28.10.2014 Views

Análise de swot e balanced scorecard : uma abordagem ... - IEM

Análise de swot e balanced scorecard : uma abordagem ... - IEM

Análise de swot e balanced scorecard : uma abordagem ... - IEM

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

XXII Encontro Nacional <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Produção<br />

Curitiba – PR, 23 a 25 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002<br />

ANÁLISE DE SWOT E BALANCED SCORECARD :<br />

UMA ABORDAGEM SISTEMÁTICA E HOLÍSTICA PARA FORMULAÇÃO DA<br />

ESTRATÉGIA<br />

Regis <strong>de</strong> Freitas Martins<br />

João Batísta Turrioni<br />

Departamento <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Produção – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Itajubá<br />

Av. BPS 1313, Pinheirinho – Itajubá – MG – CEP 37500-000<br />

Abstract :<br />

This paper aims to discuss theoretically the adoptions of SWOT analisys to comply<br />

with Balanced Scorecard to formulate strategys. The Balanced Scorecard have four main<br />

process to implement a strategic management system: Explain and Translate of the vision<br />

and strategy, Comunicate and Link, Plan and Establishment of goals and Feedback and<br />

Learning. However none of them can supoort the continuous formulation of strategys. This<br />

problem could be minimized when Balanced Scorecard is integrate to SWOT analisys to<br />

formulate strategys. It also argued the SWOT analisys can play a important role to<br />

integrate Balanced Scorecard and the Strategic and Vision of an organization.<br />

Key words : Balanced Scorecard, SWOT Analisys, Strategy.<br />

1. Introdução :<br />

O dinamismo atual dos mercados impõe às empresas a necessida<strong>de</strong> da criação <strong>de</strong><br />

estratégias competitivas eficazes, n<strong>uma</strong> velocida<strong>de</strong> assustadora. Neste cenário, as<br />

estratégias consagradas no passado não garantem a sobrevivência no futuro pois a<br />

economia encontra-se constantemente em transição. Pelo contrário, as estratégias que<br />

funcionaram muito bem ten<strong>de</strong>m a ser alvo do ataque mais provável dos concorrentes.<br />

Porém, se por um lado é condição “sine qua non” a elaboração estratégica da empresa,<br />

por outro a incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> políticas estratégicas tem como vilão os métodos <strong>de</strong><br />

análise largamente adotados pelas corporações. Segundo Letza (1996), muitos<br />

pesquisadores argumentavam que as tradicionais medidas financeiras e <strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong>,<br />

reputadamente utilizadas por um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> empresas, provêem <strong>uma</strong> ina<strong>de</strong>quada e<br />

insensitiva ferramenta para tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão estratégica, pois foram <strong>de</strong>senvolvidas para<br />

compor necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relatórios regulamentares e financeiros , ao invés <strong>de</strong> servir para<br />

gerir os negócios. Além disso, essas medidas são reportadas no sentido <strong>de</strong> comissionar o<br />

gerenciamento <strong>de</strong> capital , ao invés do direcionamento estratégico do negócios .<br />

Gaj (1990) afirma que implantar estratégias significa então que a nossa preocupação<br />

com o concorrente <strong>de</strong>ve ganhar um espaço razoável <strong>de</strong> nosso tempo, <strong>de</strong> nossos recursos e<br />

<strong>de</strong> nossos esforços <strong>de</strong> superação próprios, <strong>de</strong> melhorar internamente.<br />

Neste sentido, a formulação da estratégia permite um amplo campo <strong>de</strong> estudos, já que a<br />

palavra estratégia está diretamente ligada a um campo <strong>de</strong> batalha e a alguém como<br />

Napoleão, por exemplo, ou outro famoso general, meditando sobre como vencer o inimigo.<br />

Ansoff (1965), Hofer e Schen<strong>de</strong>l (1979) , conceituam a formulação da estratégia como<br />

um processo através do qual os gerentes usando <strong>uma</strong> projeção <strong>de</strong> três a cinco anos,<br />

avaliam as oportunida<strong>de</strong>s ambientas externas, assim como a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos<br />

internos a fim <strong>de</strong> se <strong>de</strong>cidirem sobre as metas e sobre o conjunto <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> ação para<br />

realizar estas metas. Neste processo, é fundamental a aplicação da famosa noção <strong>de</strong> SWOT<br />

