Anais - Territórios do PolÃtico - vol. 1 - Universidade Estadual de ...
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esporte para se legitimarem. Buscaremos mostrar que o futebol está sempre alia<strong>do</strong> ao<br />
nacionalismo e o maior exemplo disso foi a Copa <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1970.<br />
Iniciaremos abordan<strong>do</strong> as questões relacionadas ao termo nacionalismo. An<strong>de</strong>rson<br />
inicia afirman<strong>do</strong> que os estu<strong>do</strong>s sobre esse tema se modificaram muito nos últimos anos,<br />
tornan<strong>do</strong> obsoleta maior parte da historiografia tradicional sobre o assunto. Dessa forma,<br />
ele afirma que sua obra, por possuir méto<strong>do</strong>s e preocupações próprias, se encontra à<br />
margem <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s recentes sobre os nacionalismos.<br />
Para o autor, a nacionalismo e a nacionalida<strong>de</strong> são produtos culturais específicos.<br />
Para entendê-los, é necessário consi<strong>de</strong>rar as suas origens históricas, como seus significa<strong>do</strong>s<br />
se modificaram através <strong>do</strong> tempo e como eles possuem atualmente uma legitimida<strong>de</strong><br />
emocional tão profunda.<br />
Os termos Nação, nacionalida<strong>de</strong>, nacionalismo têm-se <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> difíceis <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>finir e também <strong>de</strong> analisar. Essa dificulda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s teóricos que se <strong>de</strong>dicam ao estu<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
nacionalismo seria <strong>de</strong>vida ao fato <strong>de</strong>les pensarem a existência <strong>de</strong> um nacionalismo com N<br />
maiúsculo. O autor propõe que se trate esse conceito como se trata “parentesco” e<br />
“religião”, ao invés <strong>de</strong> “liberalismo” ou fascismo.<br />
A <strong>de</strong>finição para nação que o autor formula é a uma comunida<strong>de</strong> política imaginada –<br />
e imaginada implicitamente limitada e soberana. Ela é imaginada porque os membros das<br />
nações, não importam o seu tamanho, nunca se encontrarão ou ouvirão falar da maioria <strong>do</strong>s<br />
seus companheiros. Apesar disso, possuem em mente a imagem viva da comunhão entre<br />
eles.<br />
Todas as comunida<strong>de</strong>s maiores <strong>do</strong> que as primitivas al<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> contato face a face<br />
são imaginadas. A nação é imaginada como limitada, porque até mesmo a maior <strong>de</strong>las,<br />
possui fronteiras finitas, para além das quais se encontram outras nações. É também<br />
imaginada como soberana, porque o conceito nasceu em uma época em que a Re<strong>vol</strong>ução e<br />
o Iluminismo estavam <strong>de</strong>struin<strong>do</strong> a legitimida<strong>de</strong> <strong>do</strong> reino dinástico hierárquico, divinamente<br />
instituí<strong>do</strong>. As nações sonham em ser livres e o símbolo <strong>de</strong>ssa liberda<strong>de</strong> é o Esta<strong>do</strong> soberano.<br />
Para An<strong>de</strong>rson, a nação é imaginada como comunida<strong>de</strong> porque a nação é sempre<br />
concebida como um companheirismo profun<strong>do</strong> e horizontal. Essa fraternida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />
com o autor, “(...) é que torna possível, no correr <strong>do</strong>s últimos <strong>do</strong>is séculos, que tantos