Anais - Territórios do PolÃtico - vol. 1 - Universidade Estadual de ...
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embutir – ou evi<strong>de</strong>nciar – um caráter integralista no parti<strong>do</strong>. No entanto, é necessário<br />
ressaltar que a alternativa partidária não foi uma estratégia política compartilhada por<br />
todas as correntes neointegralistas 3 , <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que este aspecto possa ter si<strong>do</strong> ainda<br />
mais problemático para esta questão.<br />
Ao PRONA interessava, evi<strong>de</strong>ntemente, a criação <strong>de</strong> uma militância engajada e<br />
interessada em fortalecer o parti<strong>do</strong>, embora a ligação com os neointegralistas fosse<br />
complicada, justamente pela questão (neo) fascista, pois o PRONA <strong>de</strong>fendia que o<br />
parti<strong>do</strong> não era caracteriza<strong>do</strong> à direita, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que as evidências <strong>de</strong>ste<br />
relacionamento po<strong>de</strong>riam complicar ainda mais a aceitação da socieda<strong>de</strong> brasileira<br />
para as propostas <strong>do</strong> parti<strong>do</strong> e também <strong>do</strong> discurso além-direita que a agremiação<br />
buscou construir. Esta proposição, no entanto, entra em conflito se observarmos a<br />
relação efetiva entre o PRONA e as organizações LaRouche, pois <strong>de</strong> nada adiantaria o<br />
afastamento <strong>do</strong> parti<strong>do</strong> perante os neointegralistas ao mesmo momento das<br />
evidências entre PRONA e LaRouche.<br />
No entanto, há um elemento que po<strong>de</strong> ser visto como a motivação da<br />
diferenciação <strong>de</strong> relação entre a agremiação e os <strong>do</strong>is grupos que, embora<br />
divergentes, po<strong>de</strong>riam ser toma<strong>do</strong>s como semelhantes pela opinião pública em geral:<br />
a contextualização histórica. O fato das organizações LaRouche serem então recentes<br />
na atuação no Brasil condicionaram a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que não houvessem tantas<br />
pressões públicas à atuação <strong>de</strong>ste grupo. Diferentemente <strong>do</strong>s integralistas, que<br />
reivindicavam um longo histórico <strong>de</strong> atuação política à extrema-direita na história<br />
política brasileira, o grupo norte-americano (e sua seção brasileira) não tinham que<br />
lidar com o problema da memória, algo constante no movimento integralista, não<br />
somente na atualida<strong>de</strong>, mas inclusive no pós-1937.<br />
Desta maneira, torna-se evi<strong>de</strong>nte que, ao mesmo tempo em que o PRONA<br />
buscou o distanciamento da caracterização <strong>do</strong> parti<strong>do</strong> como uma agremiação à direta<br />
<strong>do</strong> espectro político, houve uma dinâmica <strong>de</strong> congregação <strong>de</strong> forças da direita junto ao<br />
parti<strong>do</strong>, justamente para embasar sua existência e atuação. Isto corrobora a suposição<br />
que, ainda que o parti<strong>do</strong> não se classificasse como um parti<strong>do</strong> <strong>de</strong> direita, ele efetuou<br />
<strong>de</strong> fato uma trajetória nesse senti<strong>do</strong> e, além disto, tornou-se um referencial a diversos<br />
3 Cf. CALDEIRA NETO, Odilon. Integralismo, Neointegralismo e Antissemitismo: entre a relativização e o<br />
esquecimento. Dissertação (Mestra<strong>do</strong> em História), <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Estadual</strong> <strong>de</strong> Maringá, 2011.