Anais - Territórios do PolÃtico - vol. 1 - Universidade Estadual de ...
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monárquico mesmo ten<strong>do</strong> potencial para se tornar o “gigante da América <strong>do</strong> Sul”<br />
<strong>de</strong>stacavam-se como os principais temas da seção internacional <strong>do</strong> periódico.<br />
CONCLUSÃO<br />
Ainda que os motivos <strong>do</strong> discurso elogioso <strong>do</strong> jornal brasileiro aos vizinhos da<br />
América <strong>do</strong> sul tivessem objetivos pragmáticos, não há como negar o surgimento da<br />
vertente da aproximação nas relações <strong>do</strong> Brasil com os <strong>de</strong>mais países americanos. O<br />
periódico rechaçava as antigas rivalida<strong>de</strong>s, afirman<strong>do</strong> que estas eram <strong>de</strong>corrências <strong>do</strong>s<br />
antagonismos ibéricos, e que já haviam si<strong>do</strong> superadas. Não é possível fazer aqui um<br />
estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>talha<strong>do</strong> sobre a recepção das formulações <strong>do</strong> periódico republicano, mas<br />
po<strong>de</strong>mos inferir, diante <strong>do</strong> aumento ano a ano <strong>do</strong> número <strong>de</strong> assinantes <strong>do</strong> jornal, que<br />
foi inegável a a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> uma parcela crescente da população a estas propostas.<br />
Po<strong>de</strong>mos concluir diante <strong>de</strong> tais elementos, que ainda durante o regime monárquico,<br />
contrarian<strong>do</strong> aspectos constitutivos da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> nacional brasileira, setores<br />
republicanos, representa<strong>do</strong>s neste trabalho pelo periódico A Província <strong>de</strong> São Paulo, já<br />
abriam caminho à vertente da aproximação. A frase bem construída <strong>do</strong> Manifesto <strong>do</strong><br />
Parti<strong>do</strong> Republicano, em 1870 não permaneceu estanque. Ainda que se questionem os<br />
alcances das proposições internacionais republicanas, se tem claro que o<br />
americanismo era a mais forte <strong>de</strong>las, americanismo que não se limitava aos Esta<strong>do</strong>s<br />
Uni<strong>do</strong>s, mas que lançavam um novo olhar também para as repúblicas <strong>do</strong> Sul, por tanto<br />
tempo negligenciadas, segun<strong>do</strong> o periódico. Desse mo<strong>do</strong>, os representantes <strong>do</strong><br />
periódico contribuíram para a construção <strong>de</strong> novos elementos que se agregariam à<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> nacional a partir da proclamação da República no Brasil, ao ressaltarem a<br />
“americanida<strong>de</strong>” brasileira.