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Anais - Territórios do Político - vol. 1 - Universidade Estadual de ...

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175<br />

Brasileira estava a cargo <strong>de</strong> Affonso D´Escragnole Taunay 11 . Neste curso, Taunay se<br />

utilizava <strong>do</strong> texto clássico <strong>de</strong> Langlois e Seignobos que<br />

(...) continuava a lastrear a formação <strong>de</strong> professores e<br />

pesquisa<strong>do</strong>res da jovem Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Filosofia. Fundamentava<br />

a obra e as aulas <strong>de</strong> Affonso Taunay, seu professor <strong>de</strong> História<br />

<strong>do</strong> Brasil, afeiçoa<strong>do</strong> a uma visão mais tradicional <strong>de</strong> história,<br />

utilizava este texto clássico da Escola Metódica que traduzia os<br />

passos típicos da meto<strong>do</strong>logia: pesquisa <strong>do</strong>cumental, análise e<br />

síntese histórica, etapas plenamente realizadas nos três<br />

trabalhos acadêmicos <strong>de</strong> maior relevância realiza<strong>do</strong>s por Alice<br />

(...) (ARRUDA, 2011, p. 46).<br />

Po<strong>de</strong>mos notar a presença <strong>de</strong>ste méto<strong>do</strong> através das fontes utilizadas por<br />

Alice Canabrava. Ao contrário <strong>do</strong> que afirmam Mello, Nozoe e Saes (1985), Alice<br />

Canabrava em sua tese sobre o algodão utilizou-se, como ela mesma afirma no<br />

prefácio, <strong>de</strong> fontes oficiais: “A <strong>do</strong>cumentação básica <strong>de</strong>ste trabalho proce<strong>de</strong> da<br />

correspondência <strong>do</strong>s Conselhos Municipais com o Presi<strong>de</strong>nte da Província e das<br />

notícias publicadas pelos jornais na época estudada.” (CANABRAVA, 2011, p. 72).<br />

Porém, não fica claro o que Mello, Nozoe e Saes (1985) e também Arruda (2011),<br />

compreen<strong>de</strong>m por fontes oficiais. Em nosso entendimento, os jornais não parecem<br />

constituir-se em fontes oficiais.<br />

No que tange ao uso da Geografia, nenhum <strong>do</strong>s autores supracita<strong>do</strong>s, exceto<br />

Jobson Arruda (2011), expõe como Alice Canabrava efetivamente fez uso da Geografia<br />

em suas teses. Apenas mencionam o fato <strong>de</strong> que ela o fez e que isso foi influência <strong>do</strong>s<br />

Annales. Quan<strong>do</strong> a tese O Mediterrâneo <strong>de</strong> Fernand Brau<strong>de</strong>l foi publicada em 1949, a<br />

tese <strong>de</strong> Alice Canabrava sobre o algodão já se encontrava em estágio avança<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

elaboração. A<strong>de</strong>mais, na perspectiva brau<strong>de</strong>liana o fator geográfico assumia papel <strong>de</strong><br />

personagem histórico central. Segun<strong>do</strong> Jobson Arruda (2011), nesta tese <strong>de</strong> Alice<br />

Canabrava, “A Geografia surge aí mais como pano <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>, conjunto <strong>de</strong> elementos a<br />

favorecer ou constranger as ativida<strong>de</strong>s econômicas, mas nunca como interação<br />

complexa homem/natureza.” (p. 53).<br />

11 Ver: ANHEZINI, Karina. Um metódico à brasileira: a História da historiografia <strong>de</strong> Afonso <strong>de</strong> Taunay. São<br />

Paulo: Edunesp, 2011.

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