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religião, moral e metafísica em human, demasiado humano ... - FaJe

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essentimento, são alguns dos conceitos que Nietzsche denominou ilusórios, ideais, uma<br />

vez que esse tipo de conhecimento não d<strong>em</strong>ora <strong>em</strong> encontrar seus limites. Para<br />

Nietzsche, é tarefa da <strong>human</strong>idade se libertar dessas ilusões e idealismos construídos<br />

pela cultura.<br />

As categorias que representavam este dualismo platônico eram vistas pelo<br />

filósofo como um probl<strong>em</strong>a de interpretação que privilegiava um conceito como melhor<br />

e mais fundamental que o outro (por ex<strong>em</strong>plo: o conceito de b<strong>em</strong>, verdade, <strong>moral</strong>,<br />

virtude, não-egoísmo, melhores que o seu conceito oposto). Estes conceitos<br />

encontravam-se ancorados <strong>em</strong> um extra-mundo como garantia de verdade absoluta, mas<br />

o filósofo acreditava que tais conceitos pré-determinados não d<strong>em</strong>orariam <strong>em</strong> encontrar<br />

seus limites, uma vez que eles se referiam ao <strong>human</strong>o, d<strong>em</strong>asiadamente <strong>human</strong>o.<br />

A proposta do filósofo é a da inversão dos valores e da dissolução do<br />

pensamento dualista para o aparecimento do espírito livre que será capaz de realizar a<br />

transvaloração de todos os valores. Com isso, ao eliminar esses ideais, apoiados na<br />

hierarquia dos valores, no costume, no hábito, na tradição, nos ideais ascéticos, na<br />

utilidade da <strong>moral</strong>, Nietzsche pretendia apontar um caminho para desvelar através da<br />

história dos sentimentos morais a compreensão da probl<strong>em</strong>ática da <strong>moral</strong> elaborada pelo<br />

filósofo a partir de Humano, d<strong>em</strong>asiado <strong>human</strong>o. Sob esse aspecto será abordada a<br />

crítica da <strong>moral</strong> nietzschiana, o estudo sobre o método genealógico realizado pelo<br />

filósofo e a ideia da necessidade histórica para fundamentar a suspeita de tal orig<strong>em</strong>, já<br />

que elas são primordiais para entendermos o comportamento e o pensamento <strong>moral</strong> que<br />

Nietzsche desenvolve nesta obra.<br />

No prólogo da obra <strong>em</strong> questão, Nietzsche já questiona a possibilidade da<br />

inversão dos valores estabelecidos como verdadeiros, fruto de uma determinada época e<br />

criados para nos seduzir e iludir quanto a tudo que vinha a ser o b<strong>em</strong> e o mal <strong>moral</strong>.<br />

A crítica nietzschiana questiona os valores tidos como “verdadeiros” e<br />

“transcendentais”. Critica, sobretudo, os costumes morais e aponta que, todo<br />

comportamento <strong>human</strong>o <strong>em</strong> que a <strong>moral</strong>idade dos costumes gera uma aparente solidez,<br />

torna a ação do hom<strong>em</strong> comprometida no seu constante vir-a-ser. Esta situação conduz<br />

o ser <strong>human</strong>o ao ressentimento e ao sentimento de culpa que o enfraquece e o diminui.<br />

No vocabulário nietzschiano, esta realidade é caracterizada, posteriormente, como ideais<br />

ascéticos, gerando no hom<strong>em</strong> o ressentimento, a culpa e a negação da vida.<br />

Nietzsche trata desses ideais como sendo ideais de conservação e não de<br />

abundância de vida. Ideais ascéticos cerceiam e castram todas as vontades e desejos dos<br />

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