Revista cidadania_N1.indd - Município de Barcelos
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DESTAQUE<br />
“Deparámo-nos com uma concessão que enferma por uma série<br />
<strong>de</strong> vícios que penalizam a população e os interesses do <strong>Município</strong><br />
<strong>de</strong> uma forma muito violenta, começando pelo assumir <strong>de</strong><br />
consumos médios por habitante completamente díspares”.<br />
tavam serviço ao <strong>Município</strong>; o executivo <strong>de</strong> Fernando Reis<br />
aceitou que a discussão <strong>de</strong> questões contratuais da concessão<br />
fosse estranhamente para o Tribunal Arbitral <strong>de</strong> Lisboa; o<br />
anterior Presi<strong>de</strong>nte da Câmara aceitou abdicar do direito ao<br />
recurso das <strong>de</strong>cisões do Tribunal Arbitral, sujeitando o <strong>Município</strong><br />
a sustentar operações bancárias <strong>de</strong> 40 milhões <strong>de</strong><br />
euros a favor da empresa.<br />
Numa <strong>de</strong>ssas sessões, Fernando Reis confirmou que já tinha<br />
acordado com a Águas <strong>de</strong> <strong>Barcelos</strong>, em Junho <strong>de</strong> 2009, um<br />
aumento do preço da água em 38 por cento e a dilatação do<br />
prazo da concessão <strong>de</strong> 30 para 40 anos, mas não o tinha<br />
feito antes das eleições <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 2009, porque estava<br />
em campanha eleitoral.<br />
Em linhas gerais, recor<strong>de</strong>-se que o executivo anterior assinou<br />
com a empresa Águas <strong>de</strong> <strong>Barcelos</strong>, SA, um contrato <strong>de</strong><br />
concessão que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2005, aumentou para o dobro o preço<br />
da água e os ramais <strong>de</strong> ligação subiram exponencialmente.<br />
Em 2006, a Câmara PSD <strong>de</strong>cidiu subsidiar a instalação<br />
dos ramais e a limpeza <strong>de</strong> fossas, com retroactivos a Janeiro<br />
<strong>de</strong> 2005, financiando, por essa via, a empresa concessionária.<br />
Tudo isto, a pretexto do financiamento <strong>de</strong> um negócio<br />
privado, que prometia investimentos avultados nas re<strong>de</strong>s,<br />
mas que só cobririam 90 por cento do concelho (no caso da<br />
água) e 70 por cento do concelho (no caso do saneamento).<br />
Ao tomar posse, em 2009, o executivo <strong>de</strong> Miguel Costa Gomes<br />
pôs um basta.<br />
Para o actual presi<strong>de</strong>nte da Câmara, “estamos a falar <strong>de</strong> um<br />
contrato com consequências financeiras enormes para os<br />
munícipes e, por isso, não faz sentido que se tenha assinado<br />
um contrato <strong>de</strong>sta forma leviana e sem a cautela que é<br />
necessária e obrigatória num <strong>de</strong>cisor público”. E, por isso,<br />
a solução passa por acabar com o mesmo até porque se<br />
o reequilíbrio financeiro está previsto <strong>de</strong> cinco em cinco<br />
anos, é necessária uma solução <strong>de</strong>finitiva que não venha<br />
a penalizar, no futuro, os munícipes, "porque nós po<strong>de</strong>mos<br />
estar a discutir daqui a cinco anos outro tipo <strong>de</strong> reequilíbrios”,<br />
adianta.<br />
"Não vou poupar esforços para acabar com um contrato<br />
ruinoso que não trouxe nada <strong>de</strong> positivo para o concelho",<br />
garante o presi<strong>de</strong>nte da Câmara, adiantando que "a discussão<br />
do reequilíbrio financeiro, que acaba <strong>de</strong> acontecer no<br />
Tribunal Arbitral, não é a última. O processo encontrava-se<br />
muito próximo <strong>de</strong> uma solução no anterior governo, mas<br />
com a mudança voltou a um estado inicial.<br />
CIDADANIA . JANEIRO ' 12 » 7