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Anais - Territórios do Político - vol. 1 - Universidade Estadual de ...

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200<br />

posicionan<strong>do</strong> a AIB como primeiro parti<strong>do</strong> <strong>de</strong> massa no Brasil, em 1935 ela teria cerca<br />

<strong>de</strong> 400 mil a<strong>de</strong>ptos. 20<br />

Hélgio Trinda<strong>de</strong> aponta alguma razões da a<strong>de</strong>são em massa ao integralismo:<br />

em primeira instância, o anticomunismo provém “da inspiração anticomunista <strong>do</strong>s<br />

fascistas europeus”; a simpatia pelo fascismo europeu; o nacionalismo, <strong>de</strong>corrente <strong>do</strong><br />

movimento mo<strong>de</strong>rnista da década <strong>de</strong> 20, ganha corpo no integralismo da extrema<br />

direita após a década <strong>de</strong> 30; e o combate à <strong>de</strong>mocracia liberal 21 . Desse mo<strong>do</strong>, o<br />

discurso integralista serviu como resposta e suporte às inquietações políticas 22 .<br />

Em 1932, o “Manifesto <strong>de</strong> Outubro”, que criou a Ação Integralista Brasileira<br />

compendiou alguns princípios <strong>do</strong> Integralismo:<br />

To<strong>do</strong>s os homens são suscetíveis <strong>de</strong> harmonização social e toda<br />

superiorida<strong>de</strong> que existe acima <strong>do</strong>s homens: a sua comum e<br />

suprema finalida<strong>de</strong>. Este é um pensamento profundamente<br />

brasileiro, que vem das raízes da nossa história e estará no<br />

íntimo <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os corações [...].Precisamos <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong><br />

capaz <strong>de</strong> tomar iniciativas em beneficio <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s e <strong>de</strong> cada um;<br />

capaz <strong>de</strong> evitar que os ricos, os po<strong>de</strong>rosos, os estrangeiros, os<br />

grupos políticos exerçam influência nas <strong>de</strong>cisões <strong>do</strong> governo,<br />

prejudican<strong>do</strong> os interesses fundamentais da nação [...]. 23<br />

Em 1934, no Segun<strong>do</strong> Congresso Nacional Integralista, a AIB tornou-se parti<strong>do</strong><br />

político e Plínio Salga<strong>do</strong> foi eleito seu “chefe nacional”. A essa altura, o mentor <strong>do</strong><br />

fascismo à brasileira, além da participação no grupo da Anta e no Movimento Ver<strong>de</strong>-<br />

Amarelo, tinha publica<strong>do</strong> "Psicologia da Re<strong>vol</strong>ução" e o "O que é o Integralismo?"<br />

(1933), o primeiro <strong>vol</strong>ta<strong>do</strong> aos pares intelectuais, o segun<strong>do</strong> à massa popular, ambos<br />

caracteriza<strong>do</strong>s pela fundamentação <strong>do</strong>utrinária.<br />

Sérgio Buarque <strong>de</strong> Holanda, que assistia à radicalização da ver<strong>de</strong> vertente,<br />

elucidará em Raízes <strong>do</strong> Brasil “o verda<strong>de</strong>iro senti<strong>do</strong> reformista da re<strong>vol</strong>ução dissi<strong>de</strong>nte,<br />

[...] que se mostrava, a seu ver, insuficiente e imaginosa”. 24 As observações <strong>de</strong> Sérgio<br />

20 ARAUJO, R. B. Totalitarismo e Re<strong>vol</strong>ução: o Integralismo <strong>de</strong> Plínio Salga<strong>do</strong>. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Jorge Zahar,<br />

1988, p. 25.<br />

21 TRINDADE, H. Integralismo: o fascismo brasileiro na década <strong>de</strong> 30. São Paulo: Difusão Européia <strong>do</strong><br />

Livro; Porto Alegre: <strong>Universida<strong>de</strong></strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, 1974.<br />

22 CHAUÍ, M. I<strong>de</strong>ologia e Mobilização Popular. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Paz e Terra, 1998, p. 133-5.<br />

23 MANISFESTO <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1932. Transcrito <strong>de</strong> “A Offensiva”, 28 jan., 1936, p. 2-3. Apud DITZEL,<br />

C.H.M. Manifestações autoritárias: o Integralismo nos Campos Gerais (1932-1955). Tese (Doutora<strong>do</strong> –<br />

UFSC). Florianópolis, 2004, p. 109-10.<br />

24 PRADO, A.A. op. cit., p. 92.

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