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Anais - Territórios do Político - vol. 1 - Universidade Estadual de ...

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plural <strong>do</strong>s fenômenos históricos, on<strong>de</strong> socieda<strong>de</strong>s distintas e com histórias<br />

particulares, possuiriam pontos <strong>de</strong> conexão entre si 7 . Para Subrahmanyam, tal<br />

meto<strong>do</strong>logia iria <strong>de</strong> encontro às tradicionais concepções eurocêntricas nas pesquisas<br />

históricas. Para Serge Gruzinski, entusiasta <strong>de</strong>ssa teoria, trabalhar com as Histórias<br />

Conectadas “o historia<strong>do</strong>r tem <strong>de</strong> converter-se em uma espécie <strong>de</strong> eletricista<br />

encarrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> restabelecer as conexões internacionais e intercontinentais que as<br />

historiografias nacionais <strong>de</strong>sligaram ou escon<strong>de</strong>ram, bloquean<strong>do</strong> as suas respectivas<br />

fronteiras” 8 . Todavia, se para ambos os autores, existe mais diferenças <strong>do</strong> que<br />

proximida<strong>de</strong>s entre a História Comparada e a Conectada, para Maria Ligia Coelho<br />

Pra<strong>do</strong>, ambas as teorias ao invés <strong>de</strong> se anularem, se complementam:<br />

Penso, ainda, que a escolha da história comparada não<br />

exclui a abordagem <strong>de</strong> histórias conectadas. A única crítica<br />

meto<strong>do</strong>lógica indicada por Serge Gruzinski com relação à<br />

comparação refere-se à dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> escapar da visão<br />

eurocêntrica e <strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los dicotômicos. Do meu ponto <strong>de</strong><br />

vista, é possível fazer história comparada e permanecer crítico<br />

das visões eurocêntricas e dicotômicas. Assim, enten<strong>do</strong> que há<br />

mais complementação entre comparação e conexão, <strong>do</strong> que<br />

exclusão 9 .<br />

Compartilhamos <strong>de</strong>ssa leitura <strong>de</strong> Pra<strong>do</strong>, e com base nos pressupostos teóricos<br />

meto<strong>do</strong>lógicos da História Comparada e da História Conectada, preten<strong>de</strong>mos estudar<br />

os mun<strong>do</strong>s interliga<strong>do</strong>s, tanto culturais quanto político, <strong>do</strong> Comunismo no México e no<br />

Brasil. Para tanto, como fonte <strong>de</strong>ssa comparação e conexão, utilizaremos os jornais El<br />

Machete e A Classe Operária, respectivamente, publicações oficiais <strong>do</strong> PCM e <strong>do</strong> PCB.<br />

O primeiro número <strong>de</strong> El Machete foi publica<strong>do</strong> em março <strong>de</strong> 1924, como folha<br />

informativa <strong>do</strong> Sindicato <strong>de</strong> Obreros Tecnicos, Pintores y Escultores <strong>de</strong> México, que em<br />

seu quadro contava com os pintores muralistas Diego Rivera, David Alfaro Siqueiros e<br />

7 SUBRAHMANYAM, Sanjay. Connected Histories: Notes towards a Reconfiguration of Early Mo<strong>de</strong>rn<br />

Eurásia. In: Mo<strong>de</strong>rn Asian Studies. Special Issue: The Eurasian Context the Early Mo<strong>de</strong>rn History of<br />

Mainland South East Ásia, 1400-1800. Vol. 31, N° 3 (Jul., 1997). USA: Cambridge University Press,<br />

1997.pp.735-762.<br />

8 GRUZINSKI, Serge. Os mun<strong>do</strong>s mistura<strong>do</strong>s da monarquia católica e outras connected histories. In:<br />

Topoi, v. 2. Rio <strong>de</strong> Janeiro: jan-jun 2001.pp.176.<br />

9 PRADO, Maria Ligia Coelho. Repensan<strong>do</strong> a História Comparada da América Latina. In.: Revista <strong>de</strong><br />

História. Departamento <strong>de</strong> História. Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filosofia, Letras e Ciências Humanas. <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong><br />

São Paulo. nº 153. São Paulo: Humanitas / FFLCH / USP, 2º sem. 2005.p.30.

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