Anais - Territórios do PolÃtico - vol. 1 - Universidade Estadual de ...
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inicialmente com uma introdução, na qual apresenta a estrutura <strong>de</strong> seu trabalho, faz<br />
consi<strong>de</strong>rações sobre os estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> historia política e militar no Brasil e nos apresenta o<br />
pouco conheci<strong>do</strong> e estuda<strong>do</strong> movimento <strong>do</strong>s sargentos. No primeiro capítulo vemos<br />
uma ampla abordagem acerca <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> aborda<strong>do</strong> em sua obra, 1961-1964, Parucker<br />
aborda o Brasil da época, refletin<strong>do</strong> acerca <strong>de</strong> sua conjuntura no tumultua<strong>do</strong> governo<br />
<strong>do</strong> presi<strong>de</strong>nte João Goulart, on<strong>de</strong>, segun<strong>do</strong> o autor, a divisão <strong>de</strong> forças era muito clara.<br />
De uma la<strong>do</strong> as forças conserva<strong>do</strong>ras, representadas pela burguesia nacional -<br />
influenciada pelo capital estrangeiro - e principalmente a cúpula das Forças Armadas<br />
que não concordavam com as idéias reformistas sinalizadas pelo governo. Já <strong>do</strong> outro<br />
la<strong>do</strong> compunham-se as correntes mais à esquerda que apoiavam as reformas e a<br />
transformação social brasileira. Vemos nesse primeiro capitulo ainda uma abordagem<br />
sobre a socieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> país e sua relação com a instituição militar e como ela interferia<br />
diretamente nos <strong>de</strong>stinos <strong>do</strong> país, o que fica evi<strong>de</strong>nte no pós 1964. A discussão teórica<br />
acerca das relações militares e política também se faz presente. Aliás, essa discussão<br />
permeia toda a obra, resgatan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>bate já feito por outros autores como José<br />
Murilo <strong>de</strong> Carvalho, Renato Lemos, Paulo Ribeiro da Cunha, Eliézer Rizzo <strong>de</strong> Oliveira,<br />
entre outros.<br />
Analisada a conjuntura <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>, o autor usa o segun<strong>do</strong> capitulo para<br />
apresentar aos leitores a situação em que os sargentos e <strong>de</strong>mais subalternos das<br />
Forças Armadas se encontravam no início da década <strong>de</strong> 1960, situação <strong>de</strong> pouca<br />
representativida<strong>de</strong> e nenhuma elegibilida<strong>de</strong>, problemas esses que vão estruturar o<br />
chama<strong>do</strong> movimento nacional <strong>do</strong>s sargentos. A primeira problemática faz referência às<br />
parcas condições salariais e <strong>de</strong> trabalho que os sargentos e os praças em geral<br />
encontravam <strong>de</strong>ntro da estrutura <strong>do</strong> Exército brasileiro. Já a segunda problemática,<br />
tida como central pelo autor, trata da impossibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s sargentos <strong>de</strong> concorrer a<br />
qualquer cargo político, ou seja, os subalternos da instituição castrense não po<strong>de</strong>riam<br />
concorrer e muito menos assumir cargos <strong>de</strong> verea<strong>do</strong>res, <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s ou qualquer outro<br />
cargo eleitoral. Assim, o capitulo segue traçan<strong>do</strong> a trajetória da organização <strong>do</strong>s<br />
sargentos em seu movimento por melhores condições, a constituição <strong>de</strong> uma<br />
Associação <strong>do</strong>s sargentos das Forças Armadas brasileiras, espaço em que po<strong>de</strong>riam<br />
discutir com maior liberda<strong>de</strong> seus problemas. Ao avançarmos no capitulo vemos que<br />
as questões e lutas <strong>do</strong>s sargentos aproximaram estes das principais correntes <strong>de</strong>