josé oiticica: itinerários de um militante anarquista - Universidade ...
josé oiticica: itinerários de um militante anarquista - Universidade ...
josé oiticica: itinerários de um militante anarquista - Universidade ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Consi<strong>de</strong>rações Finais<br />
Acredito que, ao iniciar <strong>um</strong> estudo, o historiador possivelmente parte <strong>de</strong> <strong>um</strong> fato<br />
concreto ou conhecido para, assim, efetuar análises <strong>de</strong> como se construiu tal<br />
acontecimento, <strong>de</strong>ssa forma, ele já imagina o final e, portanto, a conclusão <strong>de</strong> sua<br />
pesquisa não seguiria por <strong>um</strong> viés surpreen<strong>de</strong>nte, ou inédito. São análises abordadas e/ou<br />
os aspectos que ele elegeu como dignos <strong>de</strong> análises em tal fato que se tornam relevantes<br />
em seu trabalho.<br />
No caso do historiador biógrafo, quase sempre seu objeto <strong>de</strong> pesquisa já é<br />
conhecido, já se sabe a história <strong>de</strong> vida do personagem a ser biografado, mesmo que a<br />
este ainda não tenha sido reservado alg<strong>um</strong> lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque <strong>de</strong>ntro da historiografia. O<br />
que quero dizer é que, geralmente, tanto o historiador quanto o biógrafo já têm alg<strong>um</strong>a<br />
noção do ponto final <strong>de</strong> sua pesquisa, ou do objeto pesquisado. Assim, a novida<strong>de</strong> em seu<br />
trabalho seria a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> novas análises, elaboradas por ele, e/ou o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>um</strong> novo ponto <strong>de</strong> visto sobre <strong>de</strong>terminadas questões ou fontes.<br />
Os feitos <strong>de</strong> José Oiticica já são conhecidos na historiografia operária brasileira.<br />
Outros autores já lhe reservaram alg<strong>um</strong>as linhas ou obras, analisando principalmente sua<br />
participação no movimento operário carioca. Entretanto, neste trabalho procurei observar<br />
os percursos, os itinerários, que foram construindo a ―caminhada‖ <strong>de</strong> Oiticica <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste<br />
movimento e também <strong>de</strong>ntro do anarquismo no Brasil. Para tanto, me ampararei nas novas<br />
discussões sobre análises biográficas, por pensar que, seguindo seus preceitos, seria<br />
possível concluir tal empreitada, visto que a trajetória <strong>de</strong> <strong>um</strong> homem não é composta por<br />
<strong>um</strong> percurso linear, direcionado, mas sim por relações, situações, possibilida<strong>de</strong>s, que vão<br />
construindo sua trajetória e sua história.<br />
Sendo assim, ao início <strong>de</strong>ste trabalho, me era conhecido que José Oiticica foi <strong>um</strong><br />
<strong>anarquista</strong> brasileiro, que atuou no movimento operário carioca, no início do século XX e<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a idéia ácrata até a data <strong>de</strong> sua morte, no ano <strong>de</strong> 1957. Foi a partir <strong>de</strong>stas<br />
informações que elaborei inicialmente meu trabalho, levantando pontos <strong>de</strong> interrogação<br />
como: como ele se tornou <strong>anarquista</strong>? Qual era o seu anarquismo? Porque este<br />
personagem teve papel <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque no movimento operário carioca?<br />
130