Anais - Territórios do PolÃtico - vol. 1 - Universidade Estadual de ...
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18<br />
Dias, José Romero, José Elias e mais alguns. 25<br />
Oiticica e seus camaradas também contavam com o apoio <strong>do</strong>s lí<strong>de</strong>res <strong>do</strong>s<br />
trabalha<strong>do</strong>res das fábricas <strong>de</strong> teci<strong>do</strong>s, Manuel Castro e Joaquim Morais 26 . A a<strong>de</strong>são da<br />
União <strong>do</strong>s Operários em Fábricas <strong>de</strong> Teci<strong>do</strong>s (UOFT) era crucial aos anseios <strong>do</strong>s<br />
militantes <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a sua extrema organização, como afirma Ad<strong>do</strong>r, “o proletaria<strong>do</strong><br />
fabril – e em particular, os operários têxteis – vai constituir a espinha <strong>do</strong>rsal <strong>do</strong> ascenso<br />
operário ao longo <strong>de</strong> toda a conjuntura <strong>de</strong> 1917 a 1920, tanto em São Paulo como no<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro.” 27 Outra entida<strong>de</strong> que também estava ciente <strong>do</strong> levante, e mantinha<br />
reuniões em sua se<strong>de</strong>, era a União da Construção Civil (UCC). A cargo <strong>de</strong> levar a i<strong>de</strong>ia<br />
re<strong>vol</strong>ucionária às forças militares, ficou Ricar<strong>do</strong> Corrêa Perpétua. Assim, ele <strong>de</strong>veria <strong>de</strong><br />
levar os panfletos à Vila Militar. 28<br />
O Tenente Ajus era vizinho <strong>de</strong> Ricar<strong>do</strong> Corrêa Perpétua e estava presente no<br />
momento em que ele recebeu os panfletos. Aproveitan<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>satenção, retirou<br />
um panfleto e ao ver o teor <strong>do</strong> assunto, foi logo ao Quartel General, sen<strong>do</strong> incumbi<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> acompanhar <strong>de</strong> perto a movimentação daqueles “agita<strong>do</strong>res”. 29 Segun<strong>do</strong> o Tenente<br />
Ajus, logo que foi incumbi<strong>do</strong> <strong>de</strong> se infiltrar entre os organiza<strong>do</strong>res <strong>do</strong> possível<br />
movimento insurrecional, <strong>vol</strong>tou para casa e fingiu sua insatisfação com a forma <strong>de</strong><br />
governo vigente, em uma conversa com Ricar<strong>do</strong>. Assim, o anarquista ao saber da<br />
vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ajus <strong>de</strong> substituir o governo por um semelhante ao da Rússia, convi<strong>do</strong>u o<br />
Tenente a comparecer em uma reunião que trataria <strong>de</strong>ste tema.<br />
Então, no dia seguinte, os <strong>do</strong>is foram à casa <strong>do</strong> professor para uma das<br />
reuniões. Após esta, ocorreram mais algumas, a maioria na casa <strong>de</strong> Oiticica. Seguin<strong>do</strong><br />
seu <strong>de</strong>poimento, Elias Ajus afirma que nestas reuniões foram trata<strong>do</strong>s primeiramente<br />
assuntos que informavam sobre o porquê e como se daria o levante. Assim <strong>de</strong>clara,<br />
O Prof. Oiticica começou expon<strong>do</strong> [...] que o governo atual não<br />
satisfazia mais as aspirações nacionais e que se tornava mister<br />
25 BANDEIRA, Moniz. O ano vermelho: A re<strong>vol</strong>ução russa e seus reflexos no Brasil. São Paulo,<br />
Brasiliense, 2° Ed, 1980, p.305.<br />
26 DULLES, John W. Foster. IDEM, p.67.<br />
27 ADDOR, Carlos Augusto. A insurreição anarquista no Rio <strong>de</strong> Janeiro. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Achiamé,2° Ed.<br />
2002, p.99.<br />
28 BANDEIRA, Moniz. O ano vermelho: A re<strong>vol</strong>ução russa e seus reflexos no Brasil. São Paulo,<br />
Brasiliense, 2° Ed, 1980, p.306.<br />
29 BANDEIRA, Moniz. I<strong>de</strong>m, p.307.