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Anais - Territórios do Político - vol. 1 - Universidade Estadual de ...

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Outra característica presente nos jornais operários era a reedição <strong>de</strong> uma<br />

mesma imagem, ou seja, uma imagem podia aparecer em outras edições, como é o<br />

caso da imagem comentada anteriormente que foi publicada pela A Plebe<br />

anteriormente na edição <strong>de</strong>dicada ao primeiro <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1923, representan<strong>do</strong> o<br />

“verda<strong>de</strong>iro significa<strong>do</strong>” da data para os anarquistas.<br />

Os instrumentos <strong>de</strong> trabalho ao mesmo tempo em que simbolizavam os<br />

instrumentos <strong>de</strong> luta que o operaria<strong>do</strong> dispunha, apelava para a idéia da ameaça, pois<br />

não aparecem mancha<strong>do</strong>s com sangue, a violência era, <strong>de</strong>ssa forma, apenas o indício<br />

<strong>de</strong> um recurso disponível, caso fosse necessária a resistência às forças contrárias à<br />

transformação.<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Os jornais anarquistas em sua maioria tinham uma vida efêmera, sain<strong>do</strong><br />

muitas vezes um único número, ou então em um pequeno perío<strong>do</strong>, alguns mudavam<br />

<strong>de</strong> nome a fim <strong>de</strong> manter uma regularida<strong>de</strong> editorial, um mesmo editor podia<br />

participar da edição <strong>de</strong> outros jornais anarquistas.<br />

Como não possuíam anúncios comerciais, o formato <strong>do</strong>s jornais era<br />

<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> pelas condições financeiras e máquinas disponíveis, pre<strong>do</strong>minan<strong>do</strong> o<br />

formato tablói<strong>de</strong>, o número <strong>de</strong> páginas não era padroniza<strong>do</strong>, o conteú<strong>do</strong> a ser edita<strong>do</strong><br />

e as condições financeiras é que <strong>de</strong>terminavam a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> páginas, não eram<br />

comercializa<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> manti<strong>do</strong>s pelos próprios operários e simpatizantes da causa<br />

que enviavam a se<strong>de</strong> <strong>do</strong> editorial, subscrições <strong>vol</strong>untárias bem como o material que<br />

seria publica<strong>do</strong> nas páginas <strong>do</strong> jornal.<br />

Mesmo com dificulda<strong>de</strong>s financeiras e perseguições políticas aos seus<br />

editores, a imprensa proletária não <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> existir, sobretu<strong>do</strong> nos anos iniciais da<br />

primeira República, que houve a publicação <strong>de</strong> inúmeros jornais operários.<br />

No âmbito brasileiro a imprensa proletária ocupou um papel <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque no<br />

movimento operário, muitas vezes mais atuante que o próprio sindicato, pois<br />

<strong>de</strong>sempenhava a função <strong>de</strong> organizar os trabalha<strong>do</strong>res e conscientizá-los para o que<br />

seria sua libertação. Além <strong>de</strong> fornecer elementos para a educação <strong>do</strong>s operários, pois<br />

os anarquistas acreditavam que somente com a educação seria possível atingir a<br />

re<strong>vol</strong>ução social. Desta forma, a imprensa era lida e relida nas associações <strong>de</strong>

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