– a avaliação dos pontos fortes[Strenghts] e dos pontos fracos[Weaknesses] da organização<br />

à luz das Oportunida<strong>de</strong>s [Opportunities] e das ameaças [Threats]<br />

ENEGEP 2002 ABEPRO 1


XXII Encontro Nacional <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Produção<br />

Curitiba – PR, 23 a 25 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002<br />

A evolução <strong>de</strong>stes conceitos evocou a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> novos métodos <strong>de</strong> gestão<br />

estratégica. Kaplan e Norton (1996), rapidamente apren<strong>de</strong>ram que a mensuração envolve<br />

consequências que vão além do simples relato do passado ao convergir o foco para o<br />

futuro, pois os indicadores escolhidos pelos gerentes comunicam à organização o que é<br />

importante. Aten<strong>de</strong>ndo a esta necessida<strong>de</strong>, eles refinaram o conceito do Balanced<br />

Scorecard e mostraram como seria possível convertê-lo <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> mensuração do<br />

<strong>de</strong>sempenho em referencial organizacional do sistema gerencial estratégico<br />

Porém, Mc Adam e O’Neil (1999) analisaram a estrutura básica do Balanced Scorecard<br />

em relação ao “Total Quality Management (TQM)” e a principal crítica foi a seguinte :<br />

“TQM é estrategicamente integrado aos objetivos <strong>de</strong> negócios” . Apesar do fato do<br />

Balanced Scorecard , apresentado por Kaplan e Norton (1996), estabelecer 4 perspectivas<br />

(financeira, clientes, processos internos e aprendizagem e crescimento) como os elementos<br />

chaves que <strong>uma</strong> organização estratégica <strong>de</strong>ve medir, o BSC permanece como um meio<br />

efetivo <strong>de</strong> mensuração da estratégia e não como um meio efetivo para formulação da<br />

estratégia ( Mc Adam e O’Neill , 1999). Esta é a principal razão pela qual estes<br />

pesquisadores percebem que a análise <strong>de</strong> SWOT serve como <strong>uma</strong> gran<strong>de</strong> ferramenta para<br />

a composição da estratégia por meio das pesrspectivas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho organizacional do<br />

BSC.<br />

Dentro <strong>de</strong>ste contexto , este artigo preten<strong>de</strong> avaliar as possibilida<strong>de</strong>s da aplicação<br />

da análise <strong>de</strong> SWOT, para i<strong>de</strong>ntificar os parâmetros do ambiente externo e interno, que<br />

impactam no crescimento e sobrevivência da organização, e <strong>de</strong>sta maneira otimizar o uso<br />

do BSC para permitir a organização <strong>de</strong>senvolver e implementar um efetivo sistema <strong>de</strong><br />

formulação da Estratégica.<br />

2. O Balanced Scorecard<br />

Segundo Kaplan e Norton (1997) o Balanced Scorecard é <strong>uma</strong> ferramenta que<br />

traduz a visão e a estratégia da empresa num conjunto coerente <strong>de</strong> objetivos e medidas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sempenho , organizados segundo quatro perspectivas diferentes : financeira , do cliente ,<br />

dos processos internos e do crescimento e aprendizado . O Scorecard cria <strong>uma</strong> estrutura ,<br />

<strong>uma</strong> linguagem , para comunicar a missão e a estratégia , e utiliza indicadores para<br />

informar os funcionários sobre os vetores do sucesso atual e futuro. Ao articularem os<br />

resultados <strong>de</strong>sejados pela empresa com os vetores <strong>de</strong>sses resultados, os executivos esperam<br />

canalizar as energias , as habilida<strong>de</strong>s e os conhecimentos específicos das pessoas na<br />

empresa inteira, para alcançar as metas <strong>de</strong> longo prazo.<br />

As quatro perspectivas do <strong>scorecard</strong> , <strong>de</strong>scritas em seguida , equilibram os<br />

objetivos <strong>de</strong> curto e longo prazos, os resultados <strong>de</strong>sejados e os vetores do <strong>de</strong>sempenho<br />

