Anais - Territórios do PolÃtico - vol. 1 - Universidade Estadual de ...
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atrativa aos olhos <strong>de</strong> seus leitores, além <strong>de</strong> conseguir publicar as notícias com maior<br />
rapi<strong>de</strong>z e eficiência 6 . Nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s a imprensa sensacionalista li<strong>de</strong>rada pelos<br />
jornais The New York World e The New York Journal, <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>, respectivamente,<br />
<strong>de</strong> Joseph Pulitzer e William Ran<strong>do</strong>n Hearst, enxergaram na guerra <strong>de</strong> Cuba uma<br />
oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar a venda <strong>de</strong> seus periódicos, usan<strong>do</strong> a provocação e o<br />
exagero para interferir diretamente em alguns momentos no conflito 7 .<br />
Na Espanha e em Cuba a imprensa oficial e a censura marcaram a participação<br />
<strong>do</strong>s periódicos no conflito. A Espanha proibiu qualquer manifestação, que não fosse a<br />
governamental, <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> território cubano e colocava na imprensa oficial suas<br />
manifestações sempre favoráveis ao exército espanhol. Assim, surgiu o interesse <strong>de</strong><br />
buscar como a imprensa <strong>de</strong> um país, que se manteve fora <strong>do</strong> conflito arma<strong>do</strong>, como o<br />
Brasil, mas que tinha uma consi<strong>de</strong>rável representativida<strong>de</strong> no continente e uma<br />
relação estreita com os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s repercutiu e se posicionou em relação ao<br />
conflito.<br />
Percebe-se que nesse perío<strong>do</strong> os jornais eram espaços privilegia<strong>do</strong>s para o<br />
<strong>de</strong>bate <strong>do</strong>s problemas nacionais e para a formação da opinião pública, além <strong>de</strong><br />
importante fonte para acompanhar as questões externas. Dessa forma, consi<strong>de</strong>ramos<br />
importante analisar a Guerra Hispano-Americana na tentativa <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r em que<br />
medida a imprensa brasileira se posicionou em relação ao conflito e buscar a<br />
compreensão da conformação das i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s políticas e culturais geradas a partir das<br />
relações interamericanas entre os países en<strong>vol</strong>vi<strong>do</strong>s e o Brasil.<br />
Dessa forma, optamos por utilizar o jornal O Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> S. Paulo, um <strong>do</strong>s<br />
principais representantes da imprensa brasileira no perío<strong>do</strong> analisa<strong>do</strong>, que possuía em<br />
seu projeto político, uma concepção <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> que se fundava na teoria e<strong>vol</strong>ucionista,<br />
no princípio da autonomia e na experiência prática <strong>de</strong> alguns países, sobretu<strong>do</strong> os<br />
Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s 8 . Des<strong>de</strong> o início, o jornal assumiu uma postura <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong>s<br />
postula<strong>do</strong>s liberais e auto <strong>de</strong>finiu-se como órgão <strong>de</strong> oposição aos governos<br />
6 BARBOSA, Marialva. História cultural da Imprensa: Brasil – 1900-2000. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Mauad, 2007, p.<br />
24.<br />
7 PÉREZ PUERTO, Ángela. Cuba 1898: la guerra nacida <strong>de</strong>l papel. Goiás: Anphlac. 2010, p. 07.<br />
8 CAPELATO, Maria Helena; PRADO, Maria Lígia. O Bravo Matutino: imprensa e i<strong>de</strong>ologia no jornal O<br />
Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> S. Paulo. São Paulo: Editora Alfa Ômega. 1980, p. 26.