Anais - Territórios do PolÃtico - vol. 1 - Universidade Estadual de ...
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Durante os governos <strong>do</strong>s presi<strong>de</strong>ntes Ronald Reagan (1981-1989) e George Bush<br />
(1989-1993) os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s elegeram novos inimigos em sua política externa,<br />
substituin<strong>do</strong> o algoz soviético e seu socialismo. Foram eleitos, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Noam<br />
Chomsky 15 , quatro novos inimigos: a instabilida<strong>de</strong> econômico-política <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s<br />
terceiro-mundistas, o narcotráfico hispano-americano, o terrorismo em escala<br />
internacional, principalmente no Oriente Médio e o fundamentalismo islâmico.<br />
A Doutrina Powell estabeleceu que os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s só po<strong>de</strong>riam intervir em duas<br />
situações: quan<strong>do</strong> estivessem em risco áreas com reservas <strong>de</strong> combustíveis fósseis,<br />
como petróleo, abastece<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> Oci<strong>de</strong>nte, como o Kuwait e o Iraque, no Oriente<br />
Médio; e, em áreas estratégicas consi<strong>de</strong>radas essenciais para a segurança <strong>de</strong> alia<strong>do</strong>s e<br />
<strong>de</strong> locais economicamente fundamentais para os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. Para a <strong>do</strong>utrina, o<br />
país necessita <strong>de</strong> segurança e equilíbrio no cenário internacional para po<strong>de</strong>r agir. Isso<br />
quer dizer que Washington não iria intervir em to<strong>do</strong> e qualquer conflito regional.<br />
Do ponto <strong>de</strong> vista da ação militar, a Doutrina Powell ainda se faz presente e é<br />
mantida. Não se po<strong>de</strong> esquecer que ela foi substituída pelas Doutrinas Clinton e Bush,<br />
mas ainda assim, permanece atual nas intervenções militares <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. O<br />
problema das baixas em combate é um tema <strong>de</strong>lica<strong>do</strong> no território estaduni<strong>de</strong>nse<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Guerra <strong>do</strong> Vietnã. As freqüentes comparações da Invasão <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s<br />
ao Iraque, a partir <strong>de</strong> 2003, com o conflito no Vietnã, é um claro sinal disso.<br />
A atual intervenção militar <strong>de</strong> Washington, iniciada em 2003, no Iraque,<br />
inicialmente encontrou apoio da mídia e <strong>de</strong> parcela da população estaduni<strong>de</strong>nse.<br />
Contu<strong>do</strong>, a euforia inicial da guerra passou e aconteceu a emergência <strong>de</strong> novos fatos<br />
que <strong>de</strong>smentiram os argumentos apresenta<strong>do</strong>s pelos governos <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s e<br />
<strong>do</strong> Reino Uni<strong>do</strong>, para justificar a guerra preventiva contra o Iraque, em 2003. Os<br />
argumentos eram basicamente <strong>do</strong>is: o primeiro se referia a possíveis ligações <strong>do</strong><br />
governo <strong>de</strong> Saddam Hussein com a re<strong>de</strong> terrorista Al Qaeda, <strong>de</strong> Osama Bin La<strong>de</strong>n. Já o<br />
segun<strong>do</strong>, era a existência <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sen<strong>vol</strong>vimento e <strong>de</strong> estoques <strong>de</strong> armas<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>struição em massa (nucleares, químicas e biológicas).<br />
Vale ressaltar que tal embate bélico ocorreu durante o governo <strong>do</strong> presi<strong>de</strong>nte<br />
republicano, George Walker Bush, em 2001.<br />
15 Conforme a obra: CHOMSKY, Noam. Novas e Velhas Or<strong>de</strong>ns Mundiais. COUTINHO, Paulo Roberto. São<br />
Paulo: Scritta, 1996 (Coleção Clássica).