14.10.2014 Views

Anais - Territórios do Político - vol. 1 - Universidade Estadual de ...

Anais - Territórios do Político - vol. 1 - Universidade Estadual de ...

Anais - Territórios do Político - vol. 1 - Universidade Estadual de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

44<br />

fortes começaram a surgir oposições, como na Escola Politécnica da USP. Em Santa<br />

Catarina, Paraná e Recife também começaram a surgir movimentos <strong>de</strong> retorno às aulas<br />

e em alguns casos, <strong>de</strong> oposição a UNE 36 . No Rio <strong>de</strong> janeiro e na Guanabara, estudantes<br />

<strong>de</strong> diversos centros acadêmicos da PUC se <strong>de</strong>sligaram ou se colocaram em oposição a<br />

UNE, lançan<strong>do</strong> o Movimento Solidarista Universitário (MSU), que se opunha ao<br />

comunismo e aos extremismos. Os centros acadêmicos das faculda<strong>de</strong>s da Nacional <strong>de</strong><br />

Medicina, Engenharia e O<strong>do</strong>ntologia também se <strong>de</strong>sligaram da UNE. O rompimento<br />

mais expressivo, no entanto, aconteceu no início <strong>de</strong> novembro, quan<strong>do</strong> a coluna<br />

Encontro Universitário, <strong>do</strong> Jornal <strong>do</strong> Brasil, divulgou os resulta<strong>do</strong>s da votação para a<br />

União Metropolitana <strong>do</strong>s Estudantes (UME), <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro: Vitória foi da<br />

renovação 37 . Mesmo sem os votos <strong>de</strong> faculda<strong>de</strong>s cariocas importantes, que haviam<br />

rompi<strong>do</strong> com a UME e a UNE, a oposição <strong>de</strong>rrotou a esquerda, dan<strong>do</strong> início a uma<br />

sequência <strong>de</strong> vitórias da oposição em outras entida<strong>de</strong>s estaduais.<br />

CONCLUSÃO<br />

Ao tentar uma análise sobre o discurso anticomunista nos meios universitários,<br />

o presente artigo buscou enten<strong>de</strong>r as formas como FJD concebeu as esquerdas<br />

estudantis. Ao mesmo tempo, também buscou compreen<strong>de</strong>r o movimento<br />

universitário a partir <strong>de</strong> um espaço heterogêneo, marca<strong>do</strong> pelas diferenças e pela<br />

disputa das entida<strong>de</strong>s estudantis entre grupos políticos opostos, que em última<br />

instância, nos anos <strong>de</strong> 1960, representaram <strong>de</strong> um la<strong>do</strong> as forças <strong>de</strong> esquerda, e <strong>de</strong><br />

outro, as forças que discordavam e se opunham ao que se consi<strong>de</strong>rava ser a influência<br />

<strong>do</strong> comunismo. A reflexão sobre o tema parte da análise colocada por Daniel Aarão<br />

Reis 38 , <strong>de</strong> que:<br />

36 I<strong>de</strong>m, 01/08/1962, p. 6.<br />

37 Encontro Universitário, Jornal <strong>do</strong> Brasil, 02/11/1962, p. 14.<br />

38 REIS FILHO, Daniel Aarão. In: GARCIA, Marco Aurélio; VIEIRA, Maria Alice (Org). Rebel<strong>de</strong>s e<br />

Contesta<strong>do</strong>res: Brasil, França e Alemanha. São Paulo: Perseu Abramo, 1999, p. 65.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!