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josé oiticica: itinerários de um militante anarquista - Universidade ...

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Oiticica na elaboração <strong>de</strong> suas teorias <strong>anarquista</strong>s em seu livro Anarquismo ao Alcance <strong>de</strong><br />

Todos, já era quase <strong>um</strong>a unanimida<strong>de</strong> no meio operário em 1906. Para a maioria dos<br />

participantes do Congresso, o método fe<strong>de</strong>rativo garantiria a mais larga autonomia do<br />

indivíduo no sindicato, do sindicato na fe<strong>de</strong>ração e da fe<strong>de</strong>ração na confe<strong>de</strong>ração. Assim,<br />

―as <strong>de</strong>legações <strong>de</strong> funções não representariam autorida<strong>de</strong> alg<strong>um</strong>a‖ 81 . A união das<br />

fe<strong>de</strong>rações estaduais e locais comporia a Confe<strong>de</strong>ração Operária Brasileira (COB) que<br />

seria responsável pela coor<strong>de</strong>nação nacional do movimento. Mas, como afirma Cláudio<br />

Batalha, essa organização nunca se efetuou <strong>de</strong> fato, pois as confe<strong>de</strong>rações tiveram <strong>um</strong>a<br />

existência mais nominal do que real; a COB ―foi muito mais <strong>um</strong>a extensão da FORJ,<br />

limitada à área <strong>de</strong> atuação daquela fe<strong>de</strong>ração‖. 82<br />

A vitória da concepção da organização operária por métodos fe<strong>de</strong>rativos<br />

<strong>de</strong>terminou que a FORB se renominasse como FORJ, passando a ser <strong>um</strong> organismo <strong>de</strong><br />

representação da classe operária fl<strong>um</strong>inense e, portanto, <strong>de</strong>vendo levar em suas siglas as<br />

iniciais <strong>de</strong> seu Estado e não as da nação, sendo <strong>de</strong>cidido pelo Congresso que a<br />

―Fe<strong>de</strong>ração Operária Regional Brasileira <strong>de</strong>veria mo<strong>de</strong>lar-se pelas bases <strong>de</strong> acordo que<br />

foram discutidas no evento, fazendo a separação da Fe<strong>de</strong>ral local, no Rio, que terá com a<br />

Confe<strong>de</strong>ração as mesmas relações que as <strong>de</strong>mais‖. 83<br />

Devido à revitalização do movimento, e também buscando mostrar maior<br />

representação no meio operário, o qual era disputado por principalmente quatro correntes<br />

i<strong>de</strong>ológicas (socialistas, <strong>anarquista</strong>s, sindicalistas-revolucionários e amarelos ou<br />

trabalhistas) 84 , sendo esta última a i<strong>de</strong>ologia seguida pelos operários que participaram do<br />

Congresso Operário realizado em 1912, na Capital Fe<strong>de</strong>ral, com apoio do então<br />

Presi<strong>de</strong>nte da República, Hermes da Fonseca, a FORJ encontrava-se em gran<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>.<br />

Foi nesta época que Oiticica entrou pela primeira vez no prédio da Fe<strong>de</strong>ração. Este<br />

episódio foi narrado por Romero e, apesar <strong>de</strong> longa, a citação será feita na íntegra, pois<br />

81 ―Doc<strong>um</strong>entos do Movimento Operário: resoluções do Primeiro Congresso Operário Brasileiro‖. In:<br />

Estudos Sociais, n° 16, mar./1963, p. 387-398.<br />

82 BATALHA, Cláudio H. M. ―Formação da classe operária e projetos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> coletiva‖. In:<br />

FERREIRA. I<strong>de</strong>m, p.186.<br />

83 RODRIGUES, Edgar. Alvorada Operária. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Mundo Livre, 1979, p. 104.<br />

84 ―Corrente operária que não questiona teoricamente o funcionamento da socieda<strong>de</strong> burguesa,<br />

lutam por questões econômicas e melhoria do sistema trabalhista <strong>de</strong>ntro do espaço <strong>de</strong>limitado pelo<br />

capitalismo‖. Em, ADDOR, Carlos Augusto. A insurreição <strong>anarquista</strong> no Rio <strong>de</strong> Janeiro. Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro, Achiamé, 2° Ed. 2002, p. 67.<br />

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