Anais - Territórios do PolÃtico - vol. 1 - Universidade Estadual de ...
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231<br />
trabalho:<br />
antes <strong>de</strong> completar <strong>do</strong>ze anos, tornava-se um aprendiz. (...),<br />
nada ganhava. Depois <strong>de</strong>ssa ida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>ria-ser contrata<strong>do</strong> à<br />
soldada (...), com a aprovação <strong>do</strong> juiz <strong>de</strong> órfãos ou <strong>do</strong> mor<strong>do</strong>mo<br />
<strong>do</strong>s expostos. 40<br />
No Seminário <strong>de</strong> Sant’Anna, a educação se dava pela inserção ao mun<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
O Instituto <strong>de</strong> Educan<strong>do</strong>s Artífices contava com as seguintes<br />
escolas e oficinas: primeiras letras; geometria e mecânica<br />
aplicada às artes; noções gerais <strong>de</strong> aritmética e álgebra;<br />
escultura e <strong>de</strong>senho aplica<strong>do</strong> às artes; música e instrumentos <strong>de</strong><br />
corda; ginástica, natação e jogo <strong>de</strong> armas; alfaiate, sapateiro,<br />
marceneiro, serralheiro, correeiro, (...). 41<br />
Com a industrialização mais crianças eram mandadas para as manufaturas:<br />
Também passaram a ser solicita<strong>do</strong>s expostos das Rodas para<br />
oficinas <strong>de</strong> artesãos e pequenas fábricas que foram surgin<strong>do</strong>.<br />
Esse sistema funcionava como uma troca <strong>de</strong> benefícios: para os<br />
patrões, que tinham mão-<strong>de</strong>-obra dócil e gratuita; e para as<br />
crianças e jovens, que tinham oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> treinamento e<br />
aprendizagem em uma ativida<strong>de</strong> profissional, além da<br />
experiência (...) <strong>de</strong> viver fora <strong>do</strong> estabelecimento total e<br />
enfrentar a realida<strong>de</strong> tanto familiar como <strong>do</strong> trabalho 42<br />
O Seminário <strong>de</strong> Sant’Anna teve que se reinventar aos novos tempos da<br />
socieda<strong>de</strong> industrial, tanto que em 1868 para reformas e implamtação <strong>do</strong> novo<br />
currículo educacional, <strong>vol</strong>ta<strong>do</strong> para a inserção <strong>do</strong>s interna<strong>do</strong>s na nascente indústria<br />
paulista.<br />
4. ASCENSÃO DA FILANTROPIA CIENTÍFICA E A CRÍTICA A CARIDADE DA INFÂNCIA<br />
DESVALIDA<br />
As discussões, <strong>de</strong>bates e críticas que a socieda<strong>de</strong> paulista fez nas últimas<br />
décadas <strong>do</strong> séc. XIX às instituições eclesiásticas <strong>de</strong> amparo as crianças expostas e a<br />
ascensão <strong>do</strong> pensamento filantrópico – científico para solucionar com maior eficiência<br />
a questão da infância <strong>de</strong>svalida no Brasil. “A filantropia surgia (...), para substituir o<br />
40 I<strong>de</strong>m , ib<strong>de</strong>m, p.289<br />
41 MORAES, Op. cit. p.75<br />
42 MARCILIO, Op. cit. p.290