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Marcelo C. de Cernev Rosa<br />

EXISTENCIALISMO, MARXISMO E ANTROPOLOGIA:<br />

CONSIDERAÇÕES SOBRE O DEBATE ENTRE JEAN-PAUL<br />

SARTRE E CLAUDE LÉVI-STRAUSS<br />

EXISTENCIALISM, MARXISM AND ANTROPOLOGY: CONSIDERATIONS ABOUT THE<br />

DISCUSION BETWEEN JEAN-PAUL SARTRE<br />

AND CLAUDE LÉVI-STRAUSS<br />

Marcelo C. de Cernev Rosa*<br />

RESUMO:<br />

Este artigo analisa determinados aspectos do debate entre Jean-Paul Sartre e Claude Lévi-Strauss<br />

sobre as contribuições do existencialismo para a etnologia. Além disto, abor<strong>da</strong> algumas contribuições<br />

de autores contemporâneos sobre as relações entre evento e estrutura, mito e história.<br />

PALAVRAS-CHAVE: existencialismo, marxismo, etnologia, estruturalismo, história.<br />

ABSTRACT:<br />

This article aims at analysing certain aspects from the discusion between Jean-Paul Sartre and<br />

Claude Lévi-Strauss about the contributions of existencialism to ethnology. In adition, this study<br />

also refers to some contributions from contemporary authors that deals with relation between<br />

event and structure, myth and history.<br />

KEYWORDS: existencialism; marxism; etnology; structuralism; history.<br />

1.INTRODUÇÃO<br />

Este artigo analisa a proposta de Jean-Paul Sartre para a formulação de uma Antropologia<br />

simultaneamente estruturalista e histórica, a partir de uma convergência entre marxismo e existencialismo,<br />

bem como alguns dos desdobramentos do debate em torno <strong>da</strong> questão.<br />

Em Questão de Método (1979), Sartre discute a possibili<strong>da</strong>de/ necessi<strong>da</strong>de de integrar<br />

ao marxismo, as contribuições <strong>da</strong> filosofia existencialista, no intuito de propor uma outra forma<br />

de totalização para o pensamento antropológico, opondo-se radicalmente ao culturalismo norteamericano<br />

e ao estruturalismo levi-straussiano. Esta obra, escrita no início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1960, deu<br />

início a um debate com Claude Lévi-Strauss, que em O Pensamento Selvagem (2008), publicado<br />

originalmente em 1962, procurou relativizar as críticas dirigi<strong>da</strong>s ao estruturalismo.<br />

Este trabalho ressalta a pertinência <strong>da</strong> argumentação de ambos os autores, sobre temas<br />

que posteriormente viriam a sofrer novos e importantes desdobramentos, principalmente no que<br />

diz respeito à relação entre antropologia e história.<br />

Sartre, apesar de se dizer favorável aos pressupostos <strong>da</strong> análise marxista, procura destacar<br />

que esta possui algumas “limitações” que poderiam vir a ser supera<strong>da</strong>s através de contribuições<br />

extraí<strong>da</strong>s do existencialismo. Apesar <strong>da</strong> centrali<strong>da</strong>de do existencialismo ao longo de to<strong>da</strong> a sua<br />

obra, quando Sartre propõe uma espécie de fusão entre marxismo e existencialismo – que ao seu<br />

ver proporcionaria um enriquecimento para a análise dialética – ele chega a afirmar que a incor-<br />

* Mestre em Antropologia Social (UNICAMP), especialista em Sociologia (UEL), professor adjunto do Centro Universitário Filadélfia<br />

onde leciona Antropologia, Sociologia e Metodologia de Pesquisa.<br />

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TERRA E CULTURA - N o 47 - Ano 24 - Agosto a Dezembro de 2008

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