14.10.2014 Views

Anais - Territórios do Político - vol. 1 - Universidade Estadual de ...

Anais - Territórios do Político - vol. 1 - Universidade Estadual de ...

Anais - Territórios do Político - vol. 1 - Universidade Estadual de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

40<br />

acontecen<strong>do</strong> gradativamente, conforme os Conselhos Estaduais <strong>de</strong> Estudantes se<br />

reuniam para <strong>de</strong>liberar a pare<strong>de</strong>.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, o meio universitário, mesmo no auge inicial da greve por um<br />

terço, não era homogêneo ou unitário. Apesar <strong>de</strong> alguns grupos frontalmente opostos<br />

à UNE terem se manifesta<strong>do</strong> favoráveis a paralisação, especialmente na Guanabara 20 ,<br />

na <strong>Universida<strong>de</strong></strong> Mackenzie e na PUC, em São Paulo, grupos <strong>de</strong> alunos das Faculda<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> Direito se posicionaram publicamente em favor <strong>de</strong> furar a greve. 21 No Paraná, nas<br />

cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Ponta Grossa e Londrina também haviam estudantes contrários a greve,<br />

além <strong>de</strong> um movimento pró-plebiscito, que a partir <strong>de</strong> um grupo estudantil <strong>de</strong> Curitiba<br />

passou a exigir da União Paranaense <strong>do</strong>s Estudantes (UPE) uma votação geral,<br />

justifican<strong>do</strong> que essa era a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os universitários se expressarem em<br />

relação a paralisação, proposta que foi tachada como trai<strong>do</strong>ra e divisionista pela UPE 22 .<br />

No entanto, os movimentos que se opuseram à greve não se tornaram<br />

nacionais e foram sen<strong>do</strong> ofusca<strong>do</strong>s pelas assembleias <strong>do</strong>s centros e diretórios<br />

acadêmicos e pelas intervenções das entida<strong>de</strong>s estudantis estaduais, que foram<br />

continuamente ratifican<strong>do</strong> a <strong>de</strong>cisão da UNE e as resoluções <strong>do</strong> II SNRU. Nesse<br />

contexto inicial, a FJD surgiu como a primeira organização radical <strong>de</strong> oposição a greve,<br />

que apesar <strong>de</strong> não ter aglutina<strong>do</strong> um número significativo <strong>de</strong> estudantes, se manteve<br />

na imprensa nacional assinan<strong>do</strong> longos comunica<strong>do</strong>s nos quais <strong>de</strong>nunciava a<br />

infiltração comunista internacional na direção da UNE e os objetivos da entida<strong>de</strong> em<br />

conturbar o panorama nacional.<br />

A FJD CONTRA A UNE DURANTE A GREVE<br />

As ações da FJD e <strong>de</strong> grupos contrários a UNE e ao avanço das esquerdas no<br />

interior das entida<strong>de</strong>s estudantis não eram novida<strong>de</strong> em 1962. Des<strong>de</strong> 1956 a FJD<br />

promovia <strong>de</strong>núncias contra a influência comunista nos meios estudantis, quan<strong>do</strong><br />

20 Encontro Universitário, Jornal <strong>do</strong> Brasil, 18/05/1962 – 25/06/1962, ca<strong>de</strong>rno B, p.14.<br />

21 O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo, 03/06/1960, p. 17.<br />

22 I<strong>de</strong>m, 22/06/1962, p. 5.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!