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Anais - Territórios do Político - vol. 1 - Universidade Estadual de ...

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concentram principalmente em torno da reconfiguração <strong>do</strong> capitalismo e <strong>de</strong> suas<br />

formas <strong>de</strong> exploração <strong>do</strong> trabalho na última década <strong>do</strong> século XX.<br />

No campo da história, ao mesmo tempo em que se vê a <strong>de</strong>rrocada <strong>do</strong>s<br />

paradigmas que norteavam a ação militante <strong>de</strong> muitos intelectuais, se observa<br />

também o arrefecimento das pesquisas relativas aos mun<strong>do</strong>s <strong>do</strong> trabalho na sua face<br />

mais histórica – sem querer dizer aqui não haja uma história <strong>do</strong> tempo presente.<br />

Destarte, a história <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res per<strong>de</strong> espaço para outras abordagens mais em<br />

voga e pouco, ou aparentemente, maculadas com as pechas das i<strong>de</strong>ologias que<br />

marcaram a sua produção. Parece que a celebração que Georges Haupt fazia no ano<br />

<strong>de</strong> 1980 já não tinha mais lugar entre os historia<strong>do</strong>res. Uma história que, como dizia<br />

ele, fora “ignorada, negligenciada ou negada” 13 e até a data <strong>de</strong> seu artigo estava em<br />

plena expansão, parece que, no final da mesma década, é acometida por um quase<br />

<strong>de</strong>saparecimento.<br />

Contu<strong>do</strong>, vemos, no final da década <strong>de</strong> 1990, um ressurgir da história <strong>do</strong><br />

movimento operário. Especialmente agora <strong>vol</strong>ta<strong>do</strong> para objetos tais como o nosso, ou<br />

seja, as associações mutualistas são abordadas como uma forma peculiar e que tem o<br />

seu lugar na história <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res. Neste bojo há - no que tange ao nosso objeto -<br />

, trabalhos como a publicação <strong>do</strong>s ca<strong>de</strong>rnos AEL no ano <strong>de</strong> 1999, em que quase to<strong>do</strong> o<br />

<strong>vol</strong>ume é <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> a artigos sobre o mutualismo. Destacaria aqui o artigo <strong>de</strong> Claúdio<br />

Batalha 14 , Socieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res no Rio <strong>de</strong> Janeiro <strong>do</strong> século XIX:..., em que o<br />

autor aponta para problemas já discuti<strong>do</strong>s aqui, como a questão da periodização <strong>do</strong><br />

movimento operário brasileiro elaborada por sínteses <strong>de</strong> sociólogos que muitas vezes<br />

não dão a verda<strong>de</strong>ira dimensão <strong>do</strong> problema e suas especificida<strong>de</strong>s. Batalha aponta<br />

para um tipo <strong>de</strong> abordagem que não só se atente para os elementos <strong>de</strong> ruptura<br />

ocorri<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> movimento operário, mas também para os elementos <strong>de</strong><br />

continuida<strong>de</strong>. Além das práticas assistenciais características das socieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> auxílio<br />

mútuo, existem os elementos menos visíveis <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> entre as velhas<br />

organizações assistenciais e as organizações <strong>de</strong> resistência que estão presentes no<br />

campo da cultura. Como Batalha <strong>de</strong>staca, por exemplo:<br />

13 Cf. Georges Haupt, Por que a história <strong>do</strong> movimento operário?In: Rev. Bras. <strong>de</strong> Hist. São Paulo, v. 5 nº<br />

10, p. 208.<br />

14 Cf. Cláudio Batalha, Socieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res no Rio <strong>de</strong> Janeiro: algumas reflexões em torno da<br />

formação da classe operária. In: Ca<strong>de</strong>rnos AEL, v. 6, n. 10/11, 1999.

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