EVANDRO RITT - Universidade Estadual de Londrina
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Deste ponto <strong>de</strong>scortina-se o rio muitos kilometros acima e abaixo, <strong>de</strong><br />
modo a po<strong>de</strong>r-se apreciar qualquer movimentação <strong>de</strong> embarcações a<br />
uma distancia consi<strong>de</strong>rável, o que constitue uma das muitas vantagens<br />
que ella apresenta para o fim estratégico a que é <strong>de</strong>stinada. 224<br />
No entanto, o valor estratégico da Colônia Militar estava, segundo os relatos <strong>de</strong><br />
José Muricy na referência comercial:<br />
Possuindo recursos naturaes incalculáveis, inexplorados pela falta <strong>de</strong><br />
dinheiro com que lutava, fazendo-se-a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da Commisão<br />
Estratégica: é a colônia um dos pontos, senão o ponto <strong>de</strong> mais futuro<br />
commercial, que o Brazil possue em suas fronteiras com o Paraguay e<br />
Republica Argentina. 225<br />
Na visão do Tenente Muricy, a solução para resolver o problema <strong>de</strong> dinheiro que<br />
a Colônia Militar passava e trazer o <strong>de</strong>senvolvimento comercial para a região estava na<br />
exploração das matas e no comércio que essa parte do Brasil po<strong>de</strong>ria realizar com os<br />
países vizinhos. Obviamente, o militar percebia que nesse período a região dos rios da<br />
Prata e Paraná tinham uma população consi<strong>de</strong>rável, o que possibilitaria esse comércio.<br />
Para que essas proezas comerciais se realizassem, José Muricy elencou algumas<br />
medidas que o governo brasileiro po<strong>de</strong>ria tomar, no sentido <strong>de</strong> melhorar as condições<br />
do lado brasileiro. “É preciso que seja o seu porto consi<strong>de</strong>rado habilitado, que seja<br />
creada uma agencia fiscal, que regule a importação e exportação”. 226 Que o território<br />
brasileiro seja “já em gran<strong>de</strong> parte dividido em lotes urbanos e agrícolas”. 227 Nos<br />
relatos do Tenente Muricy, percebemos a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma ocupação, não somente<br />
das autorida<strong>de</strong>s brasileiras, mas <strong>de</strong> uma população brasileira na região, por meio da<br />
criação da cida<strong>de</strong> e da vinda <strong>de</strong> colonos para produzir e comercializar com as regiões<br />
vizinhas.<br />
A visita à região das Cataratas é a parte mais emotiva e extensa <strong>de</strong> sua obra.<br />
Nela ele relata a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> se chegar aos saltos, pela correnteza do rio Iguaçu ou<br />
pela <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da mata, que impe<strong>de</strong> a chegada <strong>de</strong> visitantes, assim como a<br />
impressionante visão dos saltos relatada por ele. Entretanto, o que nos chama a atenção<br />
em seus relatos sobre os saltos <strong>de</strong> Santa Maria são as <strong>de</strong>nominações colocadas a cada<br />
uma das quedas, como 15 <strong>de</strong> novembro, Deodoro, Floriano, Tira<strong>de</strong>ntes, Benjamim<br />
224 I<strong>de</strong>m. p. 21.<br />
225 I<strong>de</strong>m. p. 21.<br />
226 I<strong>de</strong>m. p 22.<br />
227 I<strong>de</strong>m. p. 22.<br />
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