josé oiticica: itinerários de um militante anarquista - Universidade ...
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utilizadas as instalações da Associação <strong>de</strong> Classe dos Empregados em Hotéis,<br />
Restaurantes e Cafés, <strong>de</strong>nominada Centro Cosmopolita, com sessões noturnas abertas ao<br />
público. Participaram várias <strong>de</strong>legações <strong>de</strong> diferentes Estados do Brasil, e também da<br />
Argentina e do Uruguai. José Oiticica tomou parte ativa nos <strong>de</strong>bates sobre táticas, meios<br />
<strong>de</strong> propaganda e ética da doutrina. Mais tar<strong>de</strong>, certos pontos tratados por ele no<br />
Congresso viriam a fazer parte <strong>de</strong> sua obra A doutrina <strong>anarquista</strong> ao alcance <strong>de</strong> todos,<br />
lançada em 1945 110 . Partes dos conceitos <strong>de</strong> Oiticica elaborados neste livro serão<br />
apresentados e discutidos no próximo capitulo.<br />
Após tomar parte das manifestações e reivindicações, participando, organizando e<br />
contribuindo para efetuação <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, palestras, conferências, congressos e jornais.<br />
Ainda no mesmo ano da realização <strong>de</strong>stes Congressos apresentados anteriormente, José<br />
Oiticica filiou-se a <strong>um</strong> sindicato, possivelmente por convicção da valida<strong>de</strong> da atuação dos<br />
sindicatos mas também pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>, com essa filiação, conseguir <strong>um</strong>a maior<br />
representativida<strong>de</strong> nos congressos promovidos pela COB. Neles podiam participar,<br />
atuando <strong>de</strong> forma ativa nas sessões, somente diretores e administradores <strong>de</strong> jornais e<br />
também os <strong>de</strong>legados e representantes <strong>de</strong> sindicatos e Fe<strong>de</strong>rações filiados à COB. Assim,<br />
no momento em que a FORJ criou o Sindicato <strong>de</strong> Ofícios Vários, <strong>de</strong>stinado a filiar<br />
trabalhadores manuais e intelectuais, assalariados e/ou prestando serviços avulsos, sem<br />
vínculos patronais, Oiticica tornou-se membro <strong>de</strong> tal sindicato, juntamente com Fábio Luz,<br />
João Gonçalves e outros intelectuais.<br />
Agora envolvido no meio <strong>anarquista</strong>, tendo se <strong>de</strong>clarado <strong>militante</strong> da causa no ano<br />
<strong>de</strong> 1912, com <strong>um</strong> currículo já bastantes extenso no que diz respeito às ativida<strong>de</strong>s<br />
propagandistas no meio operário e também no meio ácrata, e ainda tendo se filiado a <strong>um</strong><br />
sindicato que seguia as orientações da COB, Oiticica buscou dar sequência à profissão<br />
que havia escolhido anos atrás, quando suas teses ainda eram permeadas por traços<br />
nacionalistas e liberais, não apenas para garantir o sustento da família, mas também,<br />
possivelmente, por acreditar que seria possível realizar suas aspirações <strong>de</strong> reforma social<br />
por meio da emancipação social do povo brasileiro.<br />
Em 1916 se arriscou novamente nos concursos estaduais; <strong>de</strong>sta vez a vaga<br />
pretendida era da cátedra <strong>de</strong> professor <strong>de</strong> Português do Colégio Pedro II. O magistério<br />
110 RODRIGUES, Edgar. Os Libertários. Rio <strong>de</strong> Janeiro, VRJ, 1993. p. 37.<br />
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