<strong>de</strong>sses resultados, as medidas objetivas concretas e as medidas subjetivas mais imprecisas :<br />

a) Perspectiva Financeira: Os objetivos financeiros representam a meta <strong>de</strong> longo prazo<br />

da empresa : gerar retornos superiores a partir do capital investido na unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócios.<br />

O uso do Balanced Scorecard não conflita com essa meta vital. Na realida<strong>de</strong> , o Balanced<br />

Scorecard permite tornar os objetivos financeiros, como lucrativida<strong>de</strong>, retorno dobre os<br />

ativos e aumento <strong>de</strong> receita, explícitos , e ajustá-los às unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócios nas diferentes<br />

fases <strong>de</strong> seus ciclos <strong>de</strong> vida e crescimento.<br />

b) Perspectiva do Cliente: I<strong>de</strong>ntifica os seguimentos <strong>de</strong> clientes e mercados nos quais a<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócios competirá e as medidas do <strong>de</strong>sempenho da unida<strong>de</strong> nesses segmentosalvo.<br />

Entre as medidas essenciais <strong>de</strong> resultado estão a satisfação do cliente, a retenção <strong>de</strong><br />

clientes, a aquisição <strong>de</strong> novos clientes, a lucrativida<strong>de</strong> dos clientes e a participação em<br />

contas ( clientes ) nos segmentos-alvo.<br />

ENEGEP 2002 ABEPRO 2


XXII Encontro Nacional <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Produção<br />

Curitiba – PR, 23 a 25 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002<br />

c) Perspectiva dos Processos Internos : I<strong>de</strong>ntifica os processos internos críticos nos<br />

quais a empresa <strong>de</strong>ve alcançar a excelência. Esses processos permitem que a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

negócios ofereça as propostas <strong>de</strong> valor capazes <strong>de</strong> atrair e reter clientes em segmentos-alvo<br />

<strong>de</strong> mercado e satisfaça às expectativas que os acionistas têm <strong>de</strong> excelentes retornos<br />

financeiros.<br />

d) Perspectivas <strong>de</strong> Aprendizado e Crescimento : I<strong>de</strong>ntifica a infra-estrutura que a<br />

empresa <strong>de</strong>ve construir para gerar crescimento e melhoria a longo prazo. As perspectivas<br />

do cliente e dos processos internos i<strong>de</strong>ntificam os fatores mais críticos para o sucesso atual<br />

e futuro. É improvável que as empresas sejam capazes <strong>de</strong> atingir sua metas <strong>de</strong> longo prazo<br />

para clientes e processos internos utilizando as tecnologias e capacida<strong>de</strong>s atuais. Além<br />

disso, a intensa competição global exige que as empresas melhorem continuamente sua<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oferecer valor a clientes e acionistas.<br />

Esta estrutura permite a resposta para quatro questões básicas, conforme Fig-3.1 :<br />

Fig. 3.1 - Estrutura para a tradução da estratégia em termos operacionais.(Kaplan e Norton , 1996)<br />

Em síntese, o Balanced Scorecard traduz a estratégia em objetivos e medidas através<br />

<strong>de</strong> um conjunto equilibrado <strong>de</strong> perspectivas. O <strong>scorecard</strong> inclui medidas dos resultados<br />

<strong>de</strong>sejados e dos processos capazes <strong>de</strong> assegurar a obtenção <strong>de</strong>sses resultados <strong>de</strong>sejados no<br />

futuro.<br />

3. A <strong>Análise</strong> <strong>de</strong> SWOT<br />

Para Mintzberg et all.(2000), a <strong>Análise</strong> <strong>de</strong> SWOT está enquadrada no contexto <strong>de</strong><br />

formação estratégica da Escola do Design, que nos anos 60 apresentou a formulação <strong>de</strong><br />

estratégia como um mo<strong>de</strong>lo que busca atingir <strong>uma</strong> a<strong>de</strong>quação entre as capacida<strong>de</strong>s<br />

internas e as possibilida<strong>de</strong>s externas <strong>de</strong> <strong>uma</strong> organização. Nas palavras dos proponentes<br />

mais conhecidos <strong>de</strong>sta escola, Christensen et al (1982), "A estratégia econômica será vista<br />

como a união entre qualificações e oportunida<strong>de</strong>s que posicionam <strong>uma</strong> empresa em seu<br />

ambiente".<br />

Embora o campo da administração estratégica tenha-se <strong>de</strong>senvolvido e crescido em muitas<br />

