28.10.2014 Views

Dental Press

Dental Press

Dental Press

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Vieira VTL, Elias CN, Lopes HP, Moreira EJL, Souza LC<br />

Os valores de microdureza observados também foram<br />

analisados pelo teste de Kruskal-Wallis. A análise<br />

estatística confirmou que não houve diferença significativa<br />

entre os grupos (p=0,658). É possível concluir que<br />

a microdureza Vickers é independente da conicidade e<br />

da região do instrumento testado.<br />

A análise da superfície mostrou defeitos de fabricação<br />

em todos os instrumentos testados (Fig. 2).<br />

A Figura 2 mostra cavidades produzidas no processo<br />

de fabricação. É possível ver as marcas de ferramentas<br />

ao longo da direção longitudinal. Todas as amostras<br />

possuíam microcavidades.<br />

Discussão<br />

É importante que a ponta do instrumento tenha um<br />

bom acabamento e um ângulo de transição que permita<br />

a introdução no canal radicular. Pequenos ângulos<br />

(menos do que 33º) podem gerar degraus ou desvios.<br />

Os instrumentos TF ® possuem um ângulo da ponta<br />

progressivo que permite a introdução, em regiões com<br />

curvaturas importantes, sem a deformação do canal,<br />

promovendo, assim, um alargamento seguro. O ângulo<br />

da ponta arredondado pode ser classificado como<br />

suave 2 . Devido a essa configuração, é provável que o<br />

instrumento não cause danos à raiz.<br />

A dimensão D o<br />

do instrumento é determinada pelo<br />

diâmetro da base da ponta, a qual serve como referência<br />

durante a instrumentação do canal. O valor de D o<br />

e a conicidade nominal do instrumento permitem determinar<br />

o diâmetro que irá se trabalhar em um dado<br />

segmento do canal. Uma conta simples pode ser feita<br />

para determinar quais instrumentos serão utilizados<br />

em sequência para se ter um trabalho efetivo. Os valores<br />

do diâmetro das bases das pontas (D o<br />

) encontrados<br />

nesse estudo seguem a recomendação da norma nº<br />

28 da ANSI/ADA. Foi observado que os ângulos das<br />

pontas também seguem as recomendações da norma.<br />

De acordo com Thompson 3 , a transformação de<br />

fase das ligas de NiTi não mostra mudanças macroscópicas<br />

quando cargas externas causam alterações na<br />

microestrutura. O teste de flexão mostrou uma mudança<br />

na inclinação da curva depois de um aumento linear<br />

que seguiu a lei de Hooke. Essa mudança é atribuída a<br />

uma transformação de fase de austenita para martensita.<br />

Essa inclinação está de acordo com os resultados de<br />

Thompson 3 . No início, o material está na zona elástica;<br />

no final, ele se encontra na região superelástica e, entre<br />

esses dois momentos o material se encontra na região<br />

de transformação de fase.<br />

Nesse estudo, foi feito o gráfico mostrando a relação<br />

entre a força e a deformação. Thompson 3 provavelmente<br />

utilizou um fio no seu experimento, então se<br />

tornou fácil calcular a tensão (σ), utilizando a área do<br />

espécime. No caso desse estudo, devido à complexidade<br />

da forma, é impossível calcular a tensão com uma<br />

boa precisão. Entretanto, como a tensão é proporcional<br />

à força (σ = F/A), a forma da curva é a mesma.<br />

Thompson 3 mencionou que o preparo dos canais<br />

radiculares promove a transformação martensítica por<br />

tensão nos instrumentos de liga de NiTi. O nível de<br />

tensão no qual a transformação de fase ocorre não foi<br />

mencionado por autores, e foi encontrado nesse estudo<br />

sendo diferente para cada instrumento. Isso é uma<br />

informação importante para estudos futuros e para a<br />

prática clínica.<br />

De acordo com Schäfer et al. 4 , a secção transversal<br />

é o principal fator que afeta o ensaio de flexão. Isso é<br />

razoável, pois a maior área implica um maior volume<br />

de metal no núcleo do instrumento. Nesse trabalho,<br />

um fator que influenciou a força máxima para a flexão<br />

dos instrumentos a 45º foi a conicidade. A conicidade<br />

possui a mesma influência da secção transversal, pela<br />

mesma razão. Se o diâmetro da ponta é mantido constante,<br />

uma maior conicidade irá promover uma menor<br />

flexibilidade, como observado nos ensaios.<br />

De acordo com Miyai et al. 5 e Hayashi et al. 6 , a flexibilidade<br />

do instrumento é influenciada pela transformação<br />

de fase. A fase R, ou romboédrica, possui uma grande<br />

efeito memória de forma e seu o módulo de Young<br />

é menor que o da austenita, então um instrumento que<br />

passe por essa transformação será mais flexível. Estudos<br />

futuros utilizando DSC (Calorimetria Diferencial de<br />

Varredura) serão necessários para quantificar a influência<br />

da fase R na flexibilidade.<br />

Yahata et al. 7 utilizaram o mesmo modelo proposto<br />

por Miyai et al. 5 para estudar amostras recozidas. Entretanto,<br />

diferentemente desse estudo, os autores não<br />

mencionaram a força média para a transformação de<br />

fase quando o instrumento é submetido à tensão.<br />

Outros valores encontrados nesse estudo estão<br />

compatíveis com ligas de NiTi. Lopes et al. 8 encontraram<br />

valores médios de 345HV em instrumentos de NiTi<br />

(Files NiTi-flex). Serene et al. 9 encontraram valores entre<br />

303 e 362HV para a microdureza de ligas de NiTi<br />

© 2011 <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Endodontics 25<br />

<strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Endod. 2011 apr-june;1(1):21-7

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!