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josé oiticica: itinerários de um militante anarquista - Universidade ...

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flui<strong>de</strong>z <strong>de</strong> sua palavra, emocionou todos os presentes <strong>de</strong>monstrando o crime <strong>de</strong> que foram<br />

vítimas os 40 pais <strong>de</strong> família‖. 251<br />

Pensando na importância, apontada por Addor, <strong>de</strong>stes fatores para a organização e<br />

concretização da greve generalizada <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1917, e sabendo da participação <strong>de</strong> José<br />

Oiticica, tanto na Fe<strong>de</strong>ração Operária, quanto no funeral dos trabalhadores, é que se po<strong>de</strong><br />

pensar na hipótese <strong>de</strong> sua efetiva participação na organização <strong>de</strong> tal greve. Em relação à<br />

sua atuação em movimentos grevistas, encontrei na historiografia operária brasileira <strong>um</strong>a<br />

relação direta com esse tipo <strong>de</strong> movimento somente no levante <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1918, mas<br />

a partir das análises feitas aqui acredito que é possível, ao menos hipoteticamente,<br />

relacioná-lo também a esta greve.<br />

No <strong>de</strong>correr da greve, <strong>de</strong>vido aos intensos combates entre trabalhadores e Forças<br />

Armadas e aproveitando estado o <strong>de</strong> sítio <strong>de</strong>clarado pelo Congresso Nacional, após a<br />

entrada do Brasil na Gran<strong>de</strong> Guerra, o Governo Fe<strong>de</strong>ral fechou todas as Fe<strong>de</strong>rações<br />

operárias do Brasil. 252 Ainda no mês <strong>de</strong> julho daquele ano, Aurelino Leal, então chefe <strong>de</strong><br />

polícia do Distrito Fe<strong>de</strong>ral, seguindo or<strong>de</strong>ns do Presi<strong>de</strong>nte Venceslau Brás, or<strong>de</strong>nou o<br />

fechamento da FORJ e também do Centro Cosmopolita, após ter sido recebido a tiros por<br />

<strong>militante</strong>s sindicais. 253<br />

A repressão policial, o fechamento das fe<strong>de</strong>rações e outras medidas tomadas por<br />

parte do governo arrefeceram o movimento sindical no final daquele ano <strong>de</strong> 1917. Outro<br />

fator prejudicial à organização operária foi justamente o sentimento <strong>de</strong> patriotismo que<br />

a<strong>um</strong>entou com a entrada do país na Primeira Guerra Mundial. No final <strong>de</strong> outubro o Brasil<br />

havia <strong>de</strong>clarado guerra à Alemanha, após o quarto torpe<strong>de</strong>amento a navios brasileiros por<br />

aquele país. O Presi<strong>de</strong>nte Venceslau Brás pediu aos operários que se mantinham em<br />

greve para que retornassem ao trabalho em nome da pátria. Vários operários não só<br />

voltaram ao trabalho como também organizaram ―batalhões patrióticos‖ que visavam<br />

angariar fundos para os Aliados. O clero também se movimentou para exercer sua<br />

influência sobre a população, ajudando o governo em prol da causa nacional. Essa<br />

251 RODRIGUES, Edgar. Os Libertários. Rio <strong>de</strong> Janeiro, VRJ, 1993, p.38.<br />

252 BANDEIRA, Moniz. O ano vermelho: A revolução russa e seus reflexos no Brasil, op. cit,<br />

p.116.<br />

253 DULLES, John W. Foster, op. cit, p.58.<br />

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