ENEGEP 2002 ABEPRO 3


XXII Encontro Nacional <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Produção<br />

Curitiba – PR, 23 a 25 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002<br />

direções diferentes, trabalhos recentes continuam a usar o mo<strong>de</strong>lo SWOT como peça<br />

central na criação <strong>de</strong> estratégias , veja Kotler ( 2000).<br />

Para a implementação da análise <strong>de</strong> SWOT, Weihrich (1982) dá as seguintes dicas :<br />

a) Forças : Determine os pontos fortes <strong>de</strong> sua organização. Isto <strong>de</strong>veria ser <strong>de</strong> ambos seus<br />

clientes internos e externos. Não seja humil<strong>de</strong>; seja tão pragmático quanto possível.<br />

Questões básicas :<br />

• Há qualquer vantagem sem igual ou distinta que faz sua organização se <strong>de</strong>stacar?<br />

• O que faz com que os clientes escolham sua organização ao invés da concorrente?<br />

• Há qualquer produto ou serviços que o concorrente não po<strong>de</strong> imitar (agora e no<br />

futuro)?<br />

b) Fraquezas : Determine as fraquezas <strong>de</strong> sua organização, não somente <strong>de</strong> seu ponto <strong>de</strong><br />

vista, mas também, o mais importante, <strong>de</strong> seus clientes. Embora possa ser difícil para a<br />

organização reconhecer suas fraquezas, é melhor encarar a realida<strong>de</strong> , sem procrastinar.<br />

Questões básicas :<br />

• Existem operações ou procedimentos que po<strong>de</strong>m ser melhorados?<br />

• No que ou por que seus concorrentes operam melhor que a sua organização?<br />

• Existe algo inoperante da qual sua empresa <strong>de</strong>veria estar ciente?<br />

• Seus concorrentes tem um certo segmento <strong>de</strong> mercado conquistado?<br />

c) Oportunida<strong>de</strong>s : Outro fator importante é <strong>de</strong>terminar como sua organização po<strong>de</strong><br />

continuar a crescer <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seu mercado. Afinal, oportunida<strong>de</strong>s estão em todo lugar, tais<br />

como mudanças na tecnologia, política governamental, padrões sociais. Questões básicas :<br />

• On<strong>de</strong> e quais são as oportunida<strong>de</strong>s atrativas <strong>de</strong>ntro do seu mercado?<br />

• Existe alg<strong>uma</strong> nova tendência surgindo <strong>de</strong>ntro do mercado?<br />

• Quais as perspectivas futuras da sua empresa que possam vir a <strong>de</strong>screver novas<br />

oportunida<strong>de</strong>s?<br />

d) Ameaças : Ninguém gosta <strong>de</strong> pensar em ameaças, mas nós ainda temos <strong>de</strong> enfrentá-las,<br />

apesar do fato que elas são fatores externos que estão fora <strong>de</strong> nosso controle. É vital estar<br />

preparado e enfrentar as ameaças durante situações <strong>de</strong> turbulência. Questões básicas :<br />

• O que seu concorrente está fazendo que está suprimindo seu <strong>de</strong>senvolvimento<br />

organizacional?<br />

• Existe alg<strong>uma</strong> mudança na <strong>de</strong>manda do consumidor, que pe<strong>de</strong> por novas exigências <strong>de</strong><br />

seus produtos e serviços?<br />

• As mudanças tecnológicas estão afetando sua posição <strong>de</strong>ntro do mercado?<br />

3.1 A Correlação SWOT<br />

A contribuição da análise SWOT está em cruzar os fatores externos e internos para criar<br />

<strong>uma</strong> matriz estratégica, que faz sentido. As 4 combinações são chamadas <strong>de</strong>:<br />

• MAXI-MAXI (Forças e Oportunida<strong>de</strong>s) : Essa combinação mostra as forças e<br />

oportunida<strong>de</strong>s da organização. Na essência, <strong>uma</strong> organização <strong>de</strong>ve se esforçar em<br />

maximizar suas forças para capitalizar em novas oportunida<strong>de</strong>s.<br />

