Anais - Territórios do PolÃtico - vol. 1 - Universidade Estadual de ...
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poema satírico Os Garimpeiros (1836) que mereceria três edições. Como <strong>de</strong> era<br />
costume no perío<strong>do</strong>, ambas as obras foram publicadas anonimamente.<br />
Em companhia <strong>do</strong> amigo <strong>de</strong> maçônico, Joaquim Gonçalves Le<strong>do</strong>, criou a 15 <strong>de</strong><br />
outubro <strong>de</strong> 1821 o periódico Reverbero Constitucional Fluminense, primeiro veículo em<br />
favor das idéias preconizadas pelo movimento constitucionalista. Durante os treze<br />
meses em que o periódico circulou, o Reverbero trouxe o calor da opinião pública às<br />
diversas opções que se fizeram no Brasil, tais como a In<strong>de</strong>pendência e o<br />
constitucionalismo monárquico. Seu primeiro número foi lança<strong>do</strong> numa data<br />
simbólica, 15 <strong>de</strong> setembro, justamente um ano após a a<strong>de</strong>são das Cortes <strong>de</strong> Lisboa à<br />
Re<strong>vol</strong>ução <strong>do</strong> Porto. Essa escolha aten<strong>de</strong>u a um exame <strong>de</strong>ti<strong>do</strong> <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is redatores.<br />
Segun<strong>do</strong> Sodré, o Reverbero Constitucional Fluminense foi o órgão <strong>do</strong>utrinário <strong>de</strong><br />
excelência <strong>do</strong> grupo cujas aspirações eram marcadamente republicanas 9 .<br />
Além <strong>do</strong> Reverbero, Januário colaborou em vários jornais, como o satírico A<br />
Mutuca Picante (1834-35) – funda<strong>do</strong> pelo cônego a fim <strong>de</strong> travar embates com<br />
Bernar<strong>do</strong> Pereira <strong>de</strong> Vasconcelos que o respondia por outro periódico <strong>do</strong>utrinário, O<br />
Sete <strong>de</strong> Abril. Também foi no redator no Minerva Brasiliense, além <strong>de</strong> ter composto<br />
orações e sermões.<br />
O Instituto também fora idéia <strong>do</strong> cônego Januário. Sua fundação se <strong>de</strong>u por<br />
sugestão <strong>de</strong> Januário e <strong>do</strong> marechal Raimun<strong>do</strong> José da Cunha Matos, em sessão <strong>do</strong><br />
conselho administrativo da Socieda<strong>de</strong> da Indústria Nacional, em 18 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1838.<br />
Na ocasião, o cônego proferiu o texto 10 que apresentava as preocupações basilares da<br />
fundação <strong>de</strong> uma instituição cujos propósitos fossem coligir e metodizar os<br />
<strong>do</strong>cumentos dispersos pela província.<br />
No âmbito <strong>do</strong> Instituto, Januário produziu muitas memórias, biografias e<br />
elogios históricos, que foram publicadas na Revista <strong>do</strong> IHGB. Em essência, é possível<br />
examinar estes aspectos da vida <strong>do</strong> cônego, na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um clérigo comprometi<strong>do</strong><br />
com o projeto <strong>de</strong> In<strong>de</strong>pendência e <strong>de</strong> um <strong>do</strong>s vultos, cujas ativida<strong>de</strong>s o incluíam em<br />
um grupo <strong>de</strong> intelectuais liberais, da qual as disputas políticas conformariam os rumos<br />
9 SODRÉ, Nelson Werneck. A história da imprensa no Brasil. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Mauad, 1999.<br />
10 Cf. Matos, Raimun<strong>do</strong> José da Cunha; BARBOSA, Januário da Cunha. Breve Notícia sobre a Criação <strong>do</strong><br />
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. IN: RIHGB, tomo I, 1839, p. 6.