Anais - Territórios do PolÃtico - vol. 1 - Universidade Estadual de ...
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<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s setores da socieda<strong>de</strong> perante o parti<strong>do</strong>, tornou-se fator <strong>de</strong>terminante<br />
para a categorização da agremiação enquanto um representante <strong>de</strong> setores mais<br />
radicais da política nacional. Esta questão, evi<strong>de</strong>ntemente, veio a corroborar<br />
<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s aspectos i<strong>de</strong>ológicos e discursivos <strong>do</strong> parti<strong>do</strong>, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que a<br />
classificação <strong>do</strong> PRONA enquanto parti<strong>do</strong> <strong>de</strong> direita foi, antes <strong>do</strong> que tu<strong>do</strong>, um<br />
processo endógeno, ainda que não reconheci<strong>do</strong>.<br />
O apelo às forças armadas e um discurso pouco crítico à ditadura militar (se<br />
compara<strong>do</strong>s aos <strong>de</strong>mais parti<strong>do</strong>s políticos) foram aspectos essenciais para que<br />
houvesse uma aproximação <strong>de</strong> círculos militares mais conserva<strong>do</strong>res junto ao PRONA.<br />
Além <strong>de</strong> casos específicos e isola<strong>do</strong>s, isto é, a admiração que <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s militares<br />
po<strong>de</strong>riam, por ventura ter junto ao PRONA, houve uma efetivação <strong>de</strong> aproximação em<br />
vias institucionais, por meio <strong>de</strong> membros da ADESG (Associação <strong>de</strong> Diploma<strong>do</strong>s da<br />
Escola Superior <strong>de</strong> Guerra).<br />
Roberto Gama e Silva, almirante reforma<strong>do</strong> e autor <strong>de</strong> diversas obras<br />
ultranacionalistas sobre a questão energética chegou, inclusive, a disputar a vicepresidência<br />
pelo PRONA, no ano <strong>de</strong> 1994. Marcos Coimbra, <strong>do</strong>cente e conselheiro<br />
fe<strong>de</strong>ral da ADESG, ocupou o cargo na diretoria nacional (e presidência nacional da<br />
Comissão <strong>de</strong> Ética) <strong>do</strong> PRONA, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong>, portanto relativa efetivação das<br />
aproximações entre ambos os setores. Esta aproximação, no entanto, não chegou ao<br />
consenso no panorama institucional, sobretu<strong>do</strong> por conta <strong>do</strong>s militares. Uma das<br />
hipóteses levantadas – e que são, portanto, inconclusivas até o momento – é que os<br />
militares radicais simplesmente não tomaram o PRONA como forte o suficiente ou,<br />
então, representativo <strong>de</strong> fato para os anseios <strong>do</strong> militarismo mais conserva<strong>do</strong>r. O que<br />
é possível observar, no entanto, é que houve uma evi<strong>de</strong>nte tentativa <strong>de</strong> cooptação e<br />
aproximação por parte <strong>do</strong> parti<strong>do</strong>, não somente pela atuação <strong>de</strong> alguns membros da<br />
ADESG na agremiação, mas também pela constância <strong>de</strong> um discurso em <strong>de</strong>fesa<br />
daqueles que seriam os anseios mais urgentes <strong>do</strong>s militares.<br />
No caso <strong>de</strong> grupos neofascistas em atuação na socieda<strong>de</strong> brasileira pós<strong>de</strong>mocratização,<br />
a dinâmica é praticamente inversa ao que o PRONA buscou efetivar<br />
com círculos <strong>do</strong> radicalismo militar. O panorama <strong>de</strong>stes grupos neste momento e,<br />
certo mo<strong>do</strong>, até início <strong>do</strong> Século XXI, foi <strong>de</strong> intensa disputa e fragmentação entre as<br />
diversas correntes e propostas, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que, embora o pequeno contingente