• MAXI-MINI (Forças e Ameaças) : Essa combinação mostra as forças da organização<br />

na consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> ameaças <strong>de</strong> competidores. Na essência, <strong>uma</strong> organização <strong>de</strong>ve se<br />

esforçar para utilizar suas forças para aparar ou minimizar suas ameaças.<br />

• MINI-MAXI (Fraquezas e Oportunida<strong>de</strong>s) : Essa combinação mostra as fraquezas<br />

da organização no arranjo com as oportunida<strong>de</strong>s. É um esforço para conquistar e<br />

reforçar as fraquezas da organização fazendo o máximo possível em qualquer nova<br />

oportunida<strong>de</strong>.<br />

ENEGEP 2002 ABEPRO 4


XXII Encontro Nacional <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Produção<br />

Curitiba – PR, 23 a 25 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002<br />

• MINI-MINI (Fraquezas e Ameaças) : Essa combinação mostra as fraquezas da<br />

organização em comparação com as correntes ameaças externas. Isto é mais<br />

<strong>de</strong>finitivamente <strong>uma</strong> estratégia <strong>de</strong>fensiva para minimizar as fraquezas internas da<br />

organização e evitar ameaças externas.<br />

A figura 3.2 , a seguir , ilustra este processo :<br />

FORÇAS<br />

FRAQUEZAS<br />

OPORTUNIDADES S/O (MAXI-MAXI) W/O (MINI-MAXI)<br />

AMEAÇAS S/T (MAXI-MINI) W/T (MINI-MINI)<br />

Figura 3.2 : Matriz SWOT (Adaptado <strong>de</strong> Lee e KO,2000)<br />

4. <strong>Análise</strong> e Discussão<br />

Kaplan e Norton (1997 ) indicam que o primeiro passo para a implementação do BSC é<br />

esclarecer e traduzir a visão e a estratégia da companhia . Neste sentido a análise <strong>de</strong><br />

SWOT po<strong>de</strong> exercer um papel fundamental contribuindo para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um<br />

conjunto <strong>de</strong> estratégias que fazem sentido, servindo como <strong>uma</strong> gran<strong>de</strong> ferramenta para<br />

facilitar a implementação do BSC.<br />

Lee e Ko (2000 ) propõem a seguinte estrutura para a Matriz SWOT vinculada ao BSC :<br />

