Anais - Territórios do PolÃtico - vol. 1 - Universidade Estadual de ...
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esquerda que apoiavam às reformas <strong>de</strong> Goulart, mostran<strong>do</strong> também que muitos já<br />
pertenciam a parti<strong>do</strong>s e organizações <strong>de</strong> esquerda, principalmente a corrente <strong>de</strong> um<br />
nacionalismo radical que tinha como principal expoente o governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong> Sul Leonel Brizola. Essa aproximação <strong>do</strong>s sargentos com a esquerda e<br />
principalmente sua politização preocupavam <strong>de</strong>mais a cúpula <strong>do</strong> Exército que temia<br />
uma re<strong>vol</strong>ução comunista no país. Feito essa panorama da situação, o movimento <strong>do</strong>s<br />
sargentos começa a se radicalizar e alguns li<strong>de</strong>res <strong>do</strong> movimento começam a organizar<br />
uma ação armada a fim <strong>de</strong> impor suas posições.<br />
Ainda no segun<strong>do</strong> capítulo, Parucker expõe alguns exemplos <strong>de</strong> sargentos que<br />
se candidataram e até casos <strong>de</strong> subalternos militares eleitos para cargos eleitorais,<br />
mas que não pu<strong>de</strong>ram assumir proibi<strong>do</strong>s pelas leis militares, segui<strong>do</strong> por batalhas<br />
judiciais para que esses pu<strong>de</strong>ssem exercer seus cargos <strong>de</strong> direito. No fim <strong>do</strong> capitulo o<br />
que se <strong>de</strong>staca é a <strong>de</strong>cisão <strong>do</strong> Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral que cassava mandato <strong>do</strong>s<br />
sargentos eleitos, o que gerou a ação armada <strong>do</strong>s sargentos, conhecida como re<strong>vol</strong>ta<br />
<strong>do</strong>s sargentos <strong>de</strong> Brasília, em setembro <strong>de</strong> 1963. Assim, até o fim <strong>do</strong> capítulo vemos o<br />
autor narran<strong>do</strong> o <strong>de</strong>senrolar da ação armada <strong>do</strong>s re<strong>vol</strong>tosos que chegou a tomar<br />
pontos estratégicos da Capital Fe<strong>de</strong>ral, como a base Aérea, a Rádio Nacional e a<br />
Central <strong>de</strong> Radiopatrulha. Além da intensa troca <strong>de</strong> tiros com oficias <strong>do</strong> Exército na<br />
Esplanada <strong>do</strong>s Ministérios, alguns oficiais foram feitos reféns, assim como funcionários<br />
<strong>de</strong>ssas localida<strong>de</strong>s e até um ministro <strong>do</strong> Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral, Victor Nunes Leal.<br />
A consequente <strong>de</strong>rrocada <strong>do</strong> levante e a seguida repressão e punição <strong>do</strong>s re<strong>vol</strong>tosos<br />
também é tratada nesse capítulo.<br />
No terceiro e ultimo capítulo o autor faz um apanha<strong>do</strong> geral <strong>do</strong> movimento,<br />
suas causas e consequências, discutin<strong>do</strong> as diferentes versões <strong>do</strong>s fatos <strong>de</strong> setembro<br />
<strong>de</strong> 1963, analisa<strong>do</strong>s através da <strong>do</strong>cumentação reunida na pesquisa, varia<strong>do</strong>s<br />
<strong>de</strong>poimentos e principalmente como os jornais da época relataram os eventos.<br />
Debate-se também, a influência e o peso que esse movimento e a re<strong>vol</strong>ta <strong>do</strong>s<br />
sargentos exerceram sobre os eventos <strong>de</strong> março e abril <strong>de</strong> 1964, quan<strong>do</strong> as forças<br />
conserva<strong>do</strong>ras <strong>de</strong>ntro e fora das Forças Armadas se sagram vitoriosas com o Golpe.<br />
Por fim, discute-se em a cidadania e o direito <strong>do</strong>s subalternos militares em participar<br />
da política <strong>de</strong> seu país.