Relatório Final 2010 - Zoonoses - Universidade Federal do Paraná
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288 'Castramóvel' da UFPR inova e castra em Antonina A Unidade Móvel de Esterilização e Educação em Saúde (Umees) da UFPR, também conhecida como "Castramóvel", esteve ontem (29), em Antonia, para a segunda ação de castração gratuita de cães desde que entrou em funcionamento. 'O ônibus adaptado da UFPR: extensão universitária em Antonina.' A primeira ação aconteceu cerca de três meses atrás, no campus Centro Politécnico, onde era grande a concentração de cães errantes. Depois disso, a unidade esteve nas cidades de Pinhais e São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Nas duas, porém, não foram realizadas intervenções cirúrgicas e a Umess se concentrou em trabalhos de educação a respeito da importância da posse responsável de cães e gatos. Depois do período eleitoral, a unidade deve começar a cumprir agenda em bairros da cidade de Curitiba, que serão definidos pela administração municipal. Ainda este ano deve fazer também mais uma visita a São José dos Pinhais, aí sim visando a castração dos animais. Mais importante do que a castração, segundo a equipe da UFPR, é o processo de conscientização sobre a posse responsável de animais, que também acompanha o projeto. A Umees é, na verdade, mais uma fase de uma rede de projetos que está em prática há quatro anos. Ela inclui iniciativas de controle de zoonoses (doenças que afetam tanto animais quanto seres humanos) na região metropolitana, no litoral e na Apa do Iraí, além de um projeto de conscientização dos chamados "carrinheiros", pessoas que vivem do recolhimento de material reciclável nas ruas da cidade e que geralmente possuem cães. Todas visando levar informação à população, o que inclui visitas domiciliares em comunidades carentes e palestras em escolas de primeira à quarta série. "Hoje, 70% das novas doenças que surgem são zoonoses", informa o professor de Veterinária
289 da UFPR e vice-coordenador da Umees, Alexandre Biondo. Para o professor Felipe Wouk, coordenador da Umees, apenas a castração não resolve o problema. "Se você só castra o animal e não educa o proprietário para a posse responsável, para que mantenha o cão em casa, o animal vai voltar para a rua, onde vai continuar podendo transmitir doenças", explica. De acordo com o censo realizado em Antonina, existem cerca de cinco mil cães na cidade, um para quatro habitantes. Mas em Piraquara, segundo Biondo, o número chega a um cão para cada dois habitantes. Grande parte desses animais, afirmam os professores, são semidomiciliados (têm casa, mas passam grande parte do tempo perambulando pelas ruas, oferecendo riscos à comunidade). "Conscientizar a população a manter esses animais longe das ruas é uma questão de saúde pública", diz Wouk. Segundo ele, a castração é só mais um elo na cadeia de informação e conscientização. Biondo concorda. "A castração é uma ação pontual, mas a conscientização que trazemos junto com isso tem um efeito multiplicador", calcula. O casamento entre prática cirúrgica e conscientização popular foi considerado tão benéfico que o Conselho Federal de Medicina Veterinária, órgão máximo do setor no país, baixou uma resolução regulamentando as atividades de castração em unidades móveis baseada na prática inaugurada pela UFPR. ANTONINA - Em Antonina, foram esterilizados dez cães. O projeto, em parceria com a prefeitura da cidade, começou no ano passado, com o recenseamento no município de cães e gatos. Em janeiro e fevereiro deste ano, dois estudantes do curso de Medicina Veterinária da UFPR realizaram nas escolas do município palestras a respeito da posse responsável e dos cuidados com os animais domésticos. Posteriormente, a prefeitura fez uma primeira triagem dos animais que poderiam ser castrados. Os critérios utilizados foram principalmente os de renda. Um grupo de alunos de Veterinária também realizou com os cães pré-selecionados exames como hemograma e ultrassom, além de ministrar aos animais vacinas e desverminantes, a fim de garantir que todos estariam aptos à cirurgia. "Não fazemos um mutirão de castração, onde a cirurgia é feita de qualquer jeito, como linha de montagem, oferecendo risco aos animais. Conosco, eles recebem acompanhamento pré e pós-operatório", garante Felipe Wouk. Alunos do curso, inclusive, retornarão à Antonina na semana que vem, a fim de monitorar a recuperação dos animais. O professor James Andrade, cirurgião veterinário da UFPR, afirma ainda que a estrutura do centro cirúrgico da Umees é de ponta. "Muita clínica fixa em Curitiba não tem a estrutura que
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A Unidade Móvel de Esterilização e Educação em Saúde (Umees) da UFPR,<br />
também conhecida como "Castramóvel", esteve ontem (29), em Antonia, para<br />
a segunda ação de castração gratuita de cães desde que entrou em<br />
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'O ônibus adapta<strong>do</strong> da UFPR: extensão universitária em Antonina.'<br />
A primeira ação aconteceu cerca de três meses atrás, no campus Centro Politécnico, onde era<br />
grande a concentração de cães errantes. Depois disso, a unidade esteve nas cidades de<br />
Pinhais e São José <strong>do</strong>s Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Nas duas, porém, não<br />
foram realizadas intervenções cirúrgicas e a Umess se concentrou em trabalhos de educação<br />
a respeito da importância da posse responsável de cães e gatos.<br />
Depois <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> eleitoral, a unidade deve começar a cumprir agenda em bairros da cidade<br />
de Curitiba, que serão defini<strong>do</strong>s pela administração municipal. Ainda este ano deve fazer<br />
também mais uma visita a São José <strong>do</strong>s Pinhais, aí sim visan<strong>do</strong> a castração <strong>do</strong>s animais.<br />
Mais importante <strong>do</strong> que a castração, segun<strong>do</strong> a equipe da UFPR, é o processo de<br />
conscientização sobre a posse responsável de animais, que também acompanha o projeto.<br />
A Umees é, na verdade, mais uma fase de uma rede de projetos que está em prática há<br />
quatro anos. Ela inclui iniciativas de controle de zoonoses (<strong>do</strong>enças que afetam tanto animais<br />
quanto seres humanos) na região metropolitana, no litoral e na Apa <strong>do</strong> Iraí, além de um projeto<br />
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material reciclável nas ruas da cidade e que geralmente possuem cães. Todas visan<strong>do</strong> levar<br />
informação à população, o que inclui visitas <strong>do</strong>miciliares em comunidades carentes e palestras<br />
em escolas de primeira à quarta série.<br />
"Hoje, 70% das novas <strong>do</strong>enças que surgem são zoonoses", informa o professor de Veterinária