0 = 3 x 10 8 células/ml). Para o teste da ação antimicrobiana, 1.200 pontas de papel (Tanari ® , Tanariman Ltda), previamente esterilizadas em autoclave, foram imersas nas suspensões experimentais bacterianas por 3 minutos para alcançar a contaminação. Depois disso, as pontas de papel foram removidas assepticamente da suspensão bacteriana e distribuídas na superfície de placas de Petri estéreis. As pontas contaminadas, em seguida, foram cobertas pelas pastas preparadas. As placas de Petri foram fechadas e mantidas em estufa a 37 o C. Aos períodos de 6, 24, 48 e 72 horas, e aos 7 dias, as pontas de papel foram removidas do contato direto com as pastas e colocadas em tubos de ensaio contendo 4ml de caldo Letheen (Difco ® ) estéreis. Os caldos foram incubados a 37 o C por 48 horas e avaliados visualmente quanto à turbidez macroscópica. Um inóculo contendo 0,1ml de caldo Letheen foi transferido para tubos de ensaio com 4ml de caldo BHI, que foram incubados sob as mesmas condições. Os tubos de caldo BHI teste sem evidência de turbidez foram considerados como negativos, e os que apresentassem turvação do caldo foram semeados em ágar M-Enterococcus, a fim de determinar se as bactérias permaneceram viáveis. Todos os procedimentos experimentais foram realizados sob condições assépticas, com o auxílio de uma capela de fluxo laminar, e os ensaios foram realizados em duplicata. Um experimento foi realizado com Enterococcus faecalis padrão ATCC 29212. O pH de cada pasta foi mensurado após a manipulação em água deionizada, com o auxílio de um medidor de pH. Resultados Os valores de pH para as pastas foram: 12,67 para o hidróxido de cálcio + clorexidina 1%; 12,62 para o hidróxido de cálcio + propilenoglicol; e 12,60 para o hidróxido de cálcio + extrato de Casearia sylvestris Sw. A avaliação da atividade antimicrobiana para as três pastas diferentes em 6, 24, 48, 72 horas, e aos 7 dias de pós-incubação mostrou que todas as cepas foram inibidas em todos os períodos de avaliação (Tab. 2). Discussão A eficácia de pasta de hidróxido de cálcio contra E. faecalis e outros microrganismos tem sido amplamente discutida na literatura científica 15-19 . A adição de clorexidina conferiu maior eficácia antimicrobiana à pasta de hidróxido de cálcio na desinfecção de túbulos de dentina 7 . No entanto, Schäfer et al. 17 observaram que não houve aumento de eficácia contra o E. faecalis associando o hidróxido de cálcio à clorexidina. Entretanto, Ercan et al. 18 , em um experimento in vitro envolvendo dentes extraídos, verificaram que a clorexidina gel 2% foi mais eficiente contra E. faecalis e Candida albicans em comparação à pasta de hidróxido de cálcio associada ou não à clorexidina a 2%. © 2011 Dental Press Endodontics 48 Dental Press Endod. 2011 apr-june;1(1):46-51
Weckwerth PH, Siquinelli NB, Weckwerth ACVB, Vivan RR, Duarte MAH Tabela 2. Ação antimicrobiana das pastas de hidróxido de cálcio contra as cepas bacterianas. Ca(OH) 2 + Propilenoglicol Ca(OH) 2 + Clorexidina a 1% Ca(OH) 2 + Extrato de guaçatonga 6h 24h 48h 72h 7d 6h 24h 48h 72h 7d 6h 24h 48h 72h 7d 1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 2 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 3 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 4 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 5 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 6 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 7 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 8 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 9 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 10 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 11 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 12 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 13 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 14 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 15 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 16 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 17 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 18 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 19 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 20 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 21 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 22 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 23 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 24 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 25 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 26 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 27 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 28 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 29 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 30 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 31 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 32 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 33 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 34 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 35 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 36 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 37 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 38 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 39 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 40 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - O Enterococcus faecalis necessita ser mantido em contato direto com hidróxido de cálcio para ser morto 20,21 . No presente trabalho, o menor tempo de contato direto da pasta e o Enterococcus faecalis foi de 6 horas, e nenhuma das cepas sobreviveu. Os resultados apresentados neste estudo para a pasta de hidróxido de cálcio com clorexidina estão de acordo com os de Estrela et al. 21 , que utilizaram metodologia semelhante. A ação antimicrobiana do hidróxido de cálcio decorre da liberação de íons hidroxila, com consequente aumento do pH, atingindo 11-12,5 22 . De acordo com Siqueira- -Júnior et al. 23 , o efeito letal de íons hidroxila contra células bacterianas é principalmente devido ao dano causado em sua membrana citoplasmática, desnaturação de proteínas, e os danos diretos ao DNA, mas agora está claro que um dos fatores cruciais para a sobrevivência do E. faecalis em pH alto é a presença de uma bomba de prótons que permite a homeostase citoplasmática, mesmo © 2011 Dental Press Endodontics 49 Dental Press Endod. 2011 apr-june;1(1):46-51
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