Anais - Territórios do PolÃtico - vol. 1 - Universidade Estadual de ...
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milhões <strong>de</strong> pessoas, não só matem, mas morram <strong>vol</strong>untariamente por imaginações tão<br />
limitadas (...)” 3 .<br />
Já Para Barbosa Lima Sobrinho, o nacionalismo po<strong>de</strong> ter origens <strong>de</strong>ssemelhantes e<br />
ten<strong>de</strong>r para objetivos nem sempre harmônicos. O que caracteriza o nacionalismo é a<br />
presença <strong>de</strong> um antagonismo, <strong>de</strong> uma diversificação <strong>de</strong> interesses entre grupos humanos,<br />
vincula<strong>do</strong>s a territórios diferentes. Claro que, para que essa diversificação possa merecer o<br />
rótulo <strong>de</strong> nacionalismo, há que imaginar uma nação existente ou em formação. Desse mo<strong>do</strong>,<br />
ele afirma que o nacionalismo pressupõe a presença <strong>de</strong> uma nação, já constituída ou em<br />
andamento.<br />
A substância <strong>do</strong> nacionalismo para Sobrinho seria então um antagonismo <strong>de</strong><br />
interesses ou <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ais. As manifestações claro que não são idênticas, <strong>de</strong> um lugar para<br />
outro, <strong>de</strong> um século para outro. Assim, o nacionalismo<br />
(...) não é um conceito estático, não é um letreiro <strong>de</strong> ro<strong>do</strong>via,<br />
marcan<strong>do</strong> o número <strong>de</strong> quilômetros percorri<strong>do</strong>s ou a percorrer. É,<br />
antes, um conceito dinâmico, a soma ou o conhecimento <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os<br />
letreiros, uma <strong>do</strong>utrina, uma experiência e uma política (...) 4 .<br />
2. O FUTEBOL BRASILEIRO<br />
Ao estudarmos a história <strong>do</strong> futebol brasileiro po<strong>de</strong>mos perceber duas coisas: a primeira é<br />
que acompanhan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>sen<strong>vol</strong>vimento <strong>de</strong>sse esporte no Brasil, po<strong>de</strong>mos também<br />
acompanhar a história <strong>de</strong> nosso próprio país. De acor<strong>do</strong> com Marcos Guterman, “o futebol<br />
(...) não é um mun<strong>do</strong> à parte, não é uma espécie <strong>de</strong> ‘Brasil paralelo’. É pura construção<br />
histórica, gerada como parte indissociável <strong>do</strong>s <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bramentos da vida política e econômica<br />
<strong>do</strong> Brasil”. De acor<strong>do</strong> com José Carlos Sebe Bom Meihy e José Sebastião Witter, “(...) O<br />
futebol como veículo da permanência <strong>de</strong> valores sociais é a mais importante e contínua<br />
manifestação <strong>de</strong> massas no Brasil (...)” 5 .<br />
No futebol, to<strong>do</strong>s os joga<strong>do</strong>res seriam iguais <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> campo, por isso, uma seleção<br />
nacional viria para acabar os as diferenças sociais, regionais e étnicas, por exemplo,<br />
3 ANDERSON, Benedict. Nação e Consciência Nacional. Tradução <strong>de</strong> Lólio Lourenço <strong>de</strong> Oliveira. São Paulo:<br />
Editora Ática, 1989. p.16<br />
4 SOBRINHO, Barbosa Lima. Des<strong>de</strong> quan<strong>do</strong> somos nacionalistas? – Petrópolis, RJ: Vozes, 1995. p. 11.<br />
5 MEIHY, José Carlos Sebe e WITTER, José Sebastião. Futebol e Cultura: Coletânea <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s. São Paulo:<br />
Imprensa Oficial: Arquivo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, 1982.