Anais - Territórios do PolÃtico - vol. 1 - Universidade Estadual de ...
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Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s respon<strong>de</strong>ram aos inúmeros apelos <strong>do</strong> general Fitzhugh Lee <strong>de</strong> que<br />
<strong>de</strong>veria ser envia<strong>do</strong> ao território cubano, com o intuito <strong>de</strong> vigiar e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os<br />
interesses <strong>do</strong> país, uma esquadra 12 . Dessa forma, o navio couraça<strong>do</strong> Maine foi envia<strong>do</strong><br />
ao porto <strong>de</strong> Havana. Os norte-americanos afirmavam que a visita <strong>do</strong> Maine era<br />
puramente cordial.<br />
O periódico consi<strong>de</strong>rou que a chegada <strong>do</strong> Maine era negativa para a<br />
re<strong>vol</strong>ução cubana, pois ao permitir que um navio americano chegasse à costa, os<br />
espanhóis estavam fortalecen<strong>do</strong> seus laços <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> com os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. Além<br />
disso, os espanhóis enviariam como prova <strong>de</strong> boas relações diplomáticas, navios aos<br />
portos americanos, o que se colocava em oposição aos i<strong>de</strong>ais <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa da re<strong>vol</strong>ução<br />
cubana por parte <strong>do</strong> periódico, como mostra notícia <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> janeiro:<br />
Os Nossos Telegramas, 29 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1898<br />
O governo espanhol aos gritos <strong>de</strong> guerra que atroam a cida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Madrid, respon<strong>de</strong> logicamente como quem tem a<br />
responsabilida<strong>de</strong> da prosperida<strong>de</strong> e da felicida<strong>de</strong> <strong>do</strong> país<br />
or<strong>de</strong>nan<strong>do</strong> a partida <strong>de</strong> navios <strong>de</strong> guerra em visita aos portos<br />
norte-americanos para <strong>de</strong>monstrar que está em boas relações<br />
com a República <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s.<br />
Basta refletir um momento sobre o <strong>de</strong>sânimo que os<br />
partidários <strong>de</strong> Cuba terão nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> virem ali<br />
cordialmente acolhida a marinha espanhola.<br />
A causa <strong>de</strong> Cuba está positivamente perdida 13 .<br />
Em fins <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1897, Dupuy <strong>de</strong> Lome, representante espanhol em<br />
Washington, havia escrito uma carta pessoal ao editor <strong>do</strong> periódico espanhol El<br />
Heral<strong>do</strong>. Na correspondência, o ministro espanhol tecia duras críticas ao presi<strong>de</strong>nte<br />
McKinley e ao seu governo, ao qual consi<strong>de</strong>rava “fraco e posan<strong>do</strong> para a administração<br />
da multidão, além <strong>de</strong> ser um político alcoviteiro que tenta <strong>de</strong>ixar a porta aberta atrás<br />
<strong>de</strong> si, enquanto fica em bons termos com os chauvinistas <strong>de</strong> seu parti<strong>do</strong>” 14 . Essa carta,<br />
no início <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1898, chegou às mãos da imprensa norte-americana e foi<br />
publicada nas páginas <strong>do</strong>s jornais, causan<strong>do</strong> imensa re<strong>vol</strong>ta nos setores populares e<br />
estremecen<strong>do</strong> as relações entre os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s e a Espanha. O jornal se mostrou<br />
12 THOMAS, Hugh. Cuba: la lucha por la libertad 1762-1970. Barcelona: Ediciones Grijalbo. 1973, p. 465.<br />
13 Os Nossos Telegramas. O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> S. Paulo. 29 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1898, p. 01.<br />
14 SCHOULTZ, Lars. Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s: po<strong>de</strong>r e submissão. Bauru: EDUSC, 1998, p. 155.