14.10.2014 Views

Anais - Territórios do Político - vol. 1 - Universidade Estadual de ...

Anais - Territórios do Político - vol. 1 - Universidade Estadual de ...

Anais - Territórios do Político - vol. 1 - Universidade Estadual de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

120<br />

maio), bem como comemorava as festas tipicamente nacionais, como as festas juninas,<br />

por exemplo. (OLIVEIRA, 2009, p. 42).<br />

Para manter unida a militância frentenegrina, a instituição também realizava<br />

festivida<strong>de</strong>s ordinárias para encontro <strong>do</strong>s negros, como as <strong>do</strong>mingueiras em que havia<br />

conferências e palestras com homens negros (ou brasileiros) ilustres e/ou bailes<br />

dançantes.<br />

Assim, nos rituais e comemorações da FNB é possível constatar a importância<br />

<strong>do</strong> nacionalismo para a instituição, verifican<strong>do</strong>-se, nesse senti<strong>do</strong>, a semelhança<br />

<strong>do</strong>utrinária entre a FNB e a AIB. A relevância <strong>do</strong> nacionalismo para ambas as<br />

instituições também permite refletir sobre a possibilida<strong>de</strong> da existência <strong>de</strong> um ponto<br />

<strong>de</strong> conflito entre as organizações. Ao se apresentarem como representantes da nação<br />

brasileira, tanto a AIB como a FNB não admitiriam outra organização política com a<br />

mesma característica.<br />

Apesar <strong>de</strong> haver semelhanças e divergências entre a Frente Negra Brasileira e a<br />

Ação Integralista Brasileira, bem como a existência <strong>de</strong> negros nas fileiras da AIB, não<br />

há estu<strong>do</strong>s específicos sobre a relação entre as organizações, nem sobre a existência<br />

<strong>de</strong> pessoas que militassem simultaneamente nas duas instituições.<br />

Segun<strong>do</strong> Karin Kossling, a maior parte <strong>do</strong>s negros que militaram na AIB o fez<br />

por mediação da Frente Negra. Embora seja uma afirmação que não possa ser<br />

confirmada pelas fontes e nem por pesquisas regionais, <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada, ao<br />

menos em parte, como verda<strong>de</strong>ira, pois o papel da FNB e <strong>do</strong> seu presi<strong>de</strong>nte, Arlin<strong>do</strong><br />

Veiga <strong>do</strong>s Santos, contribuem significativamente para a compreensão da militância<br />

negra no Integralismo.<br />

É evi<strong>de</strong>nte que nem to<strong>do</strong>s os negros que militaram na AIB eram militantes ou<br />

ex-militantes da FNB, mas a sua relação com o Integralismo nos permite compreen<strong>de</strong>r<br />

melhor as questões que estavam em jogo para boa parte da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> origem<br />

africana <strong>do</strong> Brasil naquele momento.<br />

Arlin<strong>do</strong> Veiga <strong>do</strong>s Santos participou da reunião <strong>de</strong> fundação da AIB, em outubro<br />

<strong>de</strong> 1932, mas não a<strong>de</strong>riu à AIB, provavelmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao republicanismo característico<br />

<strong>de</strong>sta, visto que Veiga <strong>do</strong>s Santos era monarquista. Apesar da não filiação <strong>de</strong> Veiga <strong>do</strong>s

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!