Anais - Territórios do PolÃtico - vol. 1 - Universidade Estadual de ...
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15<br />
<strong>de</strong> classe. 20<br />
No início <strong>de</strong> 1918, durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> formação da Aliança Anarquista e da<br />
UGT, Oiticica, em uma possível tentativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar que o sucesso da luta <strong>do</strong>s<br />
povos oprimi<strong>do</strong>s era iminente, afirmou:<br />
Hão <strong>de</strong> mover todas as vonta<strong>de</strong>s para a supressão <strong>de</strong>finitiva<br />
<strong>do</strong>s explora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> homens, e o <strong>de</strong>stino humano não sairá das<br />
conferências <strong>de</strong> chanceleres, nem das ofensivas colossais, nem<br />
das fórmulas mais ou menos fraudulentas <strong>de</strong> jurisconsultos e<br />
chefes da nação; a <strong>de</strong> irromper <strong>do</strong>s soviets, <strong>do</strong>s sindicatos<br />
libertários, das agremiações <strong>do</strong>s proletários, porque agora a<br />
<strong>do</strong>r humana, a<strong>vol</strong>umada com os morticínios gigantescos, as<br />
tragédias formidáveis <strong>de</strong>stes três anos tem para dirigir-lhe os<br />
ímpetos <strong>de</strong> reivindicação essa consciência que o século XIX nos<br />
legou, e vai ser, no século XX, a luz guia<strong>do</strong>ra da humanida<strong>de</strong> em<br />
marcha. 21<br />
Nesse perío<strong>do</strong> os soviets já haviam conseguin<strong>do</strong> <strong>de</strong>rrubar a autocracia russa.<br />
Ao citá-los, certamente Oiticica buscava incentivar os sindicatos libertários e as<br />
agremiações <strong>do</strong>s proletários brasileiros a se levantarem também contra os<br />
“explora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> homens”, ten<strong>do</strong> como guia a consciência nascida no século XIX, na<br />
qual, possivelmente, ele se referia à teoria anarquista. Po<strong>de</strong>-se notar também a ênfase<br />
dada ao impacto causa<strong>do</strong> pela Gran<strong>de</strong> Guerra, este seria crucial para insurreição <strong>do</strong>s<br />
povos oprimi<strong>do</strong>s contra os responsáveis por seus males.<br />
Segun<strong>do</strong> Bartz, o movimento operário, no final <strong>de</strong>1918, dava mostras <strong>de</strong> ter retoma<strong>do</strong><br />
suas forças,<br />
No Rio <strong>de</strong> Janeiro a Aliança Anarquista, [...], on<strong>de</strong> militavam<br />
importantes figuras como Astrojil<strong>do</strong> Pereira e José Oiticica,<br />
<strong>de</strong>cidiu preparar uma insurreição para <strong>de</strong>rrubar o governo e<br />
instalar uma República Soviética <strong>de</strong> Operários. O plano era<br />
<strong>de</strong>flagrar uma greve re<strong>vol</strong>ucionária, invadir o Palácio<br />
Presi<strong>de</strong>ncial e tomar a Intendência <strong>de</strong> Guerra, para armar os<br />
trabalha<strong>do</strong>res e controlar o Rio <strong>de</strong> Janeiro. O plano foi<br />
<strong>de</strong>scoberto por traição <strong>do</strong> tenente Elias Ajus. 22<br />
20 ADDOR, Carlos Augusto. A insurreição anarquista no Rio <strong>de</strong> Janeiro. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Achiamé,2° Ed.<br />
2002, p.97.<br />
21 OITICICA, José. “Sem título”. O Cosmopolita. Ano II, N°27, fev. 1918<br />
22 BARTZ, Fre<strong>de</strong>rico Duarte. O horizonte Vermelho: o impacto da Re<strong>vol</strong>ução Russa no movimento<br />
operário <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, 1917-1920. Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong>. <strong>Universida<strong>de</strong></strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Rio<br />
Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, ano 2008, p.41.