Anais - Territórios do PolÃtico - vol. 1 - Universidade Estadual de ...
Anais - Territórios do PolÃtico - vol. 1 - Universidade Estadual de ...
Anais - Territórios do PolÃtico - vol. 1 - Universidade Estadual de ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
97<br />
“espaço/tempo”, tanto que <strong>de</strong>ssa concepção cria-se o “para<strong>do</strong>xo <strong>do</strong><br />
gêmeos” 9 .Partin<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssa diretriz, temos inicialmente uma linha progressiva:<br />
Espaço<br />
-------------------------------------------------------------<br />
Tempo<br />
Dessa maneira, o território Norte <strong>do</strong> Paraná é o espaço, enten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> como noção<br />
geográfica, local <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> globo terrestre, portanto também em movimento, e o<br />
tempo é o que queremos compreen<strong>de</strong>r, o tempo <strong>de</strong> 1975. Se pensarmos assim, a<br />
temporalida<strong>de</strong> segue uma linha, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> que nada po<strong>de</strong> fazer com que essa linha<br />
retroceda, nada po<strong>de</strong> fazer com que o cafezal não seja queima<strong>do</strong> pela geada, que a<br />
urbanização cresça, que a soja seja plantada.<br />
Observamos isso com um olhar <strong>de</strong>ti<strong>do</strong> nas circunstâncias materiais <strong>do</strong> evento,<br />
pois os seres humanos, sen<strong>do</strong> portanto históricos, <strong>de</strong>finem as suas noções <strong>de</strong> tempo e<br />
também <strong>de</strong> espaço, por isso a <strong>de</strong>nominação Norte <strong>do</strong> Paraná o qual po<strong>de</strong> ser analisa<strong>do</strong><br />
historicamente situan<strong>do</strong> as transformações ocorridas nos últimos 35 anos, <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sen<strong>vol</strong>vimento econômico e <strong>do</strong> agronegócio e as transformações paisagísticas <strong>do</strong><br />
campo, e, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos nossos objetivos nem a<strong>de</strong>ntramos no meio urbano.<br />
É <strong>de</strong>sse tempo físico, compreendi<strong>do</strong> como relação entre tempo/espaço,<br />
velocida<strong>de</strong>, que estamos comentan<strong>do</strong>; levamos em consi<strong>de</strong>ração as continuida<strong>de</strong>s e as<br />
<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s, as muldimensionalida<strong>de</strong>s, a heterogeneida<strong>de</strong>, mas o tempo <strong>do</strong><br />
relógio é, afinal, implacável. O “senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempo” <strong>de</strong>ssa reflexão, falamos em linha<br />
temporal dinâmica, não no senti<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ológico <strong>do</strong> progresso, pois to<strong>do</strong> progresso,<br />
or<strong>de</strong>m, existe um regresso, <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m 10 .<br />
Queremos <strong>de</strong>ixar claro que po<strong>de</strong> ser compreendida quase como uma noção<br />
da história positiva. Mas não como um sistema fecha<strong>do</strong> <strong>de</strong> causa e efeito, no qual o<br />
passa<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ser apreendi<strong>do</strong> integralmente e os atos políticos são privilegia<strong>do</strong>s, mas<br />
9 O tempo na física somente po<strong>de</strong> ser calcula<strong>do</strong> pelo movimento, no caso da terra o calculo é basea<strong>do</strong><br />
no movimento <strong>de</strong> translação da terra, partin<strong>do</strong> <strong>de</strong> um ponto até a chegada, os segun<strong>do</strong>s, minutos,<br />
fazem parte <strong>de</strong>sse calculo. O para<strong>do</strong>xo se encontra nessa relação, se <strong>do</strong>is irmãos gêmeos, um ficar na<br />
terra, e outro sair em uma nave espacial e viajar em uma outra velocida<strong>de</strong> durante um tempo, quan<strong>do</strong><br />
este retornar ele estará mais novo que seu irmão, pois o tempo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da velocida<strong>de</strong>, uma gran<strong>de</strong>za<br />
fundamental no calculo.<br />
10 Como afirma Edgar Morin” MORIN, Edgar. Para on<strong>de</strong> vai o mun<strong>do</strong>?. Tradução <strong>de</strong> Francisco <strong>de</strong> Morais.<br />
Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. P 70.: “Regressão na progressão e progressão na regressão”, p.29 – 34.