Anais - Territórios do PolÃtico - vol. 1 - Universidade Estadual de ...
Anais - Territórios do PolÃtico - vol. 1 - Universidade Estadual de ...
Anais - Territórios do PolÃtico - vol. 1 - Universidade Estadual de ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
127<br />
é atribuída à posição <strong>do</strong>s socialistas, que visavam mudança no sistema políticoeleitoral<br />
propon<strong>do</strong> “a conquista <strong>de</strong> direitos sociais aliada a direitos políticos”, e a<br />
terceira foi “a posição <strong>de</strong> negação da política institucional, <strong>de</strong>positan<strong>do</strong> na ação direta<br />
a forma <strong>de</strong> pressão necessária para obtenção <strong>de</strong> conquista” <strong>de</strong>fendida pelos<br />
libertários, sobretu<strong>do</strong> anarquistas e sindicalistas re<strong>vol</strong>ucionários. 2<br />
No Brasil, entre os primeiros anos <strong>do</strong> século XX e o início da década <strong>de</strong> 1920, o<br />
sindicalismo re<strong>vol</strong>ucionário foi uma das concepções da prática sindical mais difundida<br />
no movimento operário. Inspirada no mo<strong>de</strong>lo da política a<strong>do</strong>tada pela Confe<strong>de</strong>ração<br />
Geral <strong>do</strong> Trabalho francesa (CGT), o sindicalismo re<strong>vol</strong>ucionário, fun<strong>do</strong>u suas bases na<br />
ação direta, atribuin<strong>do</strong> ao sindica<strong>do</strong> o papel fundamental na organização <strong>do</strong>s<br />
trabalha<strong>do</strong>res e à greve geral o <strong>de</strong> único instrumento para realização da re<strong>vol</strong>ução<br />
social. O sindicalismo re<strong>vol</strong>ucionário, ou anarcossindicalismo como ficou conheci<strong>do</strong><br />
pelos estudiosos <strong>do</strong> movimento operário, possui uma “nítida influência <strong>do</strong><br />
anarquismo”, porém, como ressalta Cláudio Batalha não sen<strong>do</strong> apenas uma<br />
ramificação <strong>do</strong> anarquismo, mas sim uma corrente autônoma. 3<br />
Novos estu<strong>do</strong>s sobre o movimento anarquistas no Brasil apontam para as<br />
diferenças entre anarquistas e sindicalistas re<strong>vol</strong>ucionários. Segun<strong>do</strong> Thiago Bernar<strong>do</strong>n<br />
o sindicalismo re<strong>vol</strong>ucionário foi muito mais um méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> ação <strong>do</strong> que propriamente<br />
uma corrente política autônoma, pois os “anarquistas o viram como meio para<br />
manterem-se atuantes no movimento operário, para conseguir a<strong>de</strong>ptos e combater<br />
seus adversários”. 4 Ou seja, para o autor o termo anarcossindicalismo se refere aos<br />
anarquistas a<strong>de</strong>ptos da estratégia <strong>do</strong> sindicalismo re<strong>vol</strong>ucionário.<br />
Para Cláudio Batalha, o sindicalismo <strong>de</strong> ação direta ou sindicalismo<br />
re<strong>vol</strong>ucionário “fundava-se na rejeição <strong>de</strong> intermediários no conflito entre<br />
trabalha<strong>do</strong>res e patrões; na con<strong>de</strong>nação da organização partidária e da política<br />
parlamentar; na proibição da existência <strong>de</strong> funcionários pagos nos sindicatos...”, as<br />
principais diferenças ante o anarquismo “estão em atribuir ao sindicato o papel <strong>de</strong><br />
2 I<strong>de</strong>m, p. 174-175.<br />
3 BATALHA, Cláudio H. M. O movimento operário na Primeira República. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2000, p. 28-29.<br />
4 OLIVEIRA, Tiago Bernar<strong>do</strong>n <strong>de</strong>. Anarquismo, sindicatos e re<strong>vol</strong>ução no Brasil (1906-1936). <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />
Fe<strong>de</strong>ral Fluminense. Tese (DOUTORADO), 2009, p. 31.