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Anais - Territórios do Político - vol. 1 - Universidade Estadual de ...

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TEMPO, TEMPO, TEMPO...<br />

18 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1975. Dia 18, composto por 24 horas, ou 1440 min, ou 86400<br />

segun<strong>do</strong>s, além <strong>de</strong> décimos <strong>de</strong> segun<strong>do</strong>, centésimos, milésimos, microssegun<strong>do</strong>s,<br />

nanosegun<strong>do</strong>s e psicosegun<strong>do</strong>s in<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s. Julho composto <strong>de</strong> 31 dias, que cada<br />

dia tem 24 horas, e o ano <strong>de</strong> 1975, que naturalmente possui 365 dias, não sen<strong>do</strong><br />

bissexto, ten<strong>do</strong> quatro estações no mesmo perío<strong>do</strong>. Portanto observemos assim: 1975<br />

no mês <strong>de</strong> julho, no dia 18, ocorreu um fenômeno climático <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s proporções no<br />

território Norte Paranaense, inseri<strong>do</strong> com todas essas marcações temporais passadas.<br />

O acontecimento objeto, a geada, está marca<strong>do</strong> temporalmente no chama<strong>do</strong><br />

ano 75, especificamente somente no mês <strong>de</strong> julho, e ainda mais, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse mês o<br />

dia 18. Mas o que seria esse ano <strong>de</strong> 75, se não fosse o <strong>de</strong> 74 e o 76? E o que seria <strong>do</strong><br />

mês <strong>de</strong> julho se não fosse o <strong>de</strong> junho e o <strong>de</strong> agosto? E o dia 18, sen<strong>do</strong> ele somente o<br />

dia 18, o que seria?<br />

E a década <strong>de</strong> 60 e a <strong>de</strong> 80? O século XIX, XX e o XXI? São somente nomes, ou<br />

são o indício <strong>de</strong> uma continuida<strong>de</strong> temporal? Ou são apenas números que o<br />

historia<strong>do</strong>r manipula e impõe o seu senti<strong>do</strong>? Ou são referencias? Possuem relação<br />

nenhuma com a materialida<strong>de</strong>? Ou são completamente subjetivos?<br />

Frustra<strong>do</strong>s são to<strong>do</strong>s os historia<strong>do</strong>res, integralmente o que aconteceu em um<br />

nanosegun<strong>do</strong> da Re<strong>vol</strong>ução Francesa, um segun<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro da Bomba atômica, 1<br />

minuto <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> World Tra<strong>de</strong> Center, uma hora em Pearl Harbor, um dia completo<br />

em um campo <strong>de</strong> concentração, um mês total na Grécia Antiga, um ano pleno em<br />

qualquer lugar, o que dirá <strong>de</strong> séculos, milênios, eras.<br />

Mas reconforta<strong>do</strong>s os historia<strong>do</strong>res que enten<strong>de</strong>m as medidas <strong>do</strong> tempo, ou<br />

refletem sobre elas. E é assim que será proposta uma reflexão teórica sobre o<br />

“tempo”, ten<strong>do</strong> como fundamento sua medida, seu aspecto convenciona<strong>do</strong><br />

socialmente, seguin<strong>do</strong> uma proposição <strong>de</strong> Brau<strong>de</strong>l; a história é a ciência <strong>do</strong>s homens<br />

no tempo.<br />

Essa noção tempo que buscamos, não baseia-se em mircrotempos mas sim no<br />

tempo <strong>do</strong> relógio, marca<strong>do</strong> socialmente, ano após ano, dia após dia. Essa concepção<br />

<strong>de</strong> tempo tem como base a física <strong>de</strong> Einstein, a teoria da relativida<strong>de</strong>, na qual sempre<br />

o tempo <strong>de</strong>ve estar associa<strong>do</strong> a algum local, o que o próprio chama relação

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