Anais - Territórios do PolÃtico - vol. 1 - Universidade Estadual de ...
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A terceira ação ocorreu em 2010, ten<strong>do</strong> como slogan “seguiremos em marcha<br />
até que todas sejamos livres”, o diferencial <strong>de</strong>ssa ação foi a marcha realizada por<br />
aproximadamente três mil mulheres, durante onze dias (<strong>de</strong> 08 a 18 <strong>de</strong> março),<br />
conforme o site da SOF 10 , sain<strong>do</strong> da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campinas – SP até a capital – São Paulo,<br />
terminan<strong>do</strong> com um ato na Praça Charles Miller, no Pacaembu. Nessa ação a MMM<br />
lançou uma plataforma <strong>de</strong> ação, on<strong>de</strong> constavam seis eixos <strong>de</strong> lutas, <strong>de</strong>ntre eles a<br />
construção <strong>de</strong> mun<strong>do</strong> sem violência contra as mulheres. Nessa edição, a visualida<strong>de</strong> da<br />
MMM foi <strong>de</strong>stacada pelas “caminhantes”, gigantescas bonecas e pela própria<br />
dimensão da Marcha, composta pelas mulheres, que portavam camisetas, mochilas e<br />
ban<strong>de</strong>iras na cor lilás.<br />
Nesse senti<strong>do</strong>, a MMM preten<strong>de</strong> através da composição visual realizar uma<br />
intervenção social e mobilização político-pedagógica que ajuda a construir e i<strong>de</strong>ntificar<br />
o próprio movimento, na qual a mediação visual se refere aos valores e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s<br />
construídas, que são comunica<strong>do</strong>s durante as marchas. Nesse senti<strong>do</strong>, o conhecimento<br />
histórico [torna-se] uma operação teórico-meto<strong>do</strong>lógica que visa compreen<strong>de</strong>r e<br />
interpretar os senti<strong>do</strong>s que os atores sociais atribuem a seus atos materiais e simbólico.<br />
(BORGES, 2005, p. 81)<br />
Na seqüência, opta-se por iniciar uma análise preliminar das imagens<br />
(fotografias) da MMM, veiculadas nos materiais produzi<strong>do</strong>s pelo próprio movimento,<br />
ten<strong>do</strong> em vista que, segun<strong>do</strong> Ulpiano Bezerra Meneses para trabalhar historicamente<br />
com uma imagem é necessário tomar a imagem como um enuncia<strong>do</strong>, que só se<br />
apreen<strong>de</strong> na fala, em situação (MENESES, 2003, p. 28). Nesse senti<strong>do</strong>, enten<strong>de</strong>r a<br />
importância <strong>de</strong>ssa construção imagética para o movimento faz-se necessário nesse<br />
momento da pesquisa.<br />
O Ca<strong>de</strong>rnos Marcha Mundial das Mulheres foi lança<strong>do</strong> em 2008, com o objetivo<br />
<strong>de</strong> sistematizar a organização <strong>de</strong> oito anos <strong>do</strong> movimento, ele contempla no seu<br />
conteú<strong>do</strong> uma apresentação histórica, os princípios e os eixos da MMM, juntamente<br />
com as imagens. A escolha foi feita pela capa <strong>do</strong> ca<strong>de</strong>rno, visto que trás algumas<br />
informações pertinentes aos nossos estu<strong>do</strong>s:<br />
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