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Anais - Territórios do Político - vol. 1 - Universidade Estadual de ...

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95<br />

não é outra somente no espaço, mas também se altera no<br />

tempo. Ela não é dada <strong>de</strong> uma vez por todas: a auto-alteração<br />

da socieda<strong>de</strong> que é a história e sua história, sua temporalida<strong>de</strong><br />

cria<strong>do</strong>ra própria e <strong>de</strong>strui<strong>do</strong>ra. (2007, p. 30)<br />

Dessa maneira existem elementos que constituem o imaginário e sua<br />

instituição, significações imaginárias encarnadas no social que direcionam,<br />

<strong>de</strong>terminam o grupo, como exemplo as religiões, crenças, são elementos conídicos 8 da<br />

vida histórico-social e que estão presente em cada socieda<strong>de</strong>.<br />

Sen<strong>do</strong> assim, o café era um elemento da socieda<strong>de</strong> Norte Paranaense, essa<br />

planta biológica funcionava na sua instituição imaginária. Era um <strong>de</strong> uma só maneira<br />

elemento organiza<strong>do</strong>r funcional, e também elemento cria<strong>do</strong>r subjetivo da vida das<br />

pessoas. Tu<strong>do</strong> isso por causa da relação direta existente entre o homem e seu meio<br />

transforma<strong>do</strong> e transforma<strong>do</strong>r.<br />

Mas com a criação/<strong>de</strong>struição da soja, essa relação direta não mais existe,<br />

mas sim a relação mediatizada pela tecnologia, <strong>de</strong>ssa maneira a soja não tem mais<br />

esse po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> elemento imaginário. A cida<strong>de</strong> passa a ser local <strong>de</strong> habitat humano. A<br />

separação campo e cida<strong>de</strong> também não po<strong>de</strong> ser subestimada, como Raymond<br />

Willians escreve em seu livro, “O campo e a cida<strong>de</strong>: na história e na literatura”, ten<strong>do</strong><br />

em vista na análise <strong>do</strong>s romancistas bucólicos com a complexificação <strong>do</strong>s significa<strong>do</strong>s e<br />

das relações entre os mesmos.<br />

Ou seja, acontece uma ruptura em diversos níveis sociais, econômicos,<br />

políticos e culturais na região geográfica <strong>do</strong> Norte <strong>do</strong> Paraná, um exemplo<br />

<strong>de</strong>monstrativo disso é o imaginário instituí<strong>do</strong> e seu <strong>de</strong>saparecimento. Tu<strong>do</strong> isso<br />

acontece no final da década <strong>de</strong> 60, anos 70 e início <strong>do</strong>s 80. Dessa mesma maneira<br />

existe a auto-organização da socieda<strong>de</strong>, mas o que acontece nessa ruptura histórica,<br />

como diz Castoriadis “ninguém sabe”. Po<strong>de</strong>mos traçar algumas hipóteses, encontrar<br />

elementos, na tentativa <strong>de</strong> contrariar esse autor, por isso no próximo trecho <strong>do</strong> artigo,<br />

será discuti<strong>do</strong> uma meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> compreensão <strong>do</strong> tempo, para melhor enten<strong>de</strong>r o<br />

perío<strong>do</strong> no qual acontece essas transformações.<br />

8 Neologismo <strong>de</strong> Castoriadis para fugir no problema da existência ou não <strong>do</strong> real. Indican<strong>do</strong> que o<br />

mesmo, é composto por significações funcionais, como classe, separações, mas também <strong>de</strong> um<br />

conteú<strong>do</strong> simplesmente cria<strong>do</strong>, subjetivo. Dessa maneira o imaginário que advêm <strong>do</strong> real, é composto<br />

por conjuntos <strong>de</strong> elementos, que se compõe por outros conjuntos e assim por diante. Ver p. 34.

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