Anais - Territórios do PolÃtico - vol. 1 - Universidade Estadual de ...
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212<br />
constituí<strong>do</strong>s, agin<strong>do</strong> como mo<strong>de</strong>la<strong>do</strong>r da opinião pública e como <strong>de</strong>fensor da<br />
soberania nacional e popular.<br />
O periódico preferiu a<strong>do</strong>tar uma linha política in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, intervin<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
maneira autônoma na discussão <strong>do</strong>s assuntos políticos e sociais, internos e externos<br />
<strong>do</strong> país. Ten<strong>do</strong> como traços mais marcantes <strong>de</strong> seu perfil i<strong>de</strong>ológico a <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong>s<br />
postula<strong>do</strong>s liberais e a <strong>de</strong>fesa da <strong>de</strong>mocracia, os valores <strong>de</strong> O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> S. Paulo se<br />
reformularam constantemente no i<strong>de</strong>ário <strong>de</strong> seus representantes, procuran<strong>do</strong> sempre<br />
mo<strong>de</strong>lar o comportamento político <strong>de</strong> seu público leitor.<br />
Não trataremos as notícias como meras repetições <strong>do</strong>s acontecimentos, mas<br />
sim, como atitu<strong>de</strong>s próprias <strong>do</strong> veículo, que as produz <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com sua própria<br />
i<strong>de</strong>ologia, como afirmam Maria Helena Capelato e Maria Lígia Pra<strong>do</strong>,<br />
a escolha <strong>de</strong> um jornal como objetivo <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> justifica-se por<br />
enten<strong>de</strong>r-se a imprensa fundamentalmente como instrumento<br />
<strong>de</strong> manipulação, <strong>de</strong> interesses e <strong>de</strong> intervenção na vida social,<br />
nega-se, pois, aqui, aquelas perspectivas que o tomam como<br />
mero “veículo <strong>de</strong> informações”, transmissor imparcial e neutro<br />
<strong>do</strong>s acontecimentos, nível isola<strong>do</strong> da realida<strong>de</strong> político social<br />
na qual se insere 9 .<br />
Por fim, o objetivo central <strong>de</strong>sse trabalho é fazer um estu<strong>do</strong> da visão brasileira<br />
da Guerra Hispano-Americana, analisan<strong>do</strong> qual foi o posicionamento <strong>do</strong> periódico,<br />
quais foram os aspectos privilegia<strong>do</strong>s e se houve mudanças <strong>de</strong> posicionamento <strong>do</strong><br />
mesmo ao longo <strong>do</strong> conflito. Tencionamos observar as peculiarida<strong>de</strong>s no processo <strong>de</strong><br />
construção <strong>de</strong> representações 10 acerca da in<strong>de</strong>pendência cubana, quais as diferenças<br />
<strong>de</strong> abordagem, <strong>de</strong>ntre outros aspectos. A pesquisa contribuirá para a compreensão da<br />
conformação das i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s políticas geradas a partir das relações interamericanas,<br />
em especial da relação <strong>do</strong> Brasil como os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, a América Latina e a<br />
Espanha.<br />
*****<br />
9 CAPELATO; PRADO, Op. Cit., p. XIX.<br />
10 Enten<strong>de</strong>mos por representações a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Pierre Rosanvallon, na qual representação é a<br />
“maneira pela qual uma época, um país, ou grupos sociais procuram construir as respostas àquilo que<br />
percebem maios ou menos confusamente como um problema”.