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Anais - Territórios do Político - vol. 1 - Universidade Estadual de ...

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176<br />

Jobson Arruda (2011) aponta ainda outros fatores que não permitem a<br />

qualificação direta <strong>de</strong>sta tese <strong>de</strong> Alice Canabrava com as proposituras da escola <strong>do</strong>s<br />

Annales: o não uso da História quantitativa segun<strong>do</strong> as orientações <strong>de</strong> Ernest<br />

Labrousse, que não aparece em seus trabalhos, tão caro ao grupo <strong>do</strong>s Annales e<br />

também a estrutura temporal <strong>de</strong> sua tese, extremamente linear, on<strong>de</strong> “(...) os tempos<br />

não se superpõem, não dialogam entre si”, (p. 54) aparecen<strong>do</strong> em uma sucessão <strong>de</strong><br />

causas e consequências.<br />

Por fim, Jobson Arruda aponta que talvez as duas primeiras teses <strong>de</strong> Alice<br />

Canabrava pu<strong>de</strong>ssem ser tomadas como representativas da proposta <strong>do</strong>s Annales<br />

naquele momento. A boa recepção da tese <strong>de</strong> Canabrava sobre o comércio no estuário<br />

<strong>do</strong> Rio da Prata exposta acima, <strong>de</strong>ve ser pon<strong>de</strong>rada, pois na mesma apreciação,<br />

Brau<strong>de</strong>l sugere que o problema aborda<strong>do</strong> por Canabrava <strong>de</strong>veria ser inseri<strong>do</strong> em uma<br />

lógica <strong>de</strong> história total, na “ampla história da América, <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> e <strong>do</strong> Atlântico.”<br />

Neste senti<strong>do</strong>, conclui Jobson Arruda (2011): “A tese <strong>de</strong> cátedra é um low-key, um<br />

trabalho menor, que não faz jus aos <strong>do</strong>is primeiros estu<strong>do</strong>s, nem à autora (...).” (p. 56).<br />

A produção <strong>de</strong> José Roberto <strong>do</strong> Amaral Lapa, assim como a <strong>de</strong> Alice Piffer<br />

Canabrava, é extremamente ampla 12 , mas nos <strong>de</strong>teremos aqui em sua produção <strong>de</strong><br />

História Econômica. Sua tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento intitulada A Bahia e a Carreira da Índia,<br />

<strong>de</strong>fendida em 1966 na Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filosofia, Ciências e Letras <strong>de</strong> Marília inaugura<br />

seus estu<strong>do</strong>s em História Econômica e também uma nova temática <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s<br />

12 Não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> mencionar que a principal referência encontrada em relação aos trabalhos <strong>de</strong><br />

Amaral Lapa, é sua produção <strong>vol</strong>tada à História da Historiografia brasileira. Sua primeira produção neste<br />

senti<strong>do</strong> foi o livro publica<strong>do</strong> em 1976, fruto <strong>de</strong> seu curso <strong>de</strong> Historiografia brasileira ministra<strong>do</strong> para a<br />

primeira turma <strong>do</strong> programa <strong>de</strong> pós-graduação em História da UNICAMP, sob o título <strong>de</strong> A História em<br />

Questão. Historiografia brasileira contemporânea, on<strong>de</strong> trata da produção historiográfica universitária.<br />

Seu segun<strong>do</strong> trabalho na área é História e Historiografia. Brasil pós-64, publica<strong>do</strong> em 1985. Trata da<br />

produção historiográfica pós 1964 e procura diagnosticar os efeitos da instauração <strong>do</strong> regime militar<br />

sobre a produção historiográfica brasileira. Qualquer estu<strong>do</strong> inseri<strong>do</strong> no campo <strong>de</strong> História da<br />

Historiografia brasileira impreterivelmente faz menção a estes <strong>do</strong>is trabalhos <strong>de</strong> José Roberto <strong>do</strong> Amaral<br />

Lapa. Além da produção em História da Historiografia, os trabalhos <strong>de</strong> José Roberto <strong>do</strong> Amaral Lapa<br />

também se concentraram em História Urbana, mais especificamente sobre Campinas, uma das gran<strong>de</strong>s<br />

paixões <strong>do</strong> historia<strong>do</strong>r. Para isso ver: LAPA, José Roberto <strong>do</strong> Amaral. A Cida<strong>de</strong>: os cantos e os antros. São<br />

Paulo: Edusp, 1996. Ainda sobre História Econômica, a pesquisa acerca da Bahia e a Carreira da Índia<br />

conduziram Amaral Lapa à outro estu<strong>do</strong> inédito: o da presença <strong>do</strong> Tribunal <strong>do</strong> Santo Ofício no Norte <strong>do</strong><br />

Brasil, fato até então <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong>, que <strong>de</strong>u origem ao livro: LAPA, José Roberto <strong>do</strong> Amaral. Livro da<br />

Visitação <strong>do</strong> Santo Ofício da Inquisição ao Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Grão-Pará 1763-1769. Petrópolis: Vozes, 1978.<br />

Além disso, também produziu estu<strong>do</strong>s sobre a cultura <strong>do</strong> tabaco na Bahia no perío<strong>do</strong> colonial e sobre o<br />

abastecimento da mineração <strong>do</strong> Mato Grosso no século XVIII. Estes estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ram origem ao livro:<br />

LAPA, José Roberto <strong>do</strong> Amaral. Economia Colonial. São Paulo: Perspectiva, 1973.

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