religião, moral e metafÃsica em human, demasiado humano ... - FaJe
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presença de espírito <strong>em</strong> situações difíceis e distração num ambiente enfadonho”<br />
(NIETZSCHE, 2000, p. 43), na busca de um meio e não de um fim para o hom<strong>em</strong> se<br />
sentir e se situar melhor no mundo da vida.<br />
Com a observação psicológica para a vida, o hom<strong>em</strong> seria capaz de<br />
compreender a orig<strong>em</strong> dos chamados sentimentos morais como sendo uma construção<br />
tipicamente <strong>human</strong>a e, portanto, a fundadora também de toda <strong>moral</strong>idade.<br />
Entend<strong>em</strong>os que o papel da <strong>moral</strong> é situar-se (como sintoma) num espaço e<br />
t<strong>em</strong>po determinado, s<strong>em</strong> que haja para isso um t<strong>em</strong>po fixo e uma história que seja<br />
linear. Qual é a saída então para o hom<strong>em</strong>? Não vamos encontrar nenhum consolo. Será<br />
que precisamos mesmo de um? O filósofo critica a cultura teórica (a partir de Sócrates),<br />
critica a regularidade, a teoria. Qu<strong>em</strong> pensa que Nietzsche exalta o hom<strong>em</strong> se equivoca.<br />
O hom<strong>em</strong> é algo que deve s<strong>em</strong>pre ser superado, ele deve estar s<strong>em</strong>pre vindo-a-ser.<br />
Dessa forma, dando prosseguimento à pesquisa, apontar<strong>em</strong>os qual o<br />
caminho percorrido pelo filósofo para a superação da <strong>moral</strong> metafísico-platônica.<br />
2.3. Para onde Nietzsche aponta?<br />
Todos os questionamentos acerca do valor dos valores e da <strong>em</strong>ergência de<br />
ultrapassar os conceitos e sentimentos morais a eles vinculados, b<strong>em</strong> como da<br />
importância de se fazer uma crítica histórico-genealógica da <strong>moral</strong> investigada até aqui,<br />
a partir de Humano, d<strong>em</strong>asiado <strong>human</strong>o, favorec<strong>em</strong> as reflexões que nos abr<strong>em</strong> novas<br />
possibilidades. Nietzsche nos trouxe uma maneira diferente de perceber a vida e suas<br />
relações. Não é possível sermos mais os mesmos, e a alma <strong>human</strong>a agora pode se abrir<br />
ao mundo, onde este nos reserva inúmeras possibilidades, novas buscas e descobertas<br />
pelos variados caminhos, nos quais a busca constante pela verdade possa nos levar <strong>em</strong><br />
direção da nossa própria liberdade. Neste sentido, criatividade e criação são sinônimos<br />
de liberdade.<br />
Como para Nietzsche não existe nenhuma coisa <strong>em</strong> si, nenhum<br />
conhecimento que seja absoluto, o caráter perspectivista que aparece na obra<br />
investigada t<strong>em</strong> como intuito desmistificar, tornar ilusório todo sist<strong>em</strong>a de crença que se<br />
pretende único e absolutamente verdadeiro. Dessa forma, sua filosofia possui um caráter<br />
falsificador, que é intrínseco à existência <strong>human</strong>a.<br />
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