Matriz SWOT on<br />

Balanced Scorecard<br />

(F) FINANCEIRA<br />

(C) CLIENTES<br />

(P) PROCESSOS<br />

(A) APREND. & CRESC.<br />

STRENGTHS<br />

- (S1) Força S 1;<br />

- (S2) Força S2;<br />

- (S3) Força S3 ;<br />

- (S4) Força S4 ;<br />

- (S5) Força S5;<br />

- (S6) Força S5;<br />

WEAKNESSES<br />

- (W1) Fraqueza W1;<br />

- (W2) Fraqueza W2;<br />

- (W3) Fraqueza W3;<br />

- (W4) Fraqueza W4;<br />

- (W5) Fraqueza W5;<br />

- (W6) Fraqueza W6;<br />

OPPORTUNITIES<br />

- (O1) Oportunida<strong>de</strong> O1 ;<br />

- (O2) Oportunida<strong>de</strong> O2 ;<br />

- (O3) Oportunida<strong>de</strong> O3 ;<br />

- (O4) Oportunida<strong>de</strong> O4 ;<br />

- (O5) Oportunida<strong>de</strong> O5;<br />

MAXI-MAXI<br />

MINI-MAXI<br />

- F) S1O1 – Estratégia p/ S1O1; - (F) W3O2 – Estratégia p/ W3O1;<br />

- (C) S2O3 - Estratégia p/ S2O3; - (C) W4O3 - Estratégia p/ W4O3;<br />

- (P) S2O1 - Estratégia p/ S2O1; - (P) W5O1 - Estratégia p/ W5O4;<br />

- (A) S6O5 - Estratégia p/ S6O2; - (A) W6O5 - Estratégia p/ W6O2;<br />

THREATS<br />

MAXI-MINI<br />

MINI-MINI<br />

- (T1) Ameaça T1 ;<br />

- (T2) Ameaça T2 ;<br />

- (T3) Ameaça T3 ;<br />

- (T4) Ameaça T4 ;<br />

- (T5) Ameaça T5 ;<br />

- (F) S3T1 – Estratégia p/ S3T1; - (F) W1T1 – Estratégia p/ W1T1;<br />

- (C) S4T3 - Estratégia p/ S4T3; - (C) W2T4 - Estratégia p/ W2T4;<br />

- (P) S5T4 - Estratégia p/ S5T4; - (P) W5T2 - Estratégia p/ W5T2;<br />

- (A) S6T5 - Estratégia p/ S6T5; - (A) W4T5 - Estratégia p/ W4T5;<br />

Figura 4.1: Estrutura para vínculo entre a Matriz SWOT e o BSC. ( Adaptado <strong>de</strong> Lee e Ko , 2000)<br />

ENEGEP 2002 ABEPRO 5


XXII Encontro Nacional <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Produção<br />

Curitiba – PR, 23 a 25 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002<br />

Esta estrutura, ao víncular as estratégias originárias da correlação SWOT, figura<br />

3.2, às quatro perspectivas do Balanced Scorecard, permitirá a construção <strong>de</strong> um Mapa<br />

Estratégico do BSC totalmente integrado e rastreável aos fatores críticos <strong>de</strong> sucesso ,<br />

internos e externos que afetam a organização. Deste modo , o Mapa Estratégico do<br />

Balanced Scorecard assumirá o conceito proposto por Kaplan e Norton (2001), <strong>de</strong><br />

explicitar a hipótese estratégica : “Cada indicador do Balanced Scorecard se converte em<br />

parte integrante <strong>de</strong> <strong>uma</strong> ca<strong>de</strong>ia lógica <strong>de</strong> causa e efeito que conecta os resultados<br />

almejados da estratégia com os vetores que induzirão a essas consequências”. Neste<br />

sentido, o Mapa Estratégico <strong>de</strong>screverá o processo <strong>de</strong> transformação <strong>de</strong> ativos intangíveis<br />

em resultados tangíveis para os clientes e, por conseguinte, em resultados financeiros. Veja<br />

o mo<strong>de</strong>lo proposto por Kaplan e Norton (2000), conforme figura 4.2, a seguir :<br />

Melhorar o Valor para os Acionistas<br />

Valor para os Acionistas:<br />

ROE<br />

Perspectiva<br />

Financeira<br />

Perspectiva<br />

do Cliente<br />

Estratégia <strong>de</strong> Crescimento da Receita<br />

Construir a Franquia<br />

Aumentar o Valor<br />

para os Clientes<br />

Estratégia <strong>de</strong> Produtivida<strong>de</strong><br />

Melhorar a Estrutura<br />

<strong>de</strong> Custos<br />

Melhorar a Utilização<br />

do Ativo<br />

Novas Fontes <strong>de</strong> Receita Rentabilida<strong>de</strong> dos Clientes Custo por Unida<strong>de</strong> Utilização do Ativo<br />

Conquista <strong>de</strong> Clientes<br />

Retenção <strong>de</strong> Clientes<br />

Proposição <strong>de</strong> Valor para o Cliente<br />

Relacionamento<br />

Perspectivas<br />

Internas Serviços<br />

Atributos do Produto/Serviço<br />

Funcionalida<strong>de</strong><br />

Preço Qualida<strong>de</strong> Tempo<br />

Relacionamento<br />

Li<strong>de</strong>rança do Produto<br />

Intimida<strong>de</strong> com o Cliente<br />

Excelência Operacional<br />

Imagem<br />

Marca<br />

Satisfação do Cliente<br />

Perspectiva<br />

Interna<br />

“ Construir a<br />

Franquia ”<br />

(Processo<br />

<strong>de</strong> Inovação)<br />

“ Aumentar o Valor<br />

para o Cliente ”<br />

(Processos <strong>de</strong><br />

Gerenciamento<br />

do Cliente)<br />

“ Atingir a<br />

Excelência<br />

Operacional ”<br />

(Processos<br />

Operacionais)<br />

“ Ser Bom Cidadão<br />

Corporativo ”<br />

(Processos<br />

Reguladores e<br />

Ambientais)<br />

Perspectiva <strong>de</strong><br />

Aprendizado e<br />

Crescimento<br />

Força <strong>de</strong> Trabalho Motivada e Preparada<br />

Competências Estratégicas Sistemas <strong>de</strong> Informações Estratégicos Clima para Ação<br />

