14.10.2014 Views

Anais - Territórios do Político - vol. 1 - Universidade Estadual de ...

Anais - Territórios do Político - vol. 1 - Universidade Estadual de ...

Anais - Territórios do Político - vol. 1 - Universidade Estadual de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

216<br />

<strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s representaria a sua anexação á gran<strong>de</strong><br />

República e a da Espanha, seria a paz efêmera, por que, mesmo<br />

nessa hipótese pouco provável, os norte-americanos<br />

preparariam, em curto prazo, uma nova re<strong>vol</strong>ução 18 .<br />

Declaran<strong>do</strong> que as condições em Cuba constituíam uma ameaça constante à<br />

paz, em 11 <strong>de</strong> abril McKinley enviou sua mensagem <strong>de</strong> guerra ao Congresso, insistin<strong>do</strong><br />

em nome da humanida<strong>de</strong>, em nome da civilização, em prol <strong>do</strong>s interesses americanos<br />

ameaça<strong>do</strong>s, o direito e o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> agir. Ele pediu ao Congresso que lhe <strong>de</strong>sse o po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> usar a força militar para assegurar uma completa finalização das hostilida<strong>de</strong>s.<br />

Medida que foi rapidamente aprovada 19 .<br />

O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> S. Paulo posicionou-se contrariamente às resoluções <strong>de</strong> guerra<br />

que estavam sen<strong>do</strong> tomadas naquele país. Apoiou a posição espanhola <strong>de</strong> não aceitar<br />

a intimação norte-americana, pois consi<strong>de</strong>rava inadmissível que os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s<br />

interviessem em Cuba por motivos que não visavam o reconhecimento da beligerância<br />

<strong>do</strong>s re<strong>vol</strong>ucionários ou a in<strong>de</strong>pendência da Ilha, mas sim saciar interesses econômicos<br />

e uma opinião pública exaltada e impregnada <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias expansionistas. Nesse<br />

momento alguns i<strong>de</strong>ais americanistas e a figura exemplar <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s per<strong>de</strong>m<br />

forças ao se confrontarem com a i<strong>de</strong>ologia <strong>de</strong>fendida pelo jornal <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa da<br />

soberania nacional e da liberda<strong>de</strong>. Essa indignação é <strong>de</strong>monstrada no dia 24 <strong>de</strong> abril<br />

<strong>de</strong> 1898:<br />

Os Nossos Telegramas, 24 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1898<br />

Está, portanto, evi<strong>de</strong>nte que a guerra tinha <strong>de</strong> se travar. Não<br />

era lícito à Espanha fugir a uma situação criada pela sua política<br />

tradicional. Para essa nação já empobrecida, mas cujo orgulho<br />

se não sente abati<strong>do</strong>. [...]<br />

O congresso americano, ce<strong>de</strong>n<strong>do</strong> embora à agitação popular,<br />

foi mal inspira<strong>do</strong>. Pon<strong>do</strong> <strong>de</strong> parte, a aspiração <strong>do</strong> povo <strong>de</strong> Cuba<br />

contestou tão somente a soberania espanhola.<br />

Cuba não será espanhola; mas Cuba não será tampouco<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. Isto foi o que a Espanha viu; e isto é o que ela<br />

não po<strong>de</strong> nem <strong>de</strong>ve aceitar. [...]<br />

A sorte da re<strong>vol</strong>ução cubana fica <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da guerra<br />

hispano-americana. [...]<br />

18 Os Nossos Telegramas. O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> S. Paulo. 06 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1898, p. 01.<br />

19 GOTT, Op. Cit., p. 120-121.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!