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Anais - Territórios do Político - vol. 1 - Universidade Estadual de ...

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militante, a disputa entre eles era contínua. É possível traçar, <strong>de</strong>ntre as diversas<br />

organizações neofascistas em atuação no perío<strong>do</strong>, basicamente <strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s grupos:<br />

neonazistas e neointegralistas.<br />

Os neointegralistas – isto é, grupos e organizações integralistas surgidas após a<br />

morte <strong>de</strong> Plínio Salga<strong>do</strong> (1975) – tentaram, <strong>de</strong> fato, ao mesmo em que disputavam o<br />

lega<strong>do</strong> e a “herança” <strong>do</strong>s camisas-ver<strong>de</strong>s, articular-se com os principais nomes da<br />

direita brasileira em atuação, fosse setores mais conserva<strong>do</strong>res <strong>do</strong> catolicismo (a TFP,<br />

principalmente), grupos juvenis como os “Carecas <strong>do</strong> ABC”, ou mesmo <strong>de</strong> agremiações<br />

políticas institucionalizadas. Neste âmbito, o PRONA foi o principal grupo com o qual<br />

os neointegralistas buscaram aproximação e, em certo senti<strong>do</strong>, efetivaram este<br />

prerrogativa.<br />

A diferença básica indicada nos estágios iniciais da pesquisa corrobora a<br />

suposição que, ao contrário da iniciativa <strong>do</strong> PRONA em aproximar-se <strong>de</strong> grupos como a<br />

ADESG, o caso <strong>do</strong>s neointegralista ocorreu uma dinâmica oposta, visto que esta<br />

aproximação surgiu inicialmente por militantes neointegralistas. Quan<strong>do</strong> indaga<strong>do</strong><br />

sobre a possível relação i<strong>de</strong>ológica existente entre o PRONA e o integralismo (Ação<br />

Integralista Brasileira, 1932-1937), Enéas Carneiro fora evasivo.<br />

De acor<strong>do</strong> com Victor (2004), em entrevista concedida ao jornal norteamericano<br />

New York Times, ao ser questiona<strong>do</strong> sobre as influências <strong>do</strong> integralismo<br />

para o i<strong>de</strong>ário <strong>do</strong> PRONA, Carneiro afirmara que haviam algumas simpatias <strong>do</strong> parti<strong>do</strong><br />

para o i<strong>de</strong>al <strong>do</strong>s anos 1930, sobretu<strong>do</strong> pelo apelo nacionalista e patriótico entre<br />

ambos, mas seriam momentos distintos (PRONA e Integralismo). Apesar <strong>de</strong> pouco<br />

consistente, tal afirmação auxiliou a aumentar ainda mais o apreço <strong>do</strong>s<br />

neointegralistas para com o PRONA. Conforme observa Márcia Carneiro (2007), em<br />

diversas oportunida<strong>de</strong>s membros <strong>do</strong> PRONA estiveram presentes em reuniões <strong>de</strong><br />

grupos neointegralistas. No entanto, ainda assim, esta relação fora <strong>de</strong>terminada mais<br />

pelo interesse <strong>do</strong>s “novos” camisas-ver<strong>de</strong>s <strong>do</strong> que necessariamente por alguma<br />

<strong>de</strong>liberação <strong>do</strong> PRONA.<br />

A relação <strong>do</strong> PRONA com grupos neofascistas não se resume, no entanto, com<br />

o caso <strong>do</strong>s grupos neointegralistas. Houve uma série <strong>de</strong> contatos e colaborações<br />

institucionais, em diversos momentos, entre o PRONA e o braço brasileiro das<br />

chamadas organizações LaRouche. Fundada por Lyn<strong>do</strong>n LaRouche Jr., <strong>do</strong>no <strong>de</strong> uma

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