Figura 4.2 – Mapa Estratégico do Balanced Scorecard (Adaptado <strong>de</strong> Kaplan e Norton , 2000)<br />

Este mo<strong>de</strong>lo po<strong>de</strong> retratar os objetivos para crescimento <strong>de</strong> receita; o alvo do mercado<br />

<strong>de</strong> clientes on<strong>de</strong> ocorrerão os maiores rendimentos; a proposição <strong>de</strong> valores que conduzirão<br />

a mais negócios com os clientes e com maiores margens; o papel chave da inovação e<br />

excelência em produtos , serviços e processos; e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimentos em<br />

pessoas e sistemas para implementar e manter estes propósitos crescentes.<br />

Segundo Kaplan e Norton (2000), esta é <strong>uma</strong> ferramenta crucial para que os<br />

empregados tenham <strong>uma</strong> clara visão <strong>de</strong> como suas atribuições estão correlacionadas aos<br />

objetivos gerais, possibilitando à eles trabalhar <strong>de</strong> maneira coor<strong>de</strong>nada e pró-ativa para o<br />

atingimento das metas da organização.<br />

ENEGEP 2002 ABEPRO 6


XXII Encontro Nacional <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Produção<br />

Curitiba – PR, 23 a 25 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002<br />

5. Consi<strong>de</strong>rações Finais<br />

A <strong>abordagem</strong> apresentada permite consi<strong>de</strong>rar três etapas fundamentais para o<br />

estabelecimento <strong>de</strong> um efetivo sistema <strong>de</strong> formulação da estratégia. A primeira consiste na<br />

aplicação na <strong>Análise</strong> <strong>de</strong> SWOT para avaliar os parâmetros externos e internos que<br />

impactam no crescimento e sobrevivência da organização, diante do estabelecimento da<br />

Missão e Visão da mesma.. A Segunda etapa consiste no estabelecimento das ações<br />

estratégicas , por meio da dupla correlação dos parâmetros estratégicos <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s e<br />

Ameaças e Forças e Fraquezas , entre si, e entre as perspectivas do Balanced Scorecard. E ,<br />

a terceira etapa consiste em explicitar as hipóteses estratégicas, por meio do Mapa<br />

Estratégico do Balanced Scorecard. Este processo po<strong>de</strong> ser sintetizado , conforme<br />

fluxograma abaixo :<br />

DESCREVER O<br />

CENÁRIO EXTERNO<br />

Analisar e Classificar o<br />

cenário em:<br />

Oportunida<strong>de</strong>s e<br />

Ameaças<br />

ANALISAR DO<br />

CENÁRIO INTERNO<br />

I<strong>de</strong>ntificar os Fatores<br />

Críticos <strong>de</strong> Sucesso<br />

Classificar os FCS<br />

em Forças ou<br />

Fraquezas<br />

Compor a Matriz<br />

SWOT<br />

MATRIZ SWOT<br />

Correlacionar<br />

Próximo Item<br />

SIM<br />

Correlacionar a Matriz<br />

SWOT e Vincular às<br />

perspectivas do BSC<br />

para gerar Ações<br />

Estratégicas<br />

MATRIZ<br />

SWOT x BSC<br />

Existe mais<br />

itens?<br />

NÃO<br />

Existe<br />

Correlação?<br />

NÃO<br />

SIM<br />

COMPOR O MAPA<br />

ESTRATÉGICO<br />

MAPA<br />

ESTRATÉGICO<br />

Figura 5.1 – Mo<strong>de</strong>lo proposto para Implementação <strong>de</strong> um Sistema <strong>de</strong> Formulação da<br />

Estratégia<br />

A implementação <strong>de</strong>ste sistema po<strong>de</strong> otimizar o processo <strong>de</strong> formulação <strong>de</strong> estratégias<br />

em <strong>uma</strong> corporação , se constatar-se a consolidação dos seguintes aspectos, conforme<br />

po<strong>de</strong>mos concluir da teoria apresentada :<br />

- Permite a gestão permanente das capacida<strong>de</strong>s internas, o conhecimento do valor<br />

h<strong>uma</strong>no presente na empresa, a visão clara <strong>de</strong> como o mercado, objetivo final, enxerga<br />

a sua participação como agente competitivo.<br />

- Possibilita <strong>uma</strong> flexibilida<strong>de</strong>, velocida<strong>de</strong> e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alinhar o comportamento <strong>de</strong><br />

toda a organização em torno <strong>de</strong> um fim específico;<br />

ENEGEP 2002 ABEPRO 7


XXII Encontro Nacional <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Produção<br />

Curitiba – PR, 23 a 25 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002<br />

- Permite <strong>uma</strong> antecipação dos resultados futuros , por meio do estabelecimento <strong>de</strong><br />

hipóteses estratégicas traçadas com base nos cenários externos e internos e na visão <strong>de</strong><br />

futuro da organização;<br />

- Propicia um maior comprometimento das pessoas , por meio <strong>de</strong> um entendimento claro<br />

e conciso das ações estratégicas em que estão inseridas e das conseqüências causadas<br />

pela não implementação <strong>de</strong>stas;<br />

Estes são requisitos fundamentais para um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> formulação <strong>de</strong> estratégias , diante<br />

do contexto atual do mercado competitivo.<br />

6. Referências<br />

Ansoff , H. I. Corporate Strategy – Mc Graw-Hill , New York, 1965<br />

Christensen ,C.R., Andrews, K.R., Bower,J.L.,Hamermesh,G, and Porter,M.E. , business Policy L: Text and<br />

cases, 5 th edition – Homewood, IL : Irwin, 1982<br />

Gaj, Luis. Tornando a Administração Estratégica Possível. São Paulo: Mc Graw-Hill, 1990.<br />

Hofer, C. W. e Schen<strong>de</strong>l, D. E. Strategy Formulation: Analytical Concepts. St. Paul, MN: West, 1978.<br />

Kaplan,R & Norton,P. The Strategy-Focused Organization – How Balanced Scorecard. Harvard Business<br />

School Publishing - Editora Campus Ltda,2001.<br />

Kaplan,R & Norton,P. Having Trouble with your Strategy ? Then Map It - Harvard Business Review<br />

Septemnber-October, 2000<br />

Kaplan,R & Norton,P. The Balanced Scorecard - A Estratégia em Ação, Harvard Business School Press -<br />

Editora Campus Ltda, 1997 .<br />

Kaplan,R & Norton, P. Using the Balanced Scorecard as a Strategic Management System. Harvard Business<br />

Review , jan/feb,1996<br />

Kotler,P. Administração <strong>de</strong> Marketing - 2000<br />

Mc Adam, R. & O’Neil, E. Taking a critical perspective to the European business excellence mo<strong>de</strong>l using a<br />

<strong>balanced</strong> <strong>scorecard</strong> approach : a case study in the service sector – Management Service Quality, Vol 9 Nο.<br />

3,1999.<br />

Mintzberg ,H., Ahlstrand,B. & Lampel.J., Safári <strong>de</strong> Estratégia – Um roteiro pela selva do Planejamento<br />

Estratégico – Bookman,Porto Alegre,2000.<br />

Lee,S.F. & KO,A.S.O., Building <strong>balanced</strong> <strong>scorecard</strong> with SWOT analysis, and implementing “Sun Tzu’s<br />

The Art of Business Management Strategies” on QFD methodology - Managerial Auditing Journal, pp 68-<br />

76, 2000<br />

Letza, S.R. The <strong>de</strong>sign and implementation of the <strong>balanced</strong> business <strong>scorecard</strong> – Business Process Reengineering<br />

& Management Journal , Vol.2 Nο. 3, pp 54-76, 1996 .<br />

Weihrich, H. The TOWS matrix – a tool for situational analysis – Journal of Long Range Planning , Vol 15<br />

Nο. 2 ,1982<br />

ENEGEP 2002 ABEPRO 8

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!