ENTIDADE MANTENEDORA: ADE MANTENEDORA ... - UniFil
ENTIDADE MANTENEDORA: ADE MANTENEDORA ... - UniFil
ENTIDADE MANTENEDORA: ADE MANTENEDORA ... - UniFil
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
As principais barreiras pautais e não pautais impostas à importação da carne bovina brasileira pela<br />
comunidade européia<br />
Em conformidade com o AA, os países desenvolvidos assumiram o compromisso<br />
de reduzirem suas despesas com os subsídios à exportação em 36%, e seus volumes em<br />
21% em um prazo de 6 anos, enquanto os países em desenvolvimento tinham 10 anos para reduzir<br />
as despesas em 24%, e os volumes em l4%. Ademais, acordaram não criar novos programas que<br />
pudessem servir para burlar ou disfarçar o não comprimento desse acordo.<br />
O subsídio à exportação é danoso ao comércio agrícola internacional, pois elimina<br />
a livre concorrência, em virtude de só as potências hegemónicas possuírem grandes volumes<br />
de recursos públicos para poder concedê-los. Essa concorrência desleal precisa ser eliminada, pois<br />
sua continuidade inibe o crescimento dos países em desenvolvimento e distorce a competição entre<br />
os países exportadores.<br />
Os gastos com subsídios à Exportação (países com direito de uso) em 2002<br />
passavam de 3 milhões de dólares, e a Parcela do Total dos Subsídios à Exportação Notificados na<br />
OMC (1995-200l) da UE-25 era de 90% do total.<br />
A Rodada de Hong Kong estabeleceu 2013 como o ano para o fim desses<br />
subsídios. Embora ainda distante (serão praticamente 20 anos após a Rodada do Uruguai), tal<br />
medida é indispensável para o livre comércio internacional de produtos agrícolas.<br />
6 CONCLUSÃO<br />
110<br />
Desde o ano de 2003 o Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina,<br />
possui o maior rebanho comercial do mundo e suas pastagens naturais utilizadas somam 220 milhões<br />
de hectares”, detém 15% das reservas mundiais de água doce e 5,2% das terras aráveis do<br />
mundo, e suas exportações totais representaram, em 2005, 1,2% do total mundial.<br />
A pecuária de corte brasileira iniciou um processo de transformação no final do<br />
século passado, motivada pela estabilidade econômica alcançada pelo país, obrigando o produtor a<br />
se profissionalizar, a produzir (a taxa brasileira de abate ainda é baixa, se comparada com a<br />
americana e a da união européia) e a investir na sua atividade. Dá-se início a uma selecção natural<br />
dos produtores brasileiros (pecuaristas), devido às exigências do mercado internacional (padrões<br />
de qualidade, classificação da carcaça, rastreabilidade e o bem estar dos animais) e à intensa<br />
alteração tecnológica por que passa o sector.<br />
Em virtude de problemas sanitários enfrentados (doença da vaca louca) pelos<br />
maiores produtores mundiais do sector à época (União Européia e pelos Estados Unidos), permitiram<br />
ao Brasil aumentar suas exportações de carne bovina de 455 mil toneladas em 2000 para<br />
1.596 mil toneladas em 2006.<br />
No primeiro quadrimestre de 2007 a exportação brasileira de carne bovina in<br />
natura, em relação ao mesmo período de 2006, apresentou um aumento de 50%, um significativo<br />
crescimento, partindo do pressuposto do Brasil ser o maior exportador mundial do setor e receber<br />
uma série de barreiras comerciais e não comerciais aplicadas pelas grandes potências agrícolas<br />
(Estados Unidos e União Européia), para proteção do seu mercado doméstico.<br />
A União Européia, apesar de todas barreiras protecionistas, é a maior parceira<br />
comercial brasileira no setor de carnes bovinas, e suas exigências levaram a indústria exportadora<br />
de carnes brasileiras a investir em qualidade, tecnologia e preservação ambiental, para poder atender<br />
a todas exigências comunitárias, muitas vezes superiores as exigências internas.<br />
O momento atual é muito propício para que o Brasil se solidifique como o<br />
grande parceiro comercial da União Europeia, pois ela, além de não ser mais auto-suficiente, está<br />
apresentando índices negativos na sua produção e no seu rebanho, bem como desde 2005 não<br />
possui mais estoques.<br />
As barreiras pautais, impostas pela UE, à importação de carne bovina brasileira<br />
vão diminuir, e o Brasil deve se preparar para o aumento de barreiras não pautais, pois o mercado<br />
europeu exige, cada vez mais, que os produtos sejam produzidos de acordo com normas técnicas,<br />
sanitárias e ambientais, visando assegurar um elevado nível de protecção ao consumidor.<br />
REVISTA JURÍDICA da <strong>UniFil</strong>, Ano